Reestatização-já do setor elétrico!

Reforma do setor elétrico: redução de tarifas e ampliação do mercado livre  de energia | Nova Energia

 Por Heitor Scalambrini Costa*

São Paulo pode ser considerada como uma das 10 cidades de maior PIB do planeta.  Nos últimos anos, a falta de energia elétrica prolongada se tornou um problema recorrente na capital paulista. Chuvas, tempestades e ventos fortes, tem provocado quedas de árvores, danificando a rede elétrica e interrompendo o fornecimento de energia nesta megalópole, deixando milhares de pessoas sem luz por vários dias.

A Enel Distribuição São Paulo atende cerca de 7,5 milhões de unidades consumidoras em 24 municípios da região metropolitana, incluindo a capital, servindo mais de 20 milhões de pessoas, sendo a segunda maior distribuidora do Brasil, e com quase metade dos clientes da Enel no país.

O ápice da recente crise ocorreu em 10 de dezembro de 2025, quando um ciclone extratropical derrubou inúmeras árvores, afetando a rede elétrica, deixando mais de 2,2 milhões de unidades consumidoras sem energia na Grande São Paulo. O apagão durou vários dias, repetindo outros 4 ocorridos nos últimos 2 anos. A Enel SP acumula reclamações, multas não pagas, com milhões de paulistas afetados, e prejuízos estimados em bilhões de reais.

Não se pode culpar São Pedro pelas ocorrências, muito menos o cidadão/consumidor de um serviço essencial, que foi ludibriado pelas promessas neoliberais do governo FHC (PSDB) que propagavam que a privatização do setor elétrico atingiria ganhos de eficiência através da competição e do investimento de agentes privados, resultando na modicidade tarifária e na melhoria da qualidade dos serviços prestados. Pura balela.

A privatização das distribuidoras de energia, exemplificada pela Enel SP, tem gerado falhas graves e transgressões na prestação de serviços, com apagões frequentes e prolongados, devido à redução de investimentos em manutenção e no quadro de funcionários, priorizando o lucro para acionistas. Isto gera perdas econômicas para consumidores e empresas, e levanta questionamentos sobre a fiscalização das agências reguladoras, e a real vantagem de entregar serviços essenciais ao capital privado, com os governos das 3 esferas discutindo até rompimento antecipado do contrato de concessão (caducidade).  

O Ente Nazionale per l’Energia Elettrica (Enel) é uma empresa de capital predominantemente privado, com uma participação minoritária importante, do governo italiano, seu maior acionista individual. Fundada como estatal na Itália em 1962, foi privatizada nas décadas de 1990/2000, e hoje tem ações negociadas em bolsa, com o Estado italiano mantendo cerca de 23,6% do capital, influenciando a governança da empresa. No Brasil, opera concessões de distribuição de energia (SP, RJ, CE), adquiridas após privatizações de estatais como a Eletropaulo, privatizada em 1999 no governo de Mário Covas (PSDB).  

O caso Enel expõe a fragilidade na crença da superioridade e eficácia do setor privado, cujo foco no lucro, em detrimento do interesse público, resulta em altas tarifas e problemas na prestação dos serviços elétricos para o consumidor. O fornecimento de um serviço essencial, mostra que a prioridade no lucro leva à precarização do serviço, transferindo os riscos e prejuízos para a população.

Após 4 grandes apagões em dois anos, a Enel enfrenta a iminente cassação da sua concessão para o fornecimento de energia em 24 municípios da região metropolitana de São Paulo. Desde que assumiu o fornecimento de energia aos paulistas em 2018, o valor total de multas aplicadas contra ela supera os R$ 400 milhões. Menos de 90% deste valor foi pago.  Outra informação importante para entender como o aumento da lucratividade da empresa tem a ver com a redução dos custos, diz respeito ao seu quadro de funcionários. Entre 2020 e 2025 caiu 25,13%, de 26.962 para 20.185 empregados. Segundo os relatórios de administração da empresa esta redução foi devido aos terceirizados que passou de 21.114 para 15.521 trabalhadores. Entre os funcionários da empresa a redução neste período foi de 5.848 para 4.664. Tais números são contestados pela empresa.

