Bomba midiática bolsonarista visa esconder os planos de Paulo Guedes contra o salário-mínimo e as aposentadorias

bomba

Na última 6a. feira, logo após as revelações em torno dos planos de Paulo Guedes para congelar o salário-mínimo e aposentadorias, o economista Eduardo Moreira previu que a campanha de Jair Bolsonaro iria produzir um factóide para mover o debate para longe do debate econômico (ver vídeo abaixo).

Eis que hoje, pouco menos de 48 horas após as previsões de Eduardo Moreira, o político bolsonarista em estado terminal, Roberto Jefferson, tornou em realidade o que era antes apenas hipotético.  Por isso mesmo, não vou nem mostrar o  vídeo para lá de pouco explicado em que Jefferson supostamente atingiu com tiros e explosão de granada uma equipe da Polícia Federal.

Como outros já disseram, esse é uma bomba midiática (ou bomba semiótica), um verdadeiro apito de cachorro, que visa mover o debate para longe daquilo que está causando um estrago imenso na campanha de Jair Bolsonaro, qual seja, a informação confirmada pelo próprio Paulo Guedes de que existem planos para desindexar da inflação passada os valores do salário-mínimo, aposentadorias, pensões e outros benefícios sociais.

guedes salario

A revelação da Folha de São Paulo que abalou a campanha de Jair Bolsonaro e gerou a bomba midiática envolvendo Roberto Jefferson

Desarmar essa bomba midiática lançada por Roberto Jefferson é fundamental para que não se permita que a campanha de Jair Bolsonaro saia das cordas em que foi colocada, sabe-se lá por quê, por Paulo Guedes.

Finalmente, há que se reconhecer a capacidade intelectual de Eduardo Moreira que previu com exatidão algo que veio efetivamente a acontecer. 

Cientista desmente vídeo de Bolsonaro sobre suposta droga milagrosa para a Covid-19. A culpa é da produção?

Já circula amplamente nas redes sociais um vídeo onde o presidente Jair Bolsonaro comunica o possível uso da cloroquina para cura da Covid-19 que, segundo ele,  o fato lhe teria sido comunicado por médicos do Hospital Albert Einstein (o que foi devidamente negado pela renomada instituição).

Pois bem, posto abaixo uma versão do mesmo vídeo, mas com as devidas explicações e desmentido das afirmações de Jair Bolsonaro pelo economista Eduardo  Moreira e pela professora doutora Luciana Costa do Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Aí alguém pode se perguntar como a equipe de comunicação da presidência da república teria não só permitido a veiculação de informação, no mínimo, imprecisa por Jair Bolsonaro, mas a própria produção do vídeo que agora acaba sendo desmentido por uma cientista especializada em doenças infecciosas.

A imagem abaixo aparentemente mostra não apenas o momento em que o referido vídeo foi produzido, mas também quem eram os membros da equipe que “produziu” o material, quais sejam, os três filhos do presidente Jair Bolsonaro que possuem cargos eletivos (o deputado federal Eduardo Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro).

wp-1584830725583.jpg

Apesar dessa não ser primeira vez que essa “equipe” se envolve na produção de materiais visuais do agora presidente Jair Bolsonaro, o momento é especialmente grave e toca na vida de milhões de brasileiros.

A pergunta que se coloca é a seguinte: quem vai ser responsabilizado se a fala do presidente Jair Bolsonaro que este veículo dissemina for responsável por intoxicações graves em quem comprar e usar o cloroquina para combater a COVID-19? O presidente ou os seus filhos? Ou todos eles?