Dossiê aponta ameaças ao direito humano à água em comunidades afetadas pelo projeto Minas-Rio

As denúncias dos impactos dos grandes projetos de mineradoras em Minas Gerais ganham reforço com o lançamento do dossiê “Ameaças e violações ao direito humano à água em Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas”.

O relatório, produzido pelo Coletivo Margarida Alves de Assessoria Popular, traz de forma detalhada os danos causados pelo Projeto Minas Rio às comunidades dos dois municípios mineiros, resultado de uma pesquisa sobre o conflito minerário na região, desenvolvida entre dezembro de 2015 e maio deste ano. Além de visitas às comunidades, foram feitas análises de inquéritos civis instaurados pelo Ministério Público Estadual, relacionados a violações do direito humano à água.

O trabalho foi realizado com o apoio de lideranças locais, moradores/as e organizações como o coletivo REAJA, Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Cáritas Brasileira e o MAM – Movimento Pela Soberania Popular na Mineração, o documento aponta graves ameaças causadas pelo empreendimento da mineradora Anglo American, como a diminuição e destruição de nascentes, restrição do acesso à água pela população, escassez de água para a atividade de cultivo e ausência de qualidade da água na região.

Ao final do dossiê, há recomendações aos Ministérios Públicos estadual e federal, ao Estado de Minas Gerais e ao Conselho Nacional de Justiça no sentido de fiscalizar os danos causados às comunidades atingidas pelo Projeto Minas Rio e buscar responsabilização para a mineradora Anglo American, que tenta iniciar a Fase 3 do empreendimento, garantindo mais 28 anos de exploração minerária da região.

Acesse o dossiê completo (Aqui!)

FONTE: https://www.facebook.com/atingidospelavale/?hc_ref=NEWSFEED&fref=nf

Atingidos pelo Projeto Minas Rio sofrem nova truculência da Anglo

Comunidades de Conceição do Mato Dentro (MG), atingidas pelo projeto Minas Rio da Anglo American, realizaram uma manifestação no dia 8 de agosto pedindo um reassentamento coletivo e agora a Anglo tenta criminalizar moradores. As comunidades rurais atingidas já tem seus direitos tolhidos pela Anglo desde o início das obras da mina e mineroduto, que entraram em operação em 2014. Sofrem com assoreamento e contaminação dos cursos d’água, poluição do ar, aumento da violência do município e desde o rompimento da barragem Fundão da empresa Samarco, sofrem com o medo agravado de um rompimento similar à Bento Rodrigues, em Mariana. As comunidades vivem a poucos quilômetros abaixo da barragem. Em caso de rompimento, elas teriam um tempo ainda menor para se salvarem do que teve a comunidade que ficou absolutamente destruída pela barragem Fundão.

A ação do dia 8 de agosto aconteceu de forma pacífica, com o fechamento da rodovia estadual MG-10. Os moradores atingidos não chegaram a entrar em nenhuma área da Anglo. Fizeram um fechamento de via pública, mas a empresa age como se a rodovia fosse sua propriedade. Os atingidos de Conceição do Mato Dentro afirmam: “não queremos ser uma Bento Rodrigues”.

A Anglo respondeu dias depois de uma forma extremamente truculenta: com ações de interdito proibitório contra alguns moradores. Não é a primeira vez que a empresa faz isso. No ano passado comunidades atingidas pelo projeto realizaram fechamento da mesma rodovia, denunciando os impactos do mineroduto, a falta de água potável e a poeira constante e a Anglo novamente entrou com ações contra a comunidade, que não foram levadas adiante pelo juiz da Comarca.

Agora novamente a Anglo tenta outra ação para limitar a manifestação, intimidar e tentar minar a organização dos atingidos. As comunidades sofrem violações de Direitos Humanos há anos pela implementação deste projeto. E quando decidem exercer um direito legítimo de se manifestar, a Anglo tenta criminalizar o que ainda lhes resta: o direito à manifestação, o direito de se indignar contra os abusos e absurdos que a empresa comete e o direito a buscarem um local de moradia seguro.

