
Em meio ao mimimi do impeachment que os derrotados inconformados insistem em pregar, há outro ainda mais grotesco.. o da indignação seletiva. É duro ter que ver gente que sempre comeu na mão de governantes transformada em membros de um clã de indignados que querem forçar um golpe de estado no Brasil… seja ele de que tipo for.
Essa indignação seletiva é apenas uma das marcas de um tipo de gente que se pretenda fina, e que deve achar que todo o resto dos brasileiros são verdadeiros trouxas, e que nem vivemos num período histórico em que raramente as máscaras ficam postas por muito tempo.
Agora, quando a coisa se trata da mídia corporativa que abocanha anualmente bilhões de reais em anúncios governamentais, a coisa é ainda pior. É que a mesma voz que ladra, é aquela que muitas vezes ajuda a ladrar, evadir e tungar os cofres governamentais. Do jeito que a coisa vai, vou acabar achando que tem grupo de mídia à beira da falência, e que toda essa indignação seletiva serve apenas para servir a governantes que entrem no poder sem o crivo de eleições, o que os torna naturalmente dependentes de notícias “amigas”. Isto já ocorreu durante o regime militar instalado de 1964 quando houve um casamento explícito entre grupos de mídia e a ditadura militar. E é provável que alguns proprietários devem estar saudosos dos tempos em que sorviam recursos públicos para esconder os crimes que estavam sendo cometidos contra o povo brasileiro.
Por essas e outras é que eu fico aguardando o dia em que Dilma Rousseff resolverá cortar todas as verbas federais para a mídia corporativa. Mas, por via das dúvidas, esperarei sentado.