
Não vou a um estádio de futebol tem mais de uma década. Não que eu não goste do esporte, pois adoro ver um bom jogo. O problema, além de todos os riscos a que o cidadão comum está exposto quando se aventura a ir assistir uma dessas peladas que inundam o futebol brasileiro, existem coisas que me deixam de estomago virado. Vejamos a situação da Copa do Brasil apenas na noite de ontem. O Clube de Regatas do Flamengo conseguiu uma “milagrosa” classificação graças a duas penalidades máximas para lá de esquisitas. Enquanto isso, em Fortaleza, um juiz de quem nunca ouvi falar, resolveu estender a partida até que o Botafogo “Futebol e Regatas” conseguisse virar um jogo que já estava perdido. Nesse caso, o juiz que havia decidido que o jogo iria até o minuto 49, deixou a bola rolar até o 52, coincidentemente até que o Botafogo conseguisse a virada de que precisava para continuar no campeonato.
Mas o ápice dessa situação foi a exclusão do Grêmio de Porto Alegre por causa de manifestações racistas de 5 torcedores num estádio que acolhia 30 mil torcedores no momento em que os fatos se deram. E como já mostrou a imprensa em celebração, existem evidências de que os dirigentes do Grêmio já sabiam desde antes do julgamento pelo esdrúxulo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) de que o clube seria eliminado por causa da conduta de uma minoria absoluta de torcedores.
Agora, o que mais me irrita e me afasta cada vez mais de qualquer tipo de gasto com o futebol profissional no Brasil é a atitude de celebração que vejo hoje nos principais veículos de imprensa ligados ao futebol em relação a todos esses resultados. Nem uma palavra de dúvida ou crítica sobre os dois juízes que “operaram” o Coritiba e o Ceará. E pior mesmo é ver que a decisão contra o Grêmio representa algum tipo de lição contra a prática do racismo no Brasil.
Com esses dirigentes e com essa imprensa esportiva, uma coisa é certa: o futebol brasileiro vai continuar imerso numa crise em que daqui a pouco tempo nem jogadores serão produzidos para consumo nos mercados internacionais. É simplesmente o fim!