Eles não decidiram viver abaixo de uma enorme barragem de rejeitos de minério, a Anglo que decidiu construir uma barragem a poucos quilômetros de suas casas e com a total anuência do Estado de Minas Gerais, que garantiu o licenciamento do projeto.

Pelo garantia do reassentamento coletivo das comunidades à jusante da barragem de rejeitos da Anglo!

Pelo direito de se manifestar livremente!

Pelo direito de auto-organização dos atingidos e atingidas!

Por um país soberano e sério! Contra o saque dos nossos minérios!

FONTE: https://www.facebook.com/notes/mam-movimento-pela-soberania-popular-na-minera%C3%A7%C3%A3o/atingidos-pelo-projeto-minas-rio-sofrem-nova-trucul%C3%AAncia-da-anglo/1241387052570526

Moradores bloqueiam estrada para protestar contra a Anglo American em Minas Gerais

cmd

Repetinfo o que fizeram no início de Maio deste ano (Aqui!), moradores atingidos pelas atividades da mineradora Anglo American exigem o reassentamento paralisam a rodovia MG 10 no município de Conceição do Mato Dentro (MG).

Os atingidos pelas atividades da Anglo American consideram como única alternativa viável para aqueles que estão com suas vidas ameaçadas seja pela ausência de água ou pela  área de risco gerado pela barragem de rejeitos da mineradora.

A paralisação da MG 10 ocorre desde 5 horas da manhã desta segunda feira, dia 08 de agosto.

Rede que defende atingidos da Anglo American mostra que moradores de regiões de próximas de barragens de rejeitos da mineradora temem repetição de Mariana

Comunidades rurais não confiam em sistema de alerta de barragem de rejeitos da mineradora Anglo-American

 “Não queremos ser mais uma Bento Rodrigues”   e  “queremos dormir sem precisar sair correndo sem rumo” foi a resposta dos moradores da comunidade e São José do Jassém, município de Alvorada de Minas, à proposta de um sistema de segurança para uma barragem de rejeitos da mineradora Anglo American na reunião ocorrida dia 27 de julho de 2016. O plano visa a instalação de uma sirene e rotas de fuga para facilitar o resgate dos moradores rurais localizados abaixo do empreendimento. O volume desta barragem será de 380 milhões de metros cúbicos, seis vezes maior do que a da Fundão da SAMARCO (Vale, BHP Billiton) no município Mariana, Minas Gerais, que rompeu em novembro de 2015, retirando 19 vidas, deixando centenas famílias desabrigadas e um lastro de destruição ao longo de mais de 600 km no Vale do Rio Doce.

 Um agravante no caso da barragem da Anglo American é o fato que existem, além da Comunidade de Jassém, os povoados Água Quente e Passa Sete, município de Conceição do Mato Dentro,  na área de risco imediato do empreendimento. Desde 2008 , com o início da instalação do empreendimento minerário, estas comunidades sofrem com a degradação e poluição que impossibilitou o consumo da água do Córrego Passa Sete e tornou a comunidade dependente do caminhão pipa. Já em 2014 – antes de finalizado licenciamento ambiental – o vazamento de produtos químicos da barragem de rejeitos provocou a morte de alguns bezerros que tomaram da água contaminada e de todos os peixes do Córrego Passa Sete que atravessa os povoados.

 Na reunião, os moradores também denunciaram outras violações das quais são vítimas nos últimos anos, tais como a intimidação através de seguranças da empresa mineradora que procura criminalizá-los pela retirada de lenha nas imediações do distrito do Jassém e outros usos tradicionais do rio que jamais configuraram uma ameaça ao ecossistema como as atividades devastadoras da mineradora.

