ONU divulga relatório sobre mudanças climáticas. Brasil está exposto a vários riscos climáticos e poderá ter muitas perdas financeiras

Mudanças climaticas e seus riscos

São Paulo, 17 de março de 2023 – Na próxima segunda-feira (20), o Painel da ONU sobre Mudança do Clima (IPCC) vai lançar o sexto relatório de síntese, que avalia a base científica da mudança do clima, seus impactos e riscos, e opções para adaptação e mitigação e também trará subsídios para o Balanço Global (Global Stocktake) de 2023, componente do Acordo de Paris em que os países avaliam o progresso para alcançar as metas do acordo.

Para Guarany Osório, coordenador do Programa Política e Economia Ambiental do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGVces), o clima do planeta já aumentou 1.2 °C Celsius e não estamos em uma trajetória para manter o aquecimento global abaixo dos níveis considerados como mais seguros pela ciência.

“O Brasil está exposto a vários riscos climáticos e sofrendo seus impactos tal como o ocorrido em São Sebastião. Se não estivermos preparados para adaptação à mudança do clima, o país continuará negligenciando o risco de novas tragédias, impactos que afetam especialmente as mais vulneráveis e grandes perdas econômicas futuras. Aspirações políticas e metas climáticas são importantes e só se sustentam com arranjos e instrumentos de implementação bem desenhados, cronogramas, fontes de financiamento, mecanismos de monitoramento e cumprimento robustos”, explica Osório.

Guarany Osório

Doutor em Administração Pública e Governo pela FGV EAESP. Mestre em Direito, na área de Ciências Jurídico-Ambientais, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Coordenador do Programa Política e Economia Ambiental do Centro de Estudos em Sustentabilidade (FGVces) da FGV EAESP. Professor do Mestrado Profissional em Gestão para Competitividade. Coordenou estudos e projetos em parceria, por exemplo, com Banco Mundial, empresas, Embaixada Britânica, ONGs, governos subnacionais, ministérios e órgãos do Governo Federal com o objetivo geral de apoiar o processo de desenvolvimento de políticas e estratégias de mitigação e de adaptação à mudança do clima.

Fracasso climático e crise social lideram Riscos Globais 2022

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Genebra, Suiça, 11 de Janeiro de 2022 – Os riscos climáticos dominam as preocupações globais à medida que o mundo entra no terceiro ano da pandemia. De acordo com o Global Risks Report 2022, enquanto os principais riscos de longo prazo se relacionam ao clima, as principais preocupações globais de curto prazo incluem divisões sociais, crises de subsistência e deterioração da saúde mental.

Além disso, a maioria dos especialistas acredita que uma recuperação econômica global será volátil e desigual nos próximos três anos.

Agora, em sua 17ª edição, o relatório encoraja os líderes a pensarem fora do ciclo de relatórios trimestrais e a criar políticas que gerenciem riscos e moldem a agenda para os próximos anos. Ele explora quatro áreas de riscos emergentes: cibersegurança; competição no espaço; uma transição climática desordenada; e pressões migratórias, cada uma exigindo coordenação global para uma gestão bem-sucedida.

“As disrupções econômicas e de saúde estão agravando as divisões sociais. Isso está criando tensões em um momento em que a colaboração dentro das sociedades e entre a comunidade internacional será fundamental para garantir uma recuperação global mais uniforme e rápida. Os líderes globais devem se unir e adotar uma abordagem coordenada de múltiplas partes interessadas para enfrentar os desafios globais implacáveis ​​e construir resiliência antes da próxima crise”, disse Saadia Zahidi, Managing Director do Fórum Econômico Mundial.

Carolina Klint, Risk Management Leader, Continental Europe da Marsh, disse: “À medida que as empresas se recuperam da pandemia, elas estão aprimorando o foco na resiliência organizacional e nas credenciais ESG. Com as ameaças cibernéticas agora crescendo mais rápido do que nossa capacidade de erradicá-las permanentemente, está claro que nem a resiliência nem a governança são possíveis sem planos de gerenciamento de risco cibernético sofisticados e confiáveis. Da mesma forma, as organizações precisam começar a entender seus riscos espaciais, especialmente o risco para os satélites, dos quais nos tornamos cada vez mais dependentes, dado o aumento das ambições e tensões geopolíticas”.

Peter Giger, Group Chief Risk Officer do Zurich Insurance Group, disse: “A crise climática continua sendo a maior ameaça de longo prazo que a humanidade enfrenta. A omissão de ação sobre as mudanças climáticas pode reduzir o PIB global em um sexto e os compromissos assumidos na COP26 ainda não são suficientes para atingir a meta de 1,5 C. Não é tarde demais para governos e empresas agirem sobre os riscos que enfrentam e conduzirem uma transição inovadora, determinada e inclusiva que proteja as economias e as pessoas”.

O relatório se encerra com reflexões sobre o segundo ano da pandemia de COVID-19, produzindo novos insights sobre a resiliência a nível nacional. O capítulo também se baseia nas comunidades de especialistas em risco do Fórum Econômico Mundial — a Chief Risk Officers Community and Global Future Council on Frontier Risks — para oferecer conselhos práticos na implementação da resiliência para as organizações.

O Global Risk Report 2022 foi desenvolvido com o apoio inestimável do Global Risks Advisory Board do Fórum Econômico Mundial. Ele também se beneficia da colaboração contínua com seus parceiros estratégicos, Marsh McLennan, SK Group e Zurich Insurance Group, e seus consultores acadêmicos na Oxford Martin School (Universidade de Oxford), na National University of Singapore e no Wharton Risk Management and Decision Processes Center (Universidade da Pensilvânia).

 

Sobre a Agenda de Davos – o estado do mundo em 2022

Global Risk Report 2022 vem a frente da Agenda de Davos, que mobilizará chefes de estado e governo, líderes empresariais, organizações internacionais e sociedade civil para compartilhar suas perspectivas, percepções e planos relacionados às questões globais mais urgentes. A reunião será através de uma plataforma de conexão, permitindo ao público assistir e interagir por meio de sessões transmitidas ao vivo, pesquisas de mídia social e conexões virtuais.