Sobrevoo na bacia do Rio Tapajós mostra grande destruição causada por garimpo ilegal, extração seletiva e monocultura da soja

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Graças a um esforço do pessoal do ClimaInfo (as imagens são da lavra de Christian Braga) é possível ver os resultados de um sobrevoo realizado na bacia do Rio Tapajós, principalmente nos municípios paraenses de Itaituba, Santarém e Trairão, como mostram as imagens logo.

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O que essas imagens eixam claro é que no Pará está ocorrendo uma pilhagem muito bem organizada dentro de áreas de proteção e de terras indígenas para a qual está sendo aplicada uma grande quantidade de capital, já que se pode observar a presença de barcas, pistas de aterrissagem e instalações de garimpo que não instaláveis sem grande injeção de capitais.

As imaghens mostram ainda a presença de plantios de soja em larga extensa em terras protegidas, o que serve para desmacarar toda a suposta cadeia de “due diligence” que as grandes corporações que controlam o comércio global de grãos alegam possuir. 

Por outro lado, a grande quantidade de sedimentos chegando no Rio Tapajós e seus tributários principais é uma demonstração da magnitude da ação do garimpo ilegal de ouro, principlamente em torno do município de Itaituba, mas se estendendo por outras partes da bacia hidrográfica de um dos principais tributários do Rio Amazonas.

O somatório de todas essas coisas é que há um imenso passivo social, econômico e ambiental sendo gerado na Amazônia neste momento e que em tempo futuro irá trazer gravíssimos prejuízos para o Brasil, sobrecarregando ainda mais as populações mais pobres que servirão como uma espécie de receptáculo de todos os males que estão sendo realizados neste momento.

Enquanto isso, ficamos em um debate vazio sobre “democracia”, com os saqueadores nacionais e internacionais se aproveitando disso para avançar no processo de grilagem de terras e exploração irracional das riquezas da Amazônia. Simples assim, mas ainda trágico.

Para acessar todas as imagens desse sobrevoo, basta clicar [Aqui!].

Ao ver a destruição causada pelos garimpos ilegais no Rio Tapajós, Ricardo Salles esboça sorriso feliz

As imagens abaixo mostram a destruição causada pelos garimpos ilegais de ouro na região do Rio Tapajós, mais propriamente de região de Jacareacanga e Itaituba, dentro da Terra Indígena Munduruku que fica no extremo oeste do estado Pará.

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Já a foto abaixo mostra o ministro (ou seria anti-ministro?) do Meio Ambiente, o improbo Ricardo Salles, durante visita que fez à região para se encontrar com os garimpeiros que estão destruindo de forma criminosa partes da floresta amazônica.  Ricardo Salles aparece vestindo o que parece ser um traje militar. Mas o marcante dessa imagem é o esboço de um sorriso sardônico que é dado por aqueles que se defrontando com sua obra maligna não pode conter a própria satisfação com a desgraça que criam.

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Fossem outros tempos, Ricardo Salles não passaria nem pela porta do Ministério do Meio Ambiente e estaria mais ocupado em se defender da condenação por improbidade administrativa pela qual foi corretamente condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Afinal de contas ele não possui qualquer das qualificações técnicas e políticas que habilitariam alguém a ocupar um cargo tão estratégico em um país tão central para o futuro do ambiente global como o Brasil. 

Mas esses são tempos estranhos e o melhor que se pode fazer é divulgar essa imagem para que ela vá o mais longe possível, criando grandes embaraços para o governo a que ele pertence e aos interesses que o mesmo representa.

Esse sorriso sardônico é, tal qual os 100 mil mortos causados pela COVID-19, a melhor expressão do que significa o governo Bolsonaro para o Brasil e para o mundo. É a hegemonia dos que odeiam o ambiente e os povos, como os Munduruku, que o defendem como a nossa casa comum.

Abaixo vídeo postado pelo improbo ministro em sua página oficial no Twitter, mostrando a escala de destruição que se permitiu ocorrer e que certamente implicará em graves danos ambientais e para a saúde humana.