Após as eleições, Uenfspotted dá voz aos que reclamam das mazelas na Uenf

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Comentei ao longo deste ano o papel que determinados perfis nas redes sociais nas eleições para a reitoria da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf). Um dos que se destacou em jogar o papel de “Trojan Horse” (literalmente Cavalo de Tróia) foi o perfil de proprietário ignorado, o Uenfspotted.

Agora, eis que passadas as eleições, o proprietário (ou seriam proprietários?) do Uenfspotted estão dando voz a estudantes que reclamam das condições climáticas dentro das salas de aula que estão localizadas no mesmo prédio que abriga a reitoria da Uenf (ver imagem abaixo).

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Abrir espaço para os que reclamam de condições insalubres de trabalho e de aula é algo correto, mas como dizem os estadunidenses “a little too late“. É que durante o período eleitoral, o que o Uenfspotted fez foi dar vazão a uma campanha de fake news contra a chapa Carlão e Daniela, na qual os estudantes embarcaram com força, visto os resultados eleitorais.

Mas o interessante é que o ainda reitor, professor Raul Palacio, não será quem receberá eventuais reclamações sobre as condições climáticas inapropriadas para o correto aprendizado dos estudantes da Uenf. É que na última 6a. feira, ele solicitou e obteve a autorização do Conselho Universitário para realizar uma espécie de tour de despedido por diferentes países da América Latina.

O bom disso é que os estudantes que reclamam do calor poderão cobrar diretamente da atual vice-reitora e futura reitora da Uenf, Profa. Rosana Rodrigues.  Pelo menos, falarão com quem tem e terá a capacidade de resolver o problema de salas insalubres.

Um fato é certo: o estudante que usou o Uenfspotted para reclamar do calor não deve ser do Centro de Ciências do Homem. É que lá, aproveitando a existência de novos aparelhos de ar condicionado que estavam estocados há mais de 3 anos, eu utilizei de verba própria do Laboratório de Estudos do Espaço Antrópico para climatizar todas as salas de aula usados pelos estudantes de graduação. Ao menos no caso do CCH, a vice-reitora e futura reitora não terá que se preocupar com os clamores dos estudantes de graduação que foram um dos principais pilares para a sua eleição.

Depois de completada a tarefa, Uenfspotted tenta dar uma de “isentão”

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Após idas e vindas de uma eleição na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) que terminou com a vitória da chapa que marca o continuísmo das gestões desastrosas de Luís Passoni e Raul Palacio, os operadores do perfil “Uenfspotted” postaram um material sobre a suspeitíssima “enquete de boca de urna” que teria sido realizado para medir o pulso eleitoral entre os estudantes.

Como eu antecipei aqui, o resultado na suposta enquete foi acachapante, mas o curioso é que depois de interferirem diretamente na decisão dos votos, o pessoal do “Uenfspotted” agora tentam dar uma de isentões (ver figuras abaixo).

A verdade é que essas porcentagens estão próximas do que ocorreu dentro dos alunos presenciais da Uenf, mas ficou 14% acima do que foi observado quando se considera os votos dos alunos de Educação à Distância.  É que ao ser considerados os votos do EAD, a proporção final foi algo em torno de 65% para a chapa 1 e 35% para a chapa 30. Em outras palavras, se o “Uenfspotted” fosse um instituto de pesquisa, os seus financiadores o demitiriam sumariamente por um erro tão grosseiro de previsão.

Mas, convenhamos, o “business” do “Uenfspotted” não é realmente enquete eleitoral. O empreendimento comercial deste perfil é outro, se valendo de uma boa marca como a Uenf para fazer suas operações. Eu suspeito, inclusive, que se um dia se chegar ao dono desse perfil e seus associados, vamos encontrar figuras muito conhecidas dentro da instituição.

Agora, há que se notar que o “Uenfspotted” foi apenas um dos pontos de disseminação da propaganda do continuísmo vencedor das eleições.  Com um mínimo de busca foi possível identificar uma rede de grupos de Whatspp e de outros perfis que agiram tanto de forma explícita como subterrânea, seguindo a cartilha de Steve Bannon.   A influência dessa malta de perfis e grupos de Whatspp nos resultados das eleições é mais do que óbvia, dada a eficiência demonstrada. Eu diria que se algum pesquisador da área dos estudos de cyberware se interessasse pelo caso das eleições da Uenf, o mais provável é que até rendesse um bom livro.

