Museu do Amanhã: o arquiteto espanhol que o projetou tem registro no CREA?

O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) tem contra si a má fama de dificultar o registro profissional para estrangeiros. Depois do acontecido com a ciclovia Tim Maia, fiquei pensando no papel do CREA nessa situação. É que ao pensar na questão dos profissionais estrangeiros, me lembrei do arquiteto espanhol  Santiago Calatrava Valls que foi o projetista do  “Museu do Amanhã ” que foi construído na cidade de Rio de Janeiro.

E a pergunta que me veio à mente foi a seguinte: como conseguiu o arquiteto ter um registro no CREA-RJ em tão pouco tempo, enquanto outros profissionais podem levar até anos para conseguir (quando conseguem) o seu registro no CREA. Em função disso, resolvi procurar no site do CREA-RJ pelo nome do Santiago Calatrava,  e acabei verificando que o mesmo não aparece como profissional registrado.

Depois de tantos problemas que andam ocorrendo nas obras olímpicas (a começar pela queda parcial da Ciclovia Tim Maia), será possível que o Museu do Amanhã tenha sido projetado e construído por um profissional sem o devido registro profissional em território brasileiro?

Alguém poderá dizer que não há problema algum com isso. Como eu desconheço a forma de contratação do Sr. Santiago Calatrava Valls, eu deixo apenas a seguinte pergunta: quem será responsável por responder judicialmente se o Museu do Amanhã vier a ter o mesmo destino da Ciclovia Tim Maia?

Alô CREA e MPT: obra na UENF com mostras explícitas de (in) segurança no trabalho.

Um leitor deste blog me enviou hoje, mostrando grande indignação, as duas imagens abaixo que foram tiradas no interior do campus da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), mais precisamente na lateral do prédio do Centro de Ciências do Homem (CCH) onde está sendo construído um prédio anexo com verbas da agência federal Finaciadora de Estudos e Projetos (Finep).

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Segundo o que me afirmou o leitor, que é conheço bem do assunto, a condição a que o operário mostrado nas imagens é de completo descuido com sua segurança pessoal, já que inexistem quaisquer andaimes para impedir uma queda de algo em torno de 3 metros e sobre um terreno que está repleto de materiais contundentes.

Há que se recordar que ao longo das gestões iniciadas pelo antigo reitor Almy Junior, várias obras ocorreram nos mesmos padrões de insegurança do trabalhador, e que vários acidentes ocorreram, alguns com gravidade. E a reitoria da Uenf sempre se comportou de forma a ignorar suas próprias responsabilidades em garantir a segurança desses trabalhadores, numa demonstração lamentável de descuidado com aqueles que fazem a universidade avançar.

Agora, eu pergunto ao escritório regional do CREA/RJ e ao Ministério Público do Trabalho: pode isso, senhores?

UENF: Em meio a obras inacabadas, construção do anexo do CCH continua sem placa de identificação

Em meio a uma série de obras que estão inacabadas no campus da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), uma que vem chamando a atenção é a do anexo do prédio do Centro de Ciências do Homem (CCH) que foi iniciada durante a segunda metade do mês de março e que hoje segue num ritmo acelerado. Mas com um pequeno detalhe: até hoje não foi providenciada a placa de identificação onde deveriam ter sido tornados públicos, os dados sobre custo e duração total da obra ou, sequer, a empresa que está encarregada de fazer a construção (ver imagens abaixo).

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Além dos problemas em torno da necessária transparência sobre uma obra que acaba de ser iniciada, o que anda causando espécie dentro da comunidade universitária é a falta de conclusões de outras que foram merecedoras das célebres placas de inauguração, como foi o caso da obra de acessibilidade que deveria ter facilitado a vida dos possuidores de necessidades físicas especiais.  Entretanto, apesar da pedra fundamental do projeto ter sido lançada com pompa e circunstância em Maio de 2011 (!) , até hoje o que se vê é a falta de condições mínimas de acessibilidade para portadores de necessidades especiais ou não. Aliás, a falta de conclusão dessa obra está inclusive sendo “celebrada” nas redes sociais como bem demonstra a imagem abaixo.

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Diante dessa situação é que há uma crescente demanda por transparência em relação à situação envolvendo essas obras, coisa que, aliás, já vem de longe.  Mas para começo de conversa, uma questão que poderia ser respondida pelo escritório local do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia  do Rio de Janeiro (CREA/RJ) sobre a obra que está sendo construída sem uma placa de identificação. 

 

A estranha obra do novo anexo do Centro de Ciências do Homem da UENF

Na semana passada a comunidade do Centro de Ciências do Homem (CCH) foi surpreendida com o início de uma obra que já estava faz tempo para começar, a construção de um prédio anexo que permitirá um dia a expansão das atividades de ensino, pesquisa e extensão na área das ciências humanas dentro da UENF.

Mas o que deveria ser motivo de júbilo serviu apenas para criar estupefação e dúvida. É que como mostram as imagens abaixo, a obra começou com o súbito desaparecimento de árvores de abio que ofereciam sombra e frutos, além de servir como componente visual do projeto arquitetônico que Oscar Niemeyer idealizou para o campus Leonel Brizola.  Numa tacada só se degradou o ambiente e a herança arquitetônica da UENF!

Além disso, a obra começou sem que haja a obrigatória fixação da placa que identifica a empresa que está realizando a obra, bem como tempo de duração e custo da mesma conforme definido no contrato, o que me parece configurar, pelo menos, uma violação das normas e posturas que controlam a execução de obras públicas. Afinal, sem a transparência básica sobre a obra, como poderá a comunidade acadêmica e os órgãos financiadores terem a devida possibilidade acompanhar o cumprimento de agenda e orçamento? Aliás, o que será que o escritório local do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) tem a dizer sobre uma obra sendo realizada nessas condições?

Abaixo algumas imagens que mostram a remoção das árvores e a falta de identificação da obra.

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E uma pergunta que não quer calar: essa mudança na composição arquitetônica foi autorizada pelo “escritório Oscar Niemeyer”?