RJ: enquanto povo sofre com precariedade nas unidades de saúde, toneladas de remédios são desperdiçadas por gestores privados

rem

A matéria abaixo, que foi publicada pelo jornal Extra no início da noite desta segunda-feira (22/02), traz informações lamentáveis sobre a situação da saúde no estado do Rio de Janeiro. É que enquanto a população que acorre às unidades hospitalares estaduais sofre com todo tipo de precariedade, uma simples vistoria realizada por uma comissão de deputados da Alerj encontrou 300 toneladas de medicamentos vencidos em apenas um dos muitos armazéns existentes no estado.

A administração desta fortuna de remédios está à cargo do consórcio Log Rio que é formado pelas empresas Prol e Facility que pertencem ao fundo de “private equity” Rise International cuja sede é supostamente na Holanda.

Mas agora o que me deixa curioso é o seguinte: se encontraram 300 toneladas em um armazém, quantas toneladas estão neste momento dormitando vencidas em todos os depósitos do estado do Rio de Janeiro?

Vistoria descobre cerca de 300 toneladas de medicamentos vencidos desde 2009 em armazém da Secretaria estadual de Saúde

Por Rafael Soares

Uma vistoria realizada nesta segunda-feira numa central de abastecimento da Secretaria estadual de Saúde, em Niterói, encontrou cerca de 300 toneladas de remédios vencidos. Todo esse medicamento foi comprado com dinheiro público. O responsável da inspeção foi o deputado Pedro Fernandes (Solidariedade), que faz parte de uma comissão especial montada pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) para inspecionar as organizações sociais que administram os hospitais do estado.

Central de abastecimento tem cerca de 300 toneladas de medicamentos estragados
Central de abastecimento tem cerca de 300 toneladas de medicamentos estragados Foto: Divulgação

Entre os medicamentos, estavam agulhas, remédio de pressão, próteses e outros materiais. A vistoria encontrou galerias com remédios separados pelas datas de vencimento. Cartazes afixados nas caixas mostravam desde quando aquele grupo de medicamentos perdeu a validade. O deputado afirmou que vai pedir a extinção do contrato do governo do estado com a LogRio, consórcio formado pelas empresas Prol e Facility responsável pela gestão da central de abastecimento. O grupo seria responsável por repassar as informações ao estado.

— Vamos sugerir ao Ministério Público que peça a prisão dos responsáveis por esse desperdício de dinheiro. Temos que descobrir quem são eles, tanto na secretaria, quanto na empresa. Esse caso é um absurdo — afirmou.

Caixas são identificadas por etiquetas
Caixas são identificadas por etiquetas Foto: Divulgação

O parlamentar afirmou que funcionários do consórcio LogRio alegaram que a empresa avisa à Secretaria estadual de Saúde três meses antes dos remédios perderem a validade através de relatórios. Pedro Fernandes diz que vai chamar o secretário estadual de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Jr., para falar aos deputados na Alerj.

Em janeiro, a secretaria, em meio à crise econômica, renegociou o contrato com a LogRio em 43%. O consórcio, que recebia R$ 4,4 milhões por mês para executar os serviços em unidades próprias e nos municípios do interior, vai passar a ganhar R$ 2,5 milhões. A economia em 2016 será de mais de R$ 23 milhões — o contrato caiu de R$ 53 milhões para R$ 30 milhões por ano.

A LogRio é responsáveis pelo recebimento, armazenagem e distribuição de insumos, medicamentos e equipamentos utilizados nas unidades próprias do estado e repassados aos municípios.

FONTE: http://extra.globo.com/noticias/rio/vistoria-descobre-cerca-de-300-toneladas-de-medicamentos-vencidos-desde-2009-em-armazem-da-secretaria-estadual-de-saude-18726511.html#ixzz40wTRB0aD