(Des) governo do PMDB e a interminável farra com o dinheiro público no Rio de Janeiro

A matéria abaixo de autoria do jornalista Bruno Alfano e publicada pelo jornal Extra dispensa maiores comentários. Mas que a leitura da mesma sirva para acabar de vez com as avaliações simplórias e condescendentes com os (des) governos comandados por Eduardo Paes e Luiz Fernando Pezão. É que está mais do que demonstrado que a crise que se abate sobre o Rio de Janeiro é, acima de tudo, seletiva e direcionada.

É que para bancar jantares e outros mimos de luxo não faltam, enquanto a população e servidores públicos vivem sacrifícios imensos para tocar o seu cotidiano. É simples, mas trágica a explicação sobre a pindaíba em que estamos afundados no Rio de Janeiro.

Organização Social pagou churrascaria de luxo e jantares em boate com dinheiro da Saúde

Cejam gere Hospital Evandro Freire
Cejam gere Hospital Evandro Freire Foto: Fábio Guimarães / 23.02.2013
Bruno Alfano

 Almoço de mais de R$ 1 mil e jantares dentro de uma boate na Lagoa, na Zona Sul do Rio, foram pagos com dinheiro da Secretaria municipal de Saúde (SMS) pela Organização Social (OS) Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (Cejam). A informação é revelada em um relatório do Tribunal de Contas do Município, a que o EXTRA teve acesso com exclusividade, de auditoria nas contas da OS, entre abril de 2012 e março de 2014, na gestão do Hospital Evandro Freire, na Ilha do Governador, da Coordenação de Emergência Regional (CER) Ilha e da CER Centro. Mesmo assim, a SMS renovou parte do contrato com a OS.

As irregularidades apontadas pela auditoria chegam a quase R$ 9 milhões. Só de despesas consideradas “sem vinculação ao objeto de contrato de gestão”, como passagens aéreas, táxis e alimentação, a conta é de R$ 1,3 milhão. Segundo o relatório, em maio de 2012, foi realizado um almoço na churrascaria de luxo Fogo de Chão, em Botafogo, na Zona Sul, que custou R$ 1.713,25 aos cofres públicos. Em agosto do mesmo ano, a OS pagou uma série de jantares na boate Katmandu Sushi, na Lagoa. Eles custaram R$ 1.175, também pagos pela SMS. O TCM classificou as despesas no relatório como “extravagantes”.

Ao EXTRA, o tribunal informou que a Cejam alegou não ter encontrado médicos para contratar no Rio. Por isso, precisou trazê-los de São Paulo e pagar todas as contas de implantação da equipe.

A SMS informou que as despesas com táxi, bilhetes aéreos e refeição na Fogo de Chão já foram definidas pela Comissão Técnica de Avaliação como indevidas. “E a Cejam deve devolver os valores, como acordado com a OS”. Mas esses são só parte da quantia de R$ 1,3 milhão que o TCM considera sem relação com o contrato. A secretaria informou que o restante ainda está em avaliação.

Em setembro, a Cejam renovou o contrato da gestão com as unidades da Ilha. Já a CER Centro foi para o Gnosis. A Cejam foi procurada, mas não respondeu à reportagem.

Ontem, o EXTRA mostrou que auditorias do TCM feitas em 12 contratos de noves OSs apontam irregularidades na casa de R$ 80 milhões. Os pedidos de auditoria foram feitos pelo vereador Paulo Pinheiro (Psol).

Em busca das raízes da crise financeira do RJ? Siga as placas de obras!

Se levarmos em conta a versão oficial do (des) governo Pezão sobre as raízes da barafunda financeira em que se encontra o estado do Rio de Janeiro, vamos ser convencidos que é a culpa é da diminuição da receita obtida com impostos e, claro, as pensões dos servidores públicos.

Mas eu ouso afirmar que há um caminho bem mais simples para entendermos a raiz dessa crise que sempre lembro aqui neste blog é, acima de tudo, seletiva.  Baseado em minhas últimas andanças pelo interior do meu estado natal, o Paraná, eu sugiro a todo os cidadãos do Rio de Janeiro que sentem ultrajados com a condição de seus hospitais, escolas e universidades que comecem a olhar com mais cuidado o valor das obras públicas que aparecem nas placas que são postadas (quando isto é feito, é claro!) para informar preço e duração das mesmas.

Por que sugiro isso? Vou tentar demonstrar abaixo com placas e imagens de uma obra em execução no final de 2015 na cidade de Telêmaco Borba para compará-las com placas de obras que foram realizadas no campus Leonel Brizola da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) no ano de 2008!

Pois bem, vejamos a placa e a obra de Telêmaco Borba.

A primeira coisa que destaco na obra de 2015 em Telêmaco Borba é o seu custo: R$ 263.369,21, e depois a partir dos ângulos da obra que o prédio que abrigará o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) no bairro São Francisco não será um puxadinho qualquer.

Agora nos transportemos de volta no tempo e vejamos as placas das obras na Uenf.

No caso dessas obras que friso ocorreram em 2008 temos os seguintes preços iniciais (já que foram concedidos repetidos aditivos para várias delas): R$ 257.492,96 por um quiosque, R$ 450.966,82 por um estacionamento,  R$ 1.492.036,45 pelo cercamento parcial do campus e pela construção de uma guarita, e R$ 2.698.353,89 pela construção de um bandejão.

Como essas obras na Uenf representam uma gota de chuva no oceano de obras públicas realizadas, por exemplo, para a realização da Copa FIFA de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, não é difícil de inferir que muito, mas muito dinheiro público deve ter sido engolido em obras cujos preços deveriam ter sido muito abaixo do que foram. É que não há razão alguma, muito menos a qualidade das obras, que explique como é possível tamanha diferença de preços para coisas semelhantes após um hiato de 7 anos!

É isso que a placa de obra e a placa de Telêmaco Borba tornam vergonhosamente explícitos sobre a pindaíba financdeira em que estamos vivendo no Rio de Janeiro. Simples assim!

Reinações de Pezão ou…. Rio na pindaíba

O Rio na pindaíba: como pagar os salários de janeiro?

Por LAURO JARDIM

pezao-guanabara

No coração do governo do Rio de Janeiro há uma penca de dúvidas e apenas uma certeza: não há dinheiro para pagar o salário do funcionalismo deste janeiro que está começando.

Diz um secretário de Luiz Fernando Pezão: “Se não houver uma ajuda federal ou uma moratória da dívida, não teremos recursos”.

FONTE: http://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/o-rio-na-pindaiba-como-pagar-os-salarios-de-janeiro.html?utm_source=Facebook