Em relação à instalação da sirene pretendida pela Anglo American os representantes da comunidade Jassém criticam a política de informação e a relação com a comunidade adotada pela empresa, já que a mineradora tentou impedir que as outras comunidades supracitadas fossem  convidadas para a reunião ocorrida no dia 27 de julho. Além disso, a comunidade manifestou o seu interesse em conhecer os estudos que indicam o tempo de deslocamento da lama desde a barragem até cada uma das comunidades, em caso de rompimento, dados não informados pela empresa.

A ineficiência da instalação da sirene para garantir a segurança da comunidade que possui distribuição dispersa das moradias e dos estabelecimentos rurais, a presença de escolas, assim como o grande número de idosos e crianças, que, freqüentemente, ficam sozinhas nas suas casas foi apenas um dos argumentos utilizados pela população para repudiar a medida proposta pela mineradora. Indignados, os moradores exclamaram frases como  “sirene não é alternativa de segurança”, “sirene é para bandido” e “não queremos ser tratados como ratos de laboratório”. O único meio para evitar a exposição ao risco de uma catástrofe ainda maior do que em Mariana será o reassentamento da comunidade. Entretanto, esta alternativa foi prontamente rechaçada pela mineradora sob a justificativa vaga de “que esta hipótese não está prevista pela empresa”.

A postura da Anglo American mostra, de acordo com os moradores e seus apoiadores, que as mineradoras ainda não estão dispostas a aprender a lição do desastre tecnológico causado pela SAMARCO, que configura um cenário de crime ambiental e homicídio doloso causado pela negligência calculada na busca de diminuição de custos. Trata-se de uma forma de racismo ambiental em que os lucros dos acionistas valem mais do que as vidas das populações rurais tradicionais. Cabe lembrar que o caso da SAMARCO é apenas o mais grave de uma série de oito rompimentos de barragens em Minas Gerais, causando inúmeros danos ambientais e vítimas fatais.

REAJA- REDE DE ARTICULAÇÃO E JUSTIÇA AMBIENTAL DOS ATINGIDOS PELO PROJETO MINAS-RIO DA ANGLO AMERICAN

 
 

Atingidos pela Anglo American em Alvorada de Minas e Conceição do Mato Dentro bloqueiam estradas em protesto

Nas últimas semanas, dois protestos de moradores de comunidades afetadas pela mineradora Anglo American, no município de Conceição do Mato Dentro, marcam reivindicações dos atingidos pela resolução de problemas relacionados à mineração na região.

No dia 26 de abril, membros das comunidades de Itapanhoacanga, Jassém, Barbeiro e Arrudas paralisaram a estrada MG-10, próximo ao trecho de Itapanhoacanga, reivindicando à mineradora asfaltamento do trecho da MG-10 entre o Córrego Pereira e Mato Grosso, redução do alto nível de poeira produzida pelo trânsito intenso de caminhões e carretas da empresa, além de oportunidades de emprego para moradores da região.

Nesta segunda-feira, 02 de maio, membros do povoado de Água Quente bloquearam a entrada da Anglo American, por volta das 05:00h, depois de ficarem todo o final de semana sem água. Os manifestantes fizeram boletim de ocorrência descrevendo a situação de risco em que vivem, devido à proximidade da barragem de rejeitos, além do grave problema de falta de água e outros prejuízos  relacionados à atividade minerária na região. Em resposta, a Anglo marcou reunião para a tarde do dia 03 de maio, para discutir a questão.

itaponhoacangaManifestação na MG-10. Povoado Itaponhoacanga 26/04/2016. Créditos da foto: Arquivo REAJA

manifestação água quenteManifestação na MG-10. Povoado Água Quente 02/05/2016. Créditos da foto: Arquivo REAJA

 Recurso administrativo da REAJA ao COPAM

A luta dos atingidos pela mineradora Anglo American ganha novos capítulos. No dia 19 de abril, a REAJA (Rede de Articulação e Justiça Ambiental dos Atingidos pelo Projeto Minas-Rio) solicitou à Câmara Normativa e Recursal do COPAM (Conselho Estadual de Política Ambiental) uma explicação para a ausência de julgamento do recurso feito à L.O. (licença de operação) concedida à Anglo American, pendente desde 03/11/2014, sem sequer ter sido discutido pelo conselho. O recurso administrativo em questão baseia-se nas inúmeras irregularidades do licenciamento, dentre as quais o reiterado desconhecimento, pela empresa e órgão licenciador, do significativo universo de comunidades rurais atingidas pelo empreendimento e o descumprimento de condicionantes.

