Sérgio Cabral,Pezão e Eduardo Paes transformam o Rio de Janeiro em terra devastada

Tudo era uma maravilha para o PMDB do Rio de Janeiro até as manifestações de junho de 2013. Seus líderes nos mais altos postos de governo, tanto na cidade como no estado, viviam um sonho de popularidade turbinado por muita mídia simpática e bilhões do governo federal. De quebra, havia a miragem das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) que lançavam uma falsa aura de segurança que acalmava os nervos da classe média, enquanto criava uma igualmente falsa sensação de que as favelas caricas haviam sido “pacificadas”.

Mas dai vieram as manifestações e o assassinato do pedreiro Amarildo não pode ser empurrado para debaixo do tapete como outros tantos haviam sido, apenas para as vítimas serem empurradas para debaixo do mais obscuro véu do esquecimento. E depois disso, o funcionalismo estadual que ficara paralisado e asfixiado por anos de anos de corrosão salarial decidiu sair de seu silêncio e também ganhar as ruas. Foi ai que apareceu a verdadeira face da política de (in) segurança comandada pela dupla Cabral/Pezão e operacionalizada pelo então inatingível e quase candidato a qualquer coisa que quisesse José Maria Beltrame. Essa mistura heterogênea de fatos é que começou a corroer a fantasia criada para dar ao cidadão fluminense a sensação de que os anos dourados haviam voltado.

E hoje o que temos no Rio de Janeiro? Para começar se vê que tudo o que se anunciava não passava de um castelo de areia construído na beira do mar. As UPPs estão caindo pelos tamancos, a especulação imobiliária transformou a cidade do Rio de Janeiro numa das mais caras do planeta, sem que haja quaisquer garantias de mobilidade já que os serviços públicos de massa estão em condição falimentar, apesar dos preços extorsivos que são cobrados dos usuários.

Além disso, a falência das políticas ambientais que está sintetizada na vergonhosa situação da Baía da Guanabara, mas que possui exemplos igualmente gritantes como o do Porto do Açu, implicou na criação de um processo de degradação ambiental que cedo ou tarde (talvez mais cedo do que gostaríamos) irá criar uma situação semelhante ou até pior do que está sendo vivido na capital de São Paulo. É que além da expansão desenfreada dos plantios de eucalipto, os nossos principais mananciais continuam sendo usados e poluídos sem que haja qualquer esforço para conter e disciplinar essa devastação toda.

Se olharmos para as universidades estaduais, instituições que poderiam gerar o conhecimento necessário e contribuir para a formulação de políticas estratégicas para as diversas áreas que citei, veremos que nelas se concentra o suprassumo da capacidade de destruição dos que eu classifico como (des) governantes do Ri de Janeiro. É que após os quase oito anos seguidos de Cabral e Pezão, as universidades estaduais fluminenses estão em verdadeira petição de miséria, com servidores extremamente mal pagos e com sua condições básicas de funcionamento totalmente comprometidas. Em função disso, as três instituições (UENF, UERJ e UEZO) estão mais para pacientes terminais colocadas em alguma UTI de hospital privado custeado pelo SUS (que normalmente são piores do que as dos públicos!) do que para centros emanadores de pensamento qualificado.

Esse quadro pode parecer radical demais, mas é apenas uma pálida aquarela do que se vive num Rio de Janeiro que se transformou em terra arrasada para a maioria da sua população, e um reino encantado para aquela parcela mínima de super ricos que só transita de helicópteros, como a dupla Cabral/Pezão.