
Não costumo revelar minhas preferências, mas sou um fã de carteirinha do grande estado de Minas Gerais. Dada a minha localização privilegiada no Norte Fluminense, já rodei por diversas partes do território mineiro, incluindo passagens que vão desde Jacutinga no extremo sul até Diamantina no Vale do Jequitinhonha. Ir até Minas Gerais é sempre interessante e enriquecedor, pois como muitos dizem, é quase um país dentro de outro.
Lamentavelmente para os mineiros, o domínio de seguidos governos neoliberais de diferentes matizes tem servido para precarizar o serviço público mineiro a um ponto em que as belezas e delícias da terra ficam ocultadas por inúmeras mazelas.
Para piorar, há algum tempo parece haver uma estranha dança de cadeiras que coloca determinadas figuras em cargos chaves nos governos do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, o que se reflete em uma piora generalizada da qualidade dos serviços prestados às populações desses dois estados.
A mais recente dança envolve o ex-secretário de Fazenda do Rio de Janeiro, Gustavo Barbosa e do seu sucessor, Luiz Cláudio Gomes, em um balé que agora se repete na secretária de Fazenda de Minas Gerais. O pior é que se Gomes repetir o que fez aqui, existem muitas coisas que podem se repetir como tragédia, mais do que como farsa.
Uma passagem que ficou na minha lembrança durante a crise causada pela Operação Delaware nos fundos do RioPrevidência foi uma proposta levantada por Luiz Cláudio Gomes de impor a adoção de previdência privada para todos os servidores estaduais do Rio de Janeiro, inclusive os “antigos” que, como eu, entraram no sistema ainda na década de 1990. Felizmente, para os servidores antigos, a proposta de previdência privada não foi levada à frente, mas foi imposta para os servidores novos que hoje amargam também o fim dos triênios.
Por essas e outras, os servidores públicos estaduais de Minas Gerais precisam ficar de olhos bem abertos, pois é muito provável que Luiz Cláudio Gomes tente fazer lá, o que não conseguiu aqui.