Em ofício ao COPAM, protocolado no dia 20 de abril de 2016, a REAJA solicita ao Conselho o cumprimento do pedido de controle de legalidade, sob o risco de penalizações por crimes contra a administração ambiental. A  REAJA observa que sequer o pedido de efeito suspensivo contido no recurso foi analisado até a presente data. Além disso, apesar de não responder aos reiterados pedidos de controle de legalidade feitos pelas comunidades, o COPAM pautou e julgou, ao longo de 2015, o pedido de expansão da frente de lavra da empresa Anglo American, o que  agrava a situação e perpetua o sofrimento das comunidades atingidas.

Esquemas de irregularidades e corrupção no licenciamento ambiental em Minas Gerais são investigados  

Irregularidades no licenciamento similares às apontadas pela REAJA no caso da Anglo American vem se mostrando recorrentes nos processos de licenciamento ambiental em Minas Gerais. No dia 25 de abril de 2016, a Justiça acatou pedido do Ministério Público de Minas Gerais e determinou o afastamento da superintendente da SUPRAM Leste, Maria Helena Batista Murta. A investigação apontou irregularidades no licenciamento ambiental de empreendimento instalado em unidades de conservação de Ouro Preto. A superintendente foi acusada de cometer crimes contra a flora, a administração ambiental e a fé pública, além de associar-se de forma criminosa a uma mineradora, interessada na implantação de empreendimento nos municípios de Ouro Preto, Itabirito e Santa Bárbara.

O ex-secretário de meio ambiente, Adriano Magalhães, e mais quatro ex-funcionários da SEMAD são, desde novembro de 2014, réus em uma ação, suspeitos de prevaricação. A denúncia alega que eles “associaram-se para o fim específico de cometer crimes, retardar e deixar de praticar, indevidamente, atos de ofício para satisfazerem interesses pessoais e de terceiros”. Sob o comando do ex-secretário, autos de fiscalização e infração emitidos contra a mineradora MMX, de Eike Batista, teriam sido ocultados, facilitando a emissão das licenças ambientais, afirma o MP. Tais ações também teriam impedido a interrupção das atividades da empresa. Os documentos também não eram lançados no sistema público de informações ambientais. Adriano Magalhães foi titular do Meio Ambiente durante a gestão do ex-governador Antonio Anastasia (PSDB.) Os outros funcionários são Maria Cláudia Pinto (ex-Subsecretária Estadual de Gestão), Luciano Junqueira de Melo (ex-Coordenador do Núcleo de Atendimento a Projetos Públicos e Privados da Subsecretaria Estadual de Gestão), Anderson Marques Martinez Lara (ex-Diretor Técnico e Superintendente Regional de Regulação Ambiental da Central Metropolitana) e Diogo Koiti de Brito (Superintendente Regional de Regulação Ambiental da Central Metropolitana).

No caso da Anglo American   a relação promiscua que o empreendedor impôs  ao licenciamento ambiental foi objeto de denuncia realizada pelos próprios técnicos do órgão ambiental através do sindicado da categoria.  Por meio da  denuncia  anexada ao processo de licenciamento ambiental (processo COPAM Nº 00472/2007/004/2009 – fls. 6764) os técnicos descreveram que vinham “sofrendo enorme interferência política com assédio moral da equipe técnica responsável pelo parecer para que o mesmo seja aprovado, de qualquer forma (…)” Saiba mais sobre esse caso clicando aqui

