Coletivo “Cientistas Engajados” envia carta a João Dória cobrando mudanças no PL 529

cientistas engajados

O Coletivo “Cientistas Engajados” enviou ontem uma correspondência assinada por 510 pesquisadores  ao governador de São Paulo, João Paulo Dória (PSDB), mostrando os problemas que serão causados pelo Projeto de Lei 529 (PL 529), que contém um conjunto de providências relacionadas à gestão pública do Estado que são consideradas como potenciais causadoras de mais problemas do que soluções.

O documento aponta que, especialmente no que diz respeito à infraestrutura de Assistência Social e de Ciência e Tecnologia, o PL 529 ao retirar das universidades estaduais paulistas (USP, UNESP e Unicamp) e da FAPESP recursos que servem para
garantir a estabilidade do financiamento à pesquisa,  ataca não apenas a autonomia financeira mas, também a capacidade do Estado de reagir à crise sanitária e econômica.

Em sua correspondência, os “Cientistas Engajados” apontam ainda que serão necessários investimentos ainda maiores no próximo período, pois não será possível contar com o governo federal que neste de profunda necessidade do conhecimento científico é presidido por um indivíduo que rejeita a ciência e os cientistas.

Quem desejar ler a íntegra do documento enviado a João Paulo Dória pelos “Cientistas Engajados”, basta clicar [Aqui!]

Para assinar esta carta preencha o formulário: https://forms.gle/v2XjDYvriPcrGbGCA

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Michael Löwy lançou ‘Afinidades revolucionárias’ com direito a debate na Editora Unesp

Isabel Loureiro, Fabio Mascaro Querido e Francisco Foot Hardman
debatem com Michael Löwy afinidades entre marxistas e anarquistas  

A Editora Unesp e a Fundação Rosa Luxemburgo promoveram debate com pensadores de esquerda no lançamento do livro Afinidades revolucionárias:nossas estrelas vermelhas e negras. Por uma solidariedade entre marxistas e libertários. O evento aconteceu na última segunda-feira (24/10) no auditório da Editora Unesp (Praça da Sé, 108) com a presença de Isabel Loureiro, Fabio Mascaro Querido, Francisco Foot Hardman e Michael Löwy, que escreveu a obra com Olivier Besancenot.

O livro

Os casos de conflitos, conspirações sórdidas, traições sujas e confrontos armados entre marxistas e anarquistas são abundantes. Eventualmente, resgatam-se alguns sobre colaboração e convergência, caso da Frente Única Antifascista que enfrentou os camisas-verdes de Plínio Salgado na Praça da Sé, em outubro de 1934, como lembra a introdução brasileira de Afinidades revolucionárias: nossas estrelas vermelhas e negras. Por uma solidariedade entre marxistas e libertários. Este lançamento da Editora Unesp tem justamente como objetivo salientar a solidariedade histórica entre militantes anticapitalistas de todas as vertentes.

Para isso, Olivier Besancenot e Michael Löwy se colocam sob o signo da I Internacional, fundada em 1864, uma associação pluralista que conheceu em seus primeiros anos convergências entre suas correntes mais radicais. Assim, descrevem a trajetória dos movimentos sociais privilegiando uma característica geralmente ignorada: a fraternidade entre seus combatentes, as alianças e solidariedades atuantes entre anarquistas e marxistas. Da Comuna de Paris até nossos dias, quase sempre em meio a enfrentamentos sangrentos, é uma história na qual figuram Louise Michel e Rosa Luxemburgo, Walter Benjamin, André Breton e Daniel Guérin, chegando até ao subcomandante Marcos e aos altermundistas.

Desde uma perspectiva ecossocialista e libertária, Besancenot e Löwy discutem a ‘tomada do poder’, o próprio ecossocialismo, a planificação, o federalismo, a democracia direta, a relação sindicato/partido. Obra sensível, Afinidades revolucionárias defende que o campo revolucionário pode ser portador da mesma esperança de mudança anticapitalista, feminista, antirracista e democrática. Ou, nas palavras dos autores, o livro é escrito na esperança de “que o futuro seja vermelho e negro: o anticapitalismo, o socialismo ou o comunismo do século XXI deverá sorver nessas duas fontes de radicalidade. Queremos semear alguns grãos de marxismo libertário, na esperança de que encontrem um terreno fértil para crescer e produzir folhas e frutos”.

Os debatedores que participaram do lançamento do livro pela ordem:

Michel LöwyMichael Löwy é diretor emérito do Centre National de la Recherche Scientifique, na França, pesquisador da história do marxismo na América Latina. Pela Editora Unesp, já publicou, junto com Besancenot, Che Guevara: uma chama que continua ardendo (2009).

Isabel LoureiroIsabel Loureiro é graduada em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná (1974), mestrado (1984) e doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1992). Professora aposentada do Departamento de Filosofia da Unesp (2005). Ex-presidente (2004-2011) e atual colaboradora da Fundação Rosa Luxemburgo.

