Software antiplágio popular promete identificar textos do ChatGPT

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Por Pesquisa Fapesp

A empresa norte-americana Turnitin informou que irá lançar até abril um novo software capaz de detectar textos produzidos por ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa como o ChatGPT. A ideia é que a solução seja incorporada ao seu software homônimo de detecção de plágio, que é utilizado por mais de 15 mil instituições de ensino superior no mundo.

Segundo a companhia, a nova ferramenta tem precisão de até 97% e uma taxa muito baixa de falsos positivos, menos de 1 para 100. Desde o lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022, empresas de todo o mundo têm se esforçado para desenvolver ferramentas capazes de identificar textos produzidos por IA generativa. Mas muitas soluções lançadas até aqui são imprecisas. “Nosso modelo foi treinado especificamente para redação acadêmica e se baseia em um banco de dados abrangente, que não se restringe a conteúdos disponíveis para o público”, disse Annie Chechitelli, diretora de produtos da Turnitin, segundo o site da empresa.

Mike Sharples, professor emérito de tecnologia educacional da Open University, do Reino Unido, disse à revista Times of Higher Education que o desenvolvimento da ferramenta é fundamental para a Turnitin manter a competitividade de seu software. Adverte, porém, que a baixa taxa de falso positivo ainda precisa ser verificada de forma independente. Taxas elevadas de falso positivo são um dos pontos fracos dos softwares lançados para detectar textos feitos pelo ChatGPT – a chance de que um aluno seja falsamente acusado de usar inteligência artificial para fazer trabalhos escolares põe em xeque a credibilidade das ferramentas. Os testes com o novo Turnitin serão fundamentais para recomendar ou não seu uso. “Será que ele pode ser enganado se houver pequenos ajustes no texto?  E se o usuário passar o texto por outra ferramenta de IA para que seja reformulado?”, indagou Sharples, em sua conta no Twitter.


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Este texto foi originalmente publicado pela Pesquisa Fapesp [Aqui!].

Plágio acadêmico e o surgimento dos antídotos, pagos, é claro

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Em meio ao avanço dos casos de plágios dos mais variados que estão sendo cometidos em diferentes níveis de formação acadêmica no Brasil, um colega que é também professor na Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) me chamou a atenção para a existência de um software que pode ser usado online, o qual possui diferentes serviços que ajudam na detecção, mas também nas formas de se cometer plágio de forma não intencional. A ferramenta no caso é a Turnitin (Aqui!).  

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Visitando a página do Turnitin cheguei a uma matéria produzida pela Ciência Hoje já em 2012, onde as diversas facetas do uso deste software são abordadas (Aqui!).O que mais me chamou atenção na matéria, e esse é um aspecto que me colega da Uenf também me apontou pessoalmente, é que a questão do plágio não decorre necessariamente apenas da decisão individual de alguém de violar as regras acadêmicas, mas também por falta de conhecimento de como proceder em termos de reconhecer de forma própria a autoria intelectual de um dado documento científico.

Como um das características dos tempos que vivemos é da “fastfoodização” de todas as esferas de vida, e que na ciência se manifesta também na forma do “trash science“, o que deveria estar sendo tratado nas universidades brasileiras, e aparentemente isto está acontecendo em um número ainda reduzido, é de como a pressão por resultados rápidos (e não necessariamente qualificados e devidamente reconhecidos) contribui para a disseminação de casos de plágio, como venho abordando aqui no blog.

De toda forma, como existem ferramenta como o Turnitin para serem utilizadas para prevenir a disseminação e naturalização do plágio, este desvio de conduta não pode ser mais ignorado sob a alegação que inexistem as formas para identificar, corrigir ou, ainda, punir quem for flagrado usando o trabalho alheio para se autobeneficiar.