Fonte: http://conflitosambientaismg.lcc.ufmg.br/noticias/atingidos-pela-anglo-american-em-alvorada-de-minas-e-conceicao-do-mato-dentro-bloqueiam-estradas-em-protesto/

Moradores afetados pelo projeto Minas-Rio fecham estrada para exigir atendimento de demandas

Uma manifestação ocorreu no dia 26 de Abril de 2016 na rodovia MG-10, no trecho que liga as cidades de CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO e SERRO. Entre outras demandas, o  movimento reivindicou o término do asfalto no trecho que compreende o distrito denominado Mato Grosso e a entrada do empreendimento da Anglo American; a diminuição da poeira, enquanto a obra não é realizada; e a oferta de postos de trabalho para moradores do Distrito de Itapanhoacanga pelo projeto Minas-Rio.

O evento contou com aproximadamente 70 pessoas. Dentre elas havia presença da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), Polícia Rodoviária Militar e Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), além da participação de representantes da Anglo American. Todo o protesto ocorreu de forma pacífica, iniciando-se as 03:00 h e finalizando as 12:00 h.

Um dos responsáveis pela organização e morador do distrito de Itapanhoacanga, Sr. BHILL afirmou não se identificar como líder, dizendo que todos tinham presença fundamental no movimento, conduzindo de forma ordeira e objetiva dentro de suas responsabilidades. Cabe ressaltar que carros do serviço de saúde intermunicipal e pessoas enfermas eram liberados para passagem.

Como esperado, a manifestação não surtiu efeitos imediatos no sentido de providências para as reivindicações. Contudo, uma reunião foi marcada para a próxima sexta-feita (29 de Abril) com os principais envolvidos. Neste sentido, o movimento alcançou o seu objetivo principal que era chamar atenção da Anglo American edas  autoridades competentes, para que estes possam apresentar propostas e soluções eficientes para os moradores de Itapanhoacanga.

Leitor aborda crise do desemprego gerado pela agonia da Anglo American em Minas Gerais

anglo-1

No dia 27/02/2016 publiquei uma material que me foi enviado por um leitor de Conceição de Mato Dentro (MG) que narrava as causas da agonia em que a mineradora Anglo American se encontra neste momento em suas operações em território mineiro (Aqui!).

Pois bem, agora outro leitor que reside em Conceição do Mato Dentro me enviou o outro lado da moeda que são as consequências sociais da situação vivida pela Anglo American. E pelo que pode se depreender da narrativa que segue abaixo, o processo de demissões que assolam os empregados da Anglo American está contaminando empresas que prestam serviços para ela.

Essas demissões representam outro ponto baixo na situação que se estabeleceu em Conceição do Mato Dentro após a chegada do grupo econômico do ex-bilionário Eike Batista que depois repassou o chamado projeto Minas-Rio para a AngloAmerican.

Agora, o que eu fico imaginando é por quanto tempo vai se tentar vender a ideia de que a crise da AngloAmerican não vai afetar o funcionamento do Porto do Açu já que a mineradora é, de fato, a principal parceira que o empreendimento efetivamente possui. A ver! 

DISPENSAS NA ANGLO AMERICAN E AFILIADAS ASSOMBRA CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO E REGIÃO

No dia 02/02/2016, representantes do sindicato METABASE de ITABIRA e região iniciaram atividades na cidade de Conceição do Mato Dentro contra a demissão de funcionários no empreendimento Minas-Rio. O METABASE realizou uma manifestação pacifica, distribuindo panfletos e transmitindo mensagens de repúdio através de veículo com amplificador sonoro, também colheu assinaturas na tentativa de reversão do quadro de demissões.

Abaixo dois dos panfletos distribuídos:

 

Por outro lado, no dia 04/02/2016 no jornal DeFato online o posicionamento da AngloAmerican em relação às demissões realizadas recentemente pela empresa.

Segue abaixo a matéria

demissões

O link para acesso à publicação está disponível Aqui!