Com a privatização de setores da economia nacional no final dos anos 90 do século passado, foram criadas as agências reguladoras federais e estaduais. Autarquias de regime especial, regulam e fiscalizam serviços públicos transferidos para o setor privado, como energia, saneamento, telecomunicações e transportes. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), como agência reguladora federal, é a responsável pela concessão dos serviços de energia elétrica (como os prestados pela Enel SP), e a ela cabe a regulação geral do setor e decisões sobre, por exemplo, a caducidade de contratos.

Para abranger todo o território nacional de maneira descentralizada foram criadas agências reguladoras nos Estados. A Aneel delega a estas agências a execução de tarefas regulatórias e fiscalizatórias no âmbito do território estadual.

A Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), criada a partir da Comissão de Serviços Públicos de Energia (CSPE), é a autarquia que atua na regulação e fiscalização dos serviços de energia elétrica e gás canalizado desde 1998. Sua principal atribuição na área de energia é fiscalizar:  7 concessionárias (CPFL Paulista, CPFL Piratininga, CPFL Santa Cruz, EDP São Paulo, Enel São Paulo, Energisa Sul-Sudeste e Neoenergia Elektro) e 12 permissionárias de serviços públicos de distribuição de energia elétrica; 54 centrais de geração hidrelétrica (CGH); 27 pequenas centrais hidrelétricas (PCH); 42 usinas hidrelétricas (UHE);  936 usinas termelétricas (UTE); 101 usinas fotovoltaicas (UFV); 1 usina eólica (EOL); e demais instalações de transmissão (DIT). E faz o monitoramento direto da qualidade dos serviços prestados pelas concessionárias, reportando à Aneel e aplicando sanções em alguns casos.

Pode-se afirmar que a Arsesp atua como um braço regulador e fiscalizador da Aneel em São Paulo, por meio de convênio de delegação e descentralização. Não substitui a Aneel que é a responsável final pela regulação e fiscalização. Em situações de crises ou eventos climáticos graves, as duas agências devem atuar em conjunto, monitorando e acompanhando o restabelecimento do fornecimento de energia.

A Arsesp possui um quadro com cerca de 73 fiscais no total para todas as áreas reguladas (gás natural canalizado, resíduos sólidos, saneamento e energia elétrica), mas um número menor de 24 fiscais, dedicado especificamente para fiscalizar todo o setor elétrico. Com tal número de fiscais, fica caracterizado o famoso “faz de conta” na fiscalização.

Outro aspecto a ser levado em conta, nas ocorrências de condições climáticas extremas, é a gestão na poda e/ou remoção das árvores. A flexibilização ocorrida na Lei das Podas Urbanas em abril de 2022 pela base política do atual prefeito, alterou o planejamento, monitoramento e atendimento de podas e manejo arbóreo na cidade. Na atual lei é responsabilidade das subprefeituras realizarem a poda e remoção de árvores em espaços públicos. Manejo de árvores em área particular é de responsabilidade do proprietário do local. A concessionária faz a poda apenas quando os galhos estão perto ou encostando nos fios de energia. Esta atividade é importante pois na maioria das vezes são galhos e árvores tombadas que acabam rompendo as linhas de distribuição, interrompendo o fornecimento de energia. Árvores podadas e/ou removidas evitam acidentes, e consequentemente minimizam a interrupção elétrica. O fato é que a nova lei das podas não tem funcionado e que mudanças urgentes são necessárias.

Diante deste cenário por conta do péssimo serviço prestado pela Enel, da falta de coordenação, de entendimento, entre a prefeitura e a empresa concessionária, do reduzido número de fiscais estaduais para fiscalizar e monitorar a qualidade dos serviços oferecidos, e da Aneel que tem compactuado com as empresas privadas, quem sofre as consequência dos apagões é o consumidor/cidadão, as industriais, o comércio, a prestação de serviços, enfim toda a economia do estado mais rico do país e de seus moradores.

A concessão da Enel está prevista para durar até 2028, podendo ser renovada por mais trinta anos. Todavia existe um certo consenso que levou os governos municipal, estadual e federal a demandarem junto a Aneel, o rompimento do contrato de concessão. Tal procedimento dependerá da abertura de um processo administrativo, da investigação das causas do apagão, do contraditório e da ampla defesa à companhia, até que se chegue à decisão final.

