
Por Douglas Barreto da Mata
Vou repetir mil vezes, todos os partidos e políticos têm direito ao seu cálculo político, às alianças e adesões. Seja qual for o motivo for. O que não se pode é tomar a todos por burros, escondendo interesses inexplicáveis, ou atitudes incoerentes com aquilo que pregam.
Se os petistas campistas e o pessoal da Delegada Madeleine dizem que o atual prefeito anda em todos os lados, o que eu nem acho ruim para a biografia dele, o que dizer da incomum e estranha “união” do PT de Campos com a extrema-direita e seus padrinhos políticos.
Hoje tivemos uma dose dupla de afagos, onde o PT de Campos, nas pessoas de seu candidato Professor Jefferson Azevedo e da deputada estadual Carla Machado, vestiu a camisa desta extrema-direita. Uma cena grotesca e surreal.
Enquanto, de um lado, Jefferson, o candidato a prefeito entrava com uma ação, patrocinada pelo mesmo advogado do grupo da extrema-direita, inclusive foi esse advogado que acompanhou o bombeiro reformado, e segurança desse mesmo pessoal, e que é suspeito de assassinar um trabalhador de entregas, de outro lado, a deputada traía esse mesmo Jefferson, declarando apoio à candidata da extrema-direita.
Na declaração de apoio, a deputada fez questão de elogiar e defender a gestão de Rafael Diniz, que até já foi execrado pela própria Delegada Madeleine, a qual a deputada estava aderindo, Ou seja, uma confusão tremenda. Afinal, em quem o eleitor do PT deve votar? E mais: Rafael é ou não é referência para o PT, para a deputada, para o Professor Jefferson e para a Delegada Madeleine?
Eu falo estas perguntas diretamente à coordenação de campanha do PT, nas pessoas do decano Luciano D’Angelo, do ilustre professor José Luís Vianna da Cruz, e de tantos outros dedicados a tornar o Professor Jefferson um candidato palatável.
Eu sentiria pena do Professor Jefferson, afinal, ele foi a última escolha, já que essa mesma coordenação apostava na possibilidade de que a deputada pudesse obter um milagre jurídico, e mesmo depois de não consumado o milagre, esperavam que senhora parlamentar viesse a se engajar para transferir seu capital de votos para o Professor Jefferson. Mas depois de ver o papel que ele cumpriu na data de hoje, funcionando como uma marionete do grupo da extrema-direita, acho que ele tem o tratamento que merece.
Já em relação à deputada, não esperava nada diferente do que ela sempre fez.
E o PT de Campos? Do jeito que vai, o jeito vai ser desejar um sonoro e lamentoso “rest in peace” (ou em bom português, descanse em paz). Na linha do “temos a tristeza de comunicar o falecimento, na data de hoje, do PT de Campos dos Goytacazes, por falência múltipla de sua vida interna, resultado de agressões violentas de grupos externos. O velório será a partir da madrugada de hoje, na Capela do Cemitério do Caju, e o sepultamento, dia 6 de outubro. O falecido não deixou herdeiros políticos, nem capital político nenhum”.