A tocha olímpica chegou no Brasil, mas enquanto isso no Rio de Janeiro tudo está sendo colocado nas trevas

A chegada da tocha olímpica ocorreu nesta 3a. feira (03/05) sob pompa e circunstância como mostram as imagens abaixo. Mas a pergunta que se coloca imediatamente é a seguinte: a qual custo para o Brasil e, em especial, para o estado e a cidade do Rio de Janeiro?

Ainda que seja impossível se dimensionar o custo financeiro da aventura olímpica, no Rio de Janeiro já emergem sinais evidentes de que essa brincadeira não vai sair barata.  A total paralisia de serviços públicos essenciais como saúde, educação e segurança pública já dá mostras de que a crise instalada é profunda.

No mesmo momento em que a tocha era acesa pela presidente que está em vias de sofrer um golpe parlamentar, membros da comunidade universitária da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) se manifestavam contra o virtual fechamento do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) que presta incontáveis serviços à população do Rio de Janeiro e até recentemente servia para formar novas gerações de excelentes médicos em suas residências altamente concorridas.

Ao final do dia a manifestação se deu em Campos dos Goytacazes onde professores, estudantes e servidores da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) num gesto de resistência contra as trevas organizaram uma vigília para iluminar a Casa de Cultura Villa Maria, um dos símbolos arquitetônicos da cidade, que foi colocada nas trevas por uma dobradinha entre o (des) governo do Rio de Janeiro e a concessionária Ampla Energia, subsidiária de uma empresa italiana.

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A verdade é que a contradição entre a pompa que cerca a tocha olímpica e o estado de miséria absoluta que cerca duas das melhores universidades brasileiras é altamente reveladora do que as elites deste país querem para a maioria da população pobre que nele vive.   Tanto isto é verdade que aquelas hordas que vestiram a camisa da CBF para demandar o impeachment de Dilma Rousseff agora assistem impávidas a destruição do sistema universitário fluminense.

E se a Uerj e a Uenf perguntarem por quem soam as panelas, eu responderei: podem ficar calmas,porque elas não soam por ti!

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