No dia 11 de Novembro de 2013, logo após a venda da LL(X), publiquei este blog uma nota onde apontava o risco da área do Porto do Açu passar a se tratado como um enclave estadunidense pela EIG Global Partners, que submeteria aquele território a um controle ainda mais estrito, ferindo o direito de acesso a moradores tradicionais do V Distrito de São João da Barra (Aqui!).
Pois bem, hoje a Prumo Logística Global tentou transformar aquela minha previsão em realidade, como bem mostra a matéria produzida pelo site jornalístico Quotidiano, que segue abaixo, que mostra com detalhes como a empresa tentou desacatar a ordem judicial assinada pelo juiz Leonardo Cajueiro. Essa é uma situação muito didática de como as coisas vem sendo implementadas no V Distrito de São João da Barra, tendo como vítimas centenas de famílias de agricultores e pescadores artesanais.
A coisa mais estapafúrdia que emerge deste caso é o uso de contingentes da Polícia Militar para desacatar uma ordem judicial em prol dos interesses de uma empresa estrangeira, e contra os interesses de moradores tradicionais daquele território.
Será que sou só eu que acha isso muito estranho?
De toda forma estão de parabéns os agricultores que continuam dando lição de como organizados e devidamente apoiados podem dar bonitas lições de ação ativa em defesa de seus direitos.
Prumo tenta impedir entrada em propriedade mesmo com decisão judicial
A decisão foi do juiz Leonardo Cajueiro dAzevedo que ontem autorizou a ação. A Prumo montou um verdadeiro arsenal com setor jurídico, polícia militar e segurança.
Diversos carros da Polícia Militar foram acionados pela Prumo Logística
Crédito: Secretaria Municipal de Agricultura
Tentando desacatar a decisão do juiz Leonardo Cajueiro d’Azevedo que ontem autorizou a ação, a Prumo montou um verdadeiro arsenal, evocando o setor jurídico da empresa, questionando a deliberação do juiz e mobilizando mais de 20 policiais militares, além do setor de segurança da empresa. O maquinário chegou ao local por volta das 7 horas da manhã e só conseguiu adentrar às 9 horas.
O vereador Franquis relata o ocorrido: “tentaram impedir a todo custo a nossa entrada. Eu perguntei onde estava o setor de relação institucional, a relação com a comunidade. E disse que ia entrar. Para se ter uma ideia, tinha entre quatro e cinco viaturas da PM no local”.
Segundo Pedro Nilson, é preciso urgentemente se encontrar uma solução para o problema para que mais uma vez o produtor rural não saia prejudicado. O secretário de Agricultura de São João da Barra frisa, ainda, que deve ter em torno de 1500 cabeças de gado onde 30 já morreram com a seca.
“Muitos produtores estão com seu gado nesta situação porque as coisas ainda estão mal resolvidas e eles não têm outra opção. Para muitos, o gado é a única renda. Entendo que é uma área desapropriada, eles não permitem o manejo adequado, mas é preciso ter bom senso. Esta autorização judicial veio na hora certa”, afirma Pedro Nilson, acrescentando que a questão do controle sanitário é outra preocupação. “Se tivermos um problema de aftosa, por exemplo, para tudo, inclusive o porto”, finaliza.
O novo conflito iniciou devido a Prumo impedir a entrada de produtores nas áreas desapropriadas – diga-se de passagem que muitos ainda nem foram indenizados e em diversos casos sequer há imissão de posse – para salvar os gados que estavam morrendo de sede e estavam ficando atolados, conforme publicamos aqui.
FONTE: http://www.quotidiano.com.br/noticia-1964/prumo-tenta-impedir-entrada-em-propriedade-mesmo-com-decisao-judicial