Fabio Querido MascaroFabio Mascaro Querido é doutor em sociologia pela Unicampa, com estágio doutoral realizado na École des Hautes Études en Sciences Sociales (França), e pós-doutorando em Ciência Política pela USP. Autor do livro Michael Löwy: marxismo e crítica da modernidade (São Paulo: Boitempo/Fapesp, 2016).

Francisco Foot HardmanFrancisco Foot Hardman é professor de estudos literários na Unicamp e pesquisador dos movimentos culturais e políticos da classe operária, em especial em suas vertentes libertárias e socialistas. Entre seus livros, publicou, pela Editora Unesp, em 2002, Nem pátria, nem patrão! Memória operária, cultura e literatura no Brasil.

FONTE: Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp

Livro sobre agriculturas camponesas na América Latina está disponível para download

Publicação em espanhol tem artigos de professores da Unesp

Agência FAPESP – O livro Agriculturas campesinas en Latinoamerica: propuestas y desafios, produzido no âmbito do Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, está disponível para download gratuito.

A publicação tem participação de professores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), do campus de Presidente Prudente.

Antonio Thomaz Júnior escreveu o artigo Movimiento territorial del trabajo en el campo y de la clase trabajadora, no qual aborda as mudanças que têm ocorrido no âmbito do trabalho no campo desde a década de 1980.

“O movimento de territorialização, desterritorialização e reterritorialização de trabalho no Brasil, portanto, sua própria dinâmica geográfica, nos permite compreender a realidade das famílias trabalhadoras camponesas, dos incontáveis contingentes de trabalhadores e trabalhadoras saídos dos centros urbanos, que carregam formações e conteúdos socioculturais distintos, mas que especificam o conflito de classes e criam/constroem em seu interior os territórios de resistência”, disse Thomas Júnior.

O pesquisador coordena o Projeto Temático “Mapeamento e análise do território do agro-hidronegócio canavieiro no Pontal do Paranapanema – São Paulo – Brasil: relações de trabalho, conflitos e formas de uso da terra e da água, e a saúde ambiental”, apoiado pela FAPESP.

No artigo Cuando la agricultura familiar es campesina, Bernardo Mançano Fernandes destaca a importância estratégica da agricultura camponesa para garantir a soberania alimentar e analisa como a produção teórica no setor é influenciada e influencia as políticas de desenvolvimento territorial no campo.

O livro pode ser lido em: http://editorial.iaen.edu.ec/wp-content/uploads/2014/12/Agriculturas-campesinas-propuestas-y-desaf%C3%ADos-web.pdf.

FONTE: http://agencia.fapesp.br/livro_sobre_agriculturas_camponesas_na_america_latina_esta_disponivel_para_download/20520/

Universidades paulistas entram em greve contra arrocho salarial

Decisão da USP, Unicamp e Unesp ocorre após reunião sem solucão com o Cruesp

Por Redação

Professores, funcionários e alunos da Universidade de São Paulo (USP) entrarão em greve por tempo indeterminado a partir de terça-feira (27). A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) também aderiram à paralisação. O motivo é o congelamento de salários anunciado na quarta (21) pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), composto pelas reitorias das três universidades paulistas.

O Cruesp comunicou em reunião que haveria 0% de reajuste nos salários e o fim das negociações. No mesmo dia, professores e funcionários da USP definiram o início da greve e foram seguidos pelos alunos, que realizaram assembleia na parte da noite.

A Unicamp aderiu à greve, após assembleia realizada na tarde de quinta-feira (22). Os funcionários já entraram em greve a partir desta sexta (23) e os professores começam a paralisação, assim como na USP, a partir de terça (27). Já a Unesp, segundo informações passadas nesta sexta (23) à tarde pela assessoria de comunicação, tem 13 de seus campi ao menos parcialmente paralisados. Outros 21 campi da instituição ainda funcionam normalmente e assembleias ainda acontecem em todas as unidades para deliberar sobre a greve.

Segundo comunicado divulgado pelo Cruesp, “os níveis de comprometimento do orçamento com a folha de pagamento passaram a ser 95,42% na Unesp, 97,33% na Unicamp e 105,33% na USP”. Assim, as discussões salariais foram postergadas para setembro e outubro. O Conselho se comprometeu a agendar reuniões mensais com a Comissão Técnica para acompanhar a situação financeira das universidades.

A USP é a universidade com o orçamento mais prejudicado. No mês de abril, o reitor Marco Antonio Zago divulgou uma carta a docentes, funcionários e alunos, em que explica a crise financeira pela qual a instituição passa e anuncia que “todas as novas contratações de pessoal foram suspensas por tempo indeterminado, incluindo as substituições de aposentados ou demitidos. Novas construções tiveram que ser suspensas, sem consideração de prioridade ou interesse acadêmico”.

Uma audiência pública sobre a crise financeira nas universidades estaduais paulista foi marcada também para a terça (27), na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, às 14h.

Após a decisão dos professores da USP, os estudantes do campus em São Paulo também realizaram assembleia e decidiram por greve geral “em defesa da universidade pública e em apoio aos funcionários e professores”.

FONTE: http://www.carosamigos.com.br/index.php/cotidiano-2/4153-universidades-paulistas-entram-em-greve-em-protesto-a-arrocho-salarial