Tendo observado todas as reações de pressão que estão sendo realizadas pelos barões da especulação financeira contra a Petrobras à luz da decisão de antecipar o fim do mandato do privatista Roberto Castello Branco, o presidente Jair Bolsonaro (que está sendo acusado de ser tão comunista quanto o PT), poderia tomar uma simples decisão de mercado: comprar o máximo que puder das ações da Petrobras que estão sendo desvalorizadas nesse ataque especulativo reverso, e isso gastando menos do que teria que gastar há um semana atrás.
Depois disso, Jair Bolsonaro poderia determinar que nenhuma refinaria seja privatizada, para depois colocá-las em sua capacidade máxima de refino, o que não só aumentaria o grau de controle sobre a produção nacional de gasolina e diesel, como causaria uma baixa rápida nos preços escorchantes que a política adotada no governo Temer por Pedro Parente criou.
Essas são medidas que poderiam ter sido adotadas durante os governos do PT quando ataques especulativos semelhantes ocorreram, mas não foram. O resultado é o que temos agora com os preços dolarizados dos combustíveis e uma perda acentuada do controle nacional sobre o petróleo e seus derivados.
Um risco para o Brasil se Jair Bolsonaro fizer o que estou sugerindo é que ele aumentará bastante suas chances de reeleição. Já risco para Bolsonaro é que ele seja derrubada via um golpe parlamentar como aquele em que ele citou a memória do Coronel Brilhante Ustra.
Inevitável dizer que tudo isso seria no xadrez aquele momento em que um xeque mate se avizinha. O problema é que qualquer um dos lados pode ser o que dará ou levará o xeque mate.