Paralelo a isso, correm informações ainda extra-oficiais que a construtora CIAP, empresa terceirizada da ANGLO AMERICAN, demitiu cerca de 500 funcionários em Conceição do Mato Dentro, pois a empresa feito feito um planejamento equivocado, acarretando em dívidas de pagamento para mão de obra e para o comércio local.

As obras da CIAP eram realizadas no bairro BOUGANVILLE, com finalidade de construir casas populares para moradia de funcionários. As informações disponíveis indicam que a CIAP teria finalizado 70%, e que para a conclusão do restante será aberta nova licitação. Enquanto isso, um grande número de trabalhadores de CMD e região foi desempregado, e não há informações se estes receberam a compensação final da empresa CIAP.

Leitor expõe de forma didática as causas da agonia da Anglo American em MG

Recebi na manhã desta sábado (27/02) o material enviado por um leitor do blog e que aborda a situação agonizante em que se encontra a Minério de Ferro Brasil da Anglo American em suas operações em Conceição do Mato Dentro (MG).

A descrição que é feita dos problemas que afetam as atividades da “Minério de Ferro Brasil” ajuda a que possamos entender porque o mineroduto Minas-Rio acaba de ser colocado em “hibernação” pela Anglo American. Mas mais importante ainda é que a partir do que nos é revelado neste texto, a hibernação pode ser apenas o prenúncio de problemas ainda mais agudos.

E como a Anglo American é uma parceira preferencial da Prumo Logística no Porto do Açu, as repercussões negativas em São João da Barra poderão ser igualmente negativas.  É como se o Porto do Açu já não estivesse suficientemente recheado de más notícias! Sempre há lugar para mais uma!

A Agonia da Minério de Ferro Brasil

Perdida, como no mar de lama da Mineradora Samarco em Mariana, a Minério de Ferro Brasil, da Anglo American agoniza há menos de 1,5 anos após seu primeiro embarque. Uma série de erros estratégicos expõe a fragilidade das grandes organizações a definirem sua estratégia. A Minério de Ferro Brasil (a antiga Anglo Ferrous Brazil) iniciou sua operação com apenas 18 meses de licença operacional de sua mina, o que matematicamente termina em maio de 2016. Uma nova LO (licença de operação) é esperada somente para setembro, o que dará a empresa apenas mais um ano de extensão de sua mina. Em teoria esta LO não deveria ser problema pela simplicidade do processo, mas o relacionamento da empresa com a comunidade e a Prefeitura de Conceição do Mato Dentro (MG) se encaminha para uma solução que será o fim do empreendimento e o sucateamento político financeiro da região.

A estratégia de licenciamento segmentado definido pela MMX de Eike Batista foi um desastre assinado pela Anglo American. A empresa corre hoje com dois processos de licenciamento, o que eles chamam de Fase II, que dará a mina uma sobrevida de menos de 01 ano de operação, e um segundo processo, complexo, com necessidade de reassentamentos, convivência com as comunidades e alteamento de sua barragem de rejeitos, e ainda a construção de cinco diques, que são pequenas barragens.

Tudo isto pôs fim a sua ousada meta de produção de 26M toneladas de material Premium em 2016. Contatos com a companhia indicam que esta não produzirá a metade disto em 2016, devido principalmente ao atraso nas licenças e à consequente necessidade de minerar material mais duro e pobre na pequena cava licenciada.

No atual cenário de preços, isto pode indicar o fim da empresa por si só, mas somado ao seus contínuos erros estratégicos o risco é ainda maior.

(1)  A empresa não consegue manter um diálogo com a Prefeitura e com seus vizinhos. Mesas de negociação já foram definidas, mas nada disto aconteceu, informa um representante da comunidade que está preocupado com o fim da atividade na região. “O caos político e os erros da empresa vão transformar a região de Conceição do Mato Dentro em uma área abandonada”. Quem reclamava da mineração vai sentir sua falta, quem dependia dela vai perder seus empregos e investimentos.

