Waldir Maranhão ratifica o que eu disse: viramos uma “Banana Republic”

O presidente interino da Câmara de Deputados, Waldir Maranhão (PP/MA) resolveu “surpreender” de novo e aos 20 minutos desta 3a. feira publicou um ofício anulando a sua própria anulação das sessões que votaram pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A estas alturas penso que o estrago na credibilidade do processo de impeachment já foi feito, retirando de Michel Temer o pouco da aura democrática que ele procurava reclamar para este processo digno de uma república bananeira.

Agora com as ações aparentemente desconexas de Waldir Maranhão, o que temos é a explicitação de que estamos em meio a um óbvio e flagrante golpe de estado via parlamentar. Mas, como já disse em minha postagem anterior, com fragilidades tão profundas que é ofensivo aos golpistas do Paraguai e de Honduras qualquer comparação com o que está ocorrendo por aqui.

E relembrando Carmen Miranda, eu diria que “Yes, we are a Banana Republic”

Joaquim Barbosa direto e reto: o Brasil como “laughing stock”

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Não sou de longe um fã do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. Mas por um desses acasos do destino, a minha análise dos efeitos práticos da decisão do presidente em exercício da Câmara de Deputados,  Waldir Maranhão, sobre o processo de impeachment de Dilma Rousseff coincide com a de Joaquim Barbosa. 

É que eu também acho que a bomba armada por Waldir Maranhão vai acabar explodindo no colo dos 11 ministros do STF que permitiram que Eduardo Cunha conduzisse o processo de impeachment de Dilma Rousseff no peito e na marra, enquanto elas e eles faziam cara de paisagem.

E também concordo, como já mostrei aqui mesmo neste blog, que o Brasil tem tudo para virar um “laughing stock” mundial por causa das infindáveis trapalhadas que marcam a tentativa de remover Dilma Rousseff do poder via um impeachment paraguaio/hondurenho.  Para quem não sabe, a expressão “laughing stock” significa “someone who does something very stupid which makes other people laugh at them“, ou em bom português, “alguém que faz alguma coisa muito estúpida que os torna motivo de riso para outras pessoas”. Mais claro do que isso, impossível!

Segundo Joaquim Barbosa, Maranhão jogou STF na fogueira

Jornal GGN – O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa avalia que o deputado Waldir Maranhão joga o STF na fogueira, ao anular a decisão de impeachment contra a presidente Dilma. 

 
O jurista usou sua conta o Twitter para declarar que com a decisão do presidente interino da Câmara dos Deputados, a corte Suprema será obrigada da analisar os “vícios jurídicos” do rito.
 
Veja os twittes que o ex-ministro publicou há poucos minutos no seu perfil:
 
Sabem o que mundo inteiro deve estar pensando sobre nós, brasileiros? “A laughing stock”, muitos devem estar achando…
 
Dificilmente a inesperada decisão de Waldir Maranhão escapará ao crivo do STF, qualquer que venha a ser o seu desfecho. Por que?
 
Porque ela aponta “vícios jurídicos” no rito do processo de impeachment. Ou seja, matéria da alçada do tribunal.
FONTE: http://jornalggn.com.br/noticia/segundo-joaquim-barbosa-maranhao-jogou-stf-na-fogueira#.VzDfbAiSrEs.facebook

Repercussão imediata na mídia internacional mostra que Waldir Maranhão já teve êxito na sua manobra

O amplo esperneio dentro do congresso nacional e da mídia corporativa brasileira contra a decisão do presidente em exercício da Câmara de Deputados, Waldir Maranhão (PP/MA) pode até resultar na reversão da decisão. 

Agora, uma coisa é certa: o estrago para Michel Temer já está feito e é irreversível, tornando seu eventual governo (ou seria (des) governo?) prisioneiro de forças políticas que ele pessoalmente não terá como controlar.