Escondido nas trevas da internet, Uenfspotted ataca novamente e lança “boca de urna fake” para as eleições da Uenf

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No dia 01 de abril de 2023 (exatamente no dia da mentira) postei neste blog o texto intitulado “As eleições da Reitoria da Uenf sob risco de ser marcada por uma intensa campanha de fake news em que eu fazia um prognóstico de que o pleito em curso na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) corria o risco de ser manchada pelo uso de estratégias malignas de uso das redes sociais em prol da chapa que representaria o continuísmo da gestão Raul/Rosana.

Um dos elementos que me guiou nesse prognóstico foi o uso de um perfil denominado de “Uenfspotted” para atacar potenciais candidatos de oposição.  Ao longo da campanha eleitoral, o “Uenfspotted”, apesar de manter uma posição aparentemente imparcial, o Uenfspotted serviu como base para entre outras coisas disseminar uma “fake news” que imputava à candidata a vice-reitora pela chapa de oposição à atual gestão, professora Daniela Barros, o cometimento de um ato de transfobia. Assim, ainda que na referida postagem o nome da professora não tenha sido citado, os comentários fizeram isso de forma explícita. Uma característica nos comentários é de que os comentaristas invariavelmente eram apoiadores da chapa da situação formada pelos professores Rosana Rodrigues e Fábio Olivares (a chapa 10).

Ao longo da última semana, o Uenfspotted postou várias postagens com críticas a comportamentos de membros ou apoiadores da chapa 30, ao mesmo tempo em que nada foi publicado de similar teor contra a chapa 10. 

Tudo isso apenas confirmou algo que eu previ há mais de cinco meses atrás: o Uenspotted se transformou em uma espécie de correia de transmissão da propaganda dos apoiadores da chapa 10, sem que fosse dada a oportunidade da réplica aos atacados. Essa é uma tática explícita de “cyberware” que foi muito comum nas campanhas de Donald Trump nos EUA e Jair Bolsonaro no Brasil.

Mas nas últimas 24 horas, o Uenfspotted resolveu concluir sua participação na campanha eleitoral da Uenf com uma cereja em cima do bolo e lançou uma esquisitíssima enquete eleitoral, supostamente para medir as intenções de voto na terça-feira (ver imagens abaixo).

Dois detalhes básicos: 1) ao acessar a dita enquete, usei dois perfis distintos que eu gerencio no Instagram e fui diretamente dirigido apenas à opção de votar ou não na chapa 30. Isso aponta para o uso de rastreamento de IP, pois, do contrário, eu poderia ter sido dirigido à opção da chapa 10, o que não ocorreu; 2) nessa enquete como demonstrei, qualquer um pode votar quantas vezes quiser. Assim, alguém que criar múltiplos perfis no Instagram, poderá votar “n” vezes, o que distorce e desqualifica qualquer resultado que saia desta “entaque” que não obedece critérios científicos, o que é particularmente inaceitável já que a eleição se refere à eleição dentro de uma universidade pública.

O que esta enquete está fazendo na prática são duas coisas: a) tentando consolidar os votos já definidos na chapa 10 e 2) atrair votos de indecisos após a divulgação dos resultados da suposta enquete. Em ambos os casos, essa ação viola todos os preceitos de equalidade de tratamento entre as duas chapas e viola todos os regulamentos estabelecidos pela Comissão Eleitoral eleita pelo Conselho Universitário para dirigir o pleito e garantir que ele ocorra de forma democrática.

Finalmente, a minha própria cereja no presente texto será anunciar que a chapa 10 irá receber quase que a totalidade (se não a totalidade) das intenções de voto nessa enquete mequetrefe que o Uenfspotted lançou, a pedido ou decisão de sabe-se lá quem, mas com o objetivo óbvio de desfavorecer as chances eleitorais da chapa de oposição ao continuísmo incrustrado na reitoria da Uenf.