(2) Por outro lado a empresa não consegue acertar em sua capacidade de gestão. O antigo presidente e CEO da empresa que conseguiu fazer o projeto entrar em operação deixou a empresa no final de 2015 sem nenhuma explicação clara.

Em seu lugar foi colocado um presidente “interino” que foi o mesmo executivo que esteve à frente da empresa por 08 anos cuidando das questões sociais, ambientais e de recursos humanos. Ou seja, o mesmo executivo que praticamente destruiu a empresa com erros básicos de estratégia, magicamente voltou… Este será o novo fim?

(3) A estrutura de diretoria do Minas Rio é maior que o da Vale. A Minério de Ferro  Brasil possui 9 diretores executivos, a Vale tem 07, como exemplo e a estrutura administrativa da empresa da inveja a qualquer órgão público. A maioria deles não possui experiência em mineração. Dos 09 diretores 07 são ex-consultores de uma empresa internacional a Accenture Consulting (Aqui!) e somente 01 possui o titulo de engenheiro de mineração afirmam fontes internas da empresa. O diretor responsável pela área de relacionamento com a comunidade é um francês, ou seja, entra ano e passa ano e a empresa não aprende a operar em outros territórios. Segundo fontes internas que não quiseram se identificar, os 09 executivos lutam para sobreviver, e depois da saída de Paulo Castelari em 2015 somente brigam entre si, e um impede o outro de exercer suas funções. “Eles desconhecem a realidade interna da própria organização, imagina o que passa ao seu redor”. Segundo essas mesmas fontes, alguns diretores e gerentes jamais foram nas instalações industriais.

 Com o anuncio da venda dos ativos de Níquel, Fosfato e Nióbio o que será da Minério de Ferro Brasil? Um comprador seria a melhor solução e uma saída honrosa dos ingleses deste projeto. Mas quem comprará uma operação sem mina e sem licenças? Esta é a agonia da Minério de Ferro Brasil que demonstra uma falta de liderança imensa que em conjunto com as questões locais vão gerar um prejuízo enorme para a sociedade. A “Vale” fez suas reestruturações e cortou custos no inicio da crise. Já a Anglo procura a crise. Não faz seu dever de casa, colocou um CEO interino no meio da maior crise da economia e da mineração no Brasil; além de possuir um grupo de executivos excelentes, não para trabalhar em Conceição do Mato Dentro, mas sim na sede da Microsoft.

Como na Samarco, a Minério de Ferro Brasil é uma tragédia anunciada e mais uma vez a sociedade pagará os seus custos.

Em crise, Anglo American decide “congelar” o mineroduto Minas-Rio

mineroduto_minas_eduardo_barcelos

Apesar de ser uma pedra cantada já de algum tempo, a anunciada decisão da Anglo American de responder à sua crise com uma diminuição drástica no seu portfólio de ativos minerais e cancelamento de investimentos não deixa de ser um dramático chamado à realidade. 

É que ao anunciar a suspensão de investimentos nas operações nas minas de Conceição de Mato Dentro e, consequentemente, na operação do mineroduto Minas-Rio, o que a Anglo American faz é também deixar a totalidade do ônus de seu naufrágio nas costas de quem já arcou com perdas fantásticas em seus modos de vida.

Entre os reais castigados pelas decisões da Anglo American começando pela população de Conceição de Mato de Dentro (MG) e termina com os agricultores do V do Distrito de São João da Barra (RJ) onde termina o mineroduto que agora vai ser “congelado” por 3 anos.

E isto é totalmente lamentável já que agora toda a catástrofe social e ambiental causada por este projeto vai sobrar para quem não teve nada com sua consumação. 

ANGLO AMERICAN ANUNCIA SAÍDA DO SETOR DE MINÉRIO DE FERRO E CANCELA INVESTIMENTOS NO PROJETO MINAS-RIO

Mr Mark CutifaniO mercado de commodities vem passando por um momento de baixa, afetando diversas companhias de diversos setores. A saída encontrada é de reestruturar negócios, diminuindo investimentos, vendendo ativos e demitindo pessoal. A mineradora Anglo American é mais uma a seguir a cartilha, conforme anunciado na última terça-feira (17). A decisão afeta diretamente os negócios da companhia no Brasil, como o mineroduto Minas-Rio, que não receberá mais investimentos.