Como posso afirmar isso? Ora, eu já fiz o que ando fazendo toda vez que preciso medir o pulso real da situação política brasileira!  Fui nos sites dos principais veículos da imprensa mundial para ver se e como a decisão de Waldir Maranhão estava sendo repercutida. E como os leitores deste blog poderão ver pelas imagens abaixo, a reação foi rápida e contundente.  

O que veículos como a BBC, a CNN, o The Guardian, o New York Times e o El País estão dizendo que a partir da anulação do impeachment por Waldir Maranhão, a situação política brasileira fez uma imersão definitiva no caos, com resultados imprevisíveis.  E isto é, de fato, o que aconteceu.

Agora, imaginem um desses CEOs de alguma multinacional interessada em vir para o Brasil nos próximos meses tendo essas matérias produzidas por veículos que para eles são mais bem informados e críveis do que os jornalões brasileiros pró-golpe (quer dizer, impeachment). Será que alguém com um mínimo amor ao cargo vai querer investir um centavo no Brasil num ambiente que beira o caos completo? Me parece que não. É que ninguém quer seguir o mesmo caminho trágico da CEO da Anglo American, Cynthia Caroll, que caiu no conto do vigário das minas de ferro de baixa qualidade que o ex-bilionário Eike Batista empurrou a ela a preço de ouro em Conceição do Mato Dentro (MG).

E atrair o capital multinacional para se apossar de estatais e da infraestrutura construída nos últimos 12 anos é justamente o motivo central do golpe/impeachment. É a própria “raison d’être” deste impeachment paraguaio/hondurenho!

Agora que o gênio foi posto para fora da garrafa, aguardemos os próximos capítulos dessa novelona mexicana. É certo que seguirá o modelo comédia/tragédia, com a  tragédia sobrando certamente para os trabalhadores e a juventude. A ver!

 

 

Como havia prometido, Waldir Maranhão causa a “mãe de todas as surpresas”

O presidente em exercício da Câmara de Deputados, Waldir Maranhão (PP/MA) prometeu ao assumir o cargo que iria surpreender aos que duvidam dele (Aqui!).  Eu mesmo achei que Maranhão, um aliado de primeira hora do afastado Eduardo Cunha, estava só tentando fazer firula, já que como membro do baixo clero ele é uma figura dotada de pouca capacidade de surpreender qualquer um que seja.

Mas não é que hoje Maranhão resolveu provar que estava falando ao sério e decidiu de “chofre” anular o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff! Essa decisão bombástica já está causando um verdadeiro terremoto político e econômico, visto que expõe de vez a natureza golpista do impeachment que foi orquestrado por Michel Temer, tucanos, demos et caterva.

Até o assessor parlamentar mais ingênuo nos corredores de Brasília sabe que essa impugnação tem pouco efeito prático no processo de impeachment em si, e Waldir Maranhão deve saber disso muito bem. Agora, o que esse ato de anular a sessão que aprovou o impeachment  e convocar outra serve de fato é para revelar de vez que estamos em meio a um golpe paraguaio/hondurenho.

A verdade é que a partir da decisão de Waldir Maranhão de anular o ritual imposto na Câmara de Deputados por um presidente, que depois foi afastado “ad eternum” do cargo por uma decisão unânime do Supremo Tribunal Federal,  Michel Temer ficará desprovido de qualquer pecha de legitimidade.  E esse fato básico criará toda sorte de embaraço para que Temer aplique seu saco de maldades contra o povo brasileiro. E, sim, jogou uma tremenda batata quente para o colo dos 11 ministros do STF. É que para anular a decisão de Maranhão, eles terão de levar em conta o destino de Eduardo Cunha. Em suma, é o que os gringos denominam de “catch 22“, ou em bom português, se ficar o bicho come, se correr o bicho pega.

Por essas e outras, é que Waldir Maranhão já passou para a história política brasileira. Ele será lembrado como o deputado que golpeou o golpe, e causou a “mãe de todas as surpresas”.