Entre as medidas que serão tomadas está prevista a venda de suas unidades de minério de ferro, bem como de seus ativos de carvão e de níquel, se focando nos negócios de diamantes De Beers e nas operações de platina e cobre. Com isso, a companhia pretende levantar até US$ 4 bilhões neste ano, reduzindo para menos de US$ 10 bilhões a dívida líquida da Anglo.

Dos 45 ativos que a companhia possuí neste momento, apenas 16 continuarão no portfólio. As vendas representarão uma grande alívio também para a folha salarial da multinacional, que hoje conta com 128 mil trabalhadores e espera diminuir esse número em 78 mil postos, entre empregados dos ativos que serão vendidos e demitidos.

“Nós estamos tomando ações decisivas para melhorar a sustentabilidade de nosso fluxo de caixa e reduzir substancialmente a dívida líquida, enquanto focamos nos nossos ativos mais competitivos”, afirmou o presidente-executivo Mark Cutifani (foto), destacando que não há pressa na venda dos ativos.

A Anglo American registrou uma baixa contábil de US$ 5,7 bilhões em seus ativos, dos quais US$ 2,5 bilhões são referentes ao projeto de minério de ferro Minas-Rio. O empreendimento não receberá mais investimentos por parte da companhia e as opções para o projeto serão avaliadas daqui a três anos, de acordo com comunicado.

Outros ativos da companhia no Brasil também estão na lista de futuras vendas, como os de nióbio e fosfatos, que já haviam tido seu processo de venda anunciado em dezembro. A área responsável pela produção de níquel ainda levará alguns meses para que o desinvestimento seja iniciado, de acordo com a Anglo.

FONTE: http://www.petronoticias.com.br/archives/80185

Notícias de além mar: Anglo American sangra ao extremo com esfriamento da economia da China

crise

A matéria mostrada abaixo foi publicada pelo jornal Financial Times (Aqui!) e dá conta da erosão profunda do valor das ações da Anglo American, principalmente por causa da perda de apetite do mercado chinês por commodities minerais, incluindo o minério de ferro.

anglo american

Para quem não conseguir entender o linguajar economês em inglês, a situação da Anglo American é apontada pelo jornalista Bryce Elder como desesperadora, e que está suscitando sugestões para a adoção de medidas extremas para salvar a empresa.

Uma delas, e que toca aos interessados nas chances de sucesso do Porto do Açu em São João da Barra (RJ), seria a suspensão das atividades de mineração em Conceição do Mato Dentro até que os preços do minério de ferro voltem a patamares viáveis em termos da relação custo/benefício que praticamente inviabiliza a utilização do mineroduto Minas-Rio. E como todas as previsões do mercado é de que nada vai melhorar em 2016, já se pode antever que a suspensão não seria por pouco tempo.

Outra sugestão que também diz diretamente à situação da empresa do Brasil seria o apartamento das operações na América do Sul do restante do grupo com a criação de uma espécie de “Anglo American da América do Sul’.

Essas medidas seriam todas voltadas para impedir um rebaixamento ainda maior do valor da empresa, o qual já se encontra fortemente deteriorado em função do cenário estabelecido com a crise das bolsas chinesas por um lado e, de outro, pelo afundamento do preço da tonelada do minério de ferro.

Mas voltando ao Porto do Açu, vamos ver como é que a Prumo Logística e seus áulicos inveterados reagem à situação crítica em que se encontra a Anglo American, efetivamente a principal parceira do empreendimento. É que não é preciso ser nenhum Einstein para intuir que se a Anglo American optar por colocar suas atividades em estado de congelamento em Conceição do Mato Dentro, a coisa que já não anda boa vai piorar ainda mais. A ver!