Depois de 30 anos, desde a primeira privatização de uma distribuidora de energia elétrica, verifica-se que o fim da vigência de contratos de privatização de distribuidoras de energia a partir de 2025, reacendeu o debate sobre o papel do Estado e do mercado no fornecimento de energia, e de outros bens essenciais. O que não deixa de ser uma pauta atual e necessária para a discussão da reestatização dos serviços públicos no país.


*Heitor Scalambrini Costa é professor associado aposentado da Universidade Federal de Pernambuco

Colapso elétrico em SP revela falta de adaptação e explicita os efeitos drásticos da privatização

Um quarto da cidade sem luz, milhares sem água e voos cancelados: como foi  o dia de caos em São Paulo

A mídia corporativa está noticiando a situação insólita que está ocorrendo na maior cidade brasileira, São Paulo, e em toda a sua região metropolitana.  Sofrendo com a ocorrência de fortes ventos causados pelo ciclone extropical que assola a região litorânea desde o Rio Grande do Sul, a cidade convive com a óbvia falta de adaptação com as mudanças climáticas e que se combina com a lerdeza de ações da concessionária Enel, empresa  cujo principal acionista é o estado italiano. Aliás, a Enel está se mostrando mais uma vez incapaz de restabelecer serviços em mais de um milhão de residências, o que significa que 20% da cidade está às escuras.

Temos diante de nós um quadro que é uma espécie de antessala do que poderá acontecer com as principais brasileiras que ainda não iniciaram nenhum esforço real de adaptação climática e que tiveram os principais serviços públicos entregues à empresas privadas, muitas delas estatais estrangeiras, que só aparecem por aqui para retirar lucros fabulosos.

O fato é que ainda vivemos uma negação objetiva dos problemas causados tanto pelas mudanças climáticas, o que é agravado pelo afastamento do Estado de serviços públicos essenciais. E, pior, enquanto se mantém a aplicação de políticas neoliberais que impedem o financiamento das medidas de adaptação climática que se tornam cada vez mais urgentes e necessárias.

Há ainda que se enfatizar que são as regiões mais pobres das grandes cidades que vão sofrer os efeitos mais drásticos dos eventos meterológicos extremos e que ficam desprovidas de serviços básicos após a ocorrência dos mesmos.

Após mortes em Campos, deputado estadual Flávio Serafini acelera mobilização para impedir renovação do contrato da Enel

Acabo de ser contactado pela assessoria do mandato coletivo do deputado estadual Flávio Seafini (PSOL) sobre uma campanha que está sendo realizada para impedir a renovação do contrato da empresa Enel que detém a concessão dos serviços de eletricidade no estado do Rio de Janeiro.

Considero que essa campanha possui um mérito óbvio, especialmente após as mortes de dois homens no Parque Boa Vista em Campos dos Goytacazes que foram atingidos no dia 7 de maio por fios de alta tensão que se encontravam m condições precárias.

Essa tragédia foi pauta A tragédia foi pauta do RJ2, da afiliada local da Rede Globo, que mostrou as condições em que ocorreram as duas mortes (ver vídeo abaixo)

O mandato coletivo do deputado Flávio Serafini está realizando reuniões, audiências públicas, coletando relatos da população e produzindo relatórios técnicos que comprovam o descumprimento dos critérios exigidos por lei.  

Para apoiar este movimento está sendo solicitado que se assina e instando a todos a assinar e divulgue um abaixo-assinado que pode ser acessado [Aqui!].

Fora Enel RJ

A Enel e seu milhão de podas no estado do Rio de Janeiro: bom para quem?

A caixa postal deste blog recebe diariamente materiais preparados por empresas e agências de publicidade. Como parte disso, recebo frequentemente materiais preparados pela agência que cuida da imagem da concessionária de energia elétrica, a Enel.

A nota em questão aborda a realização de podas de árvores em cidades do estado do Rio de Janeiro entre 2023 e 2024. Segundo a nota que me foi enviada, neste período a Enel Distribuição Rio teria realizado cerca de um milhão podas preventivas de galhos e árvores em todas as 66 cidades da sua área de concessão. A ação, que faz parte do Plano de Ampliação e Confiabilidade do Fornecimento de Energia e Segurança da Rede Elétrica da empresa tem como objetivo declarado reduzir o impacto da vegetação na rede elétrica e reforçar a resiliência do sistema “diante dos crescentes desafios climáticos“.

Segundo dados da nota, só em 2024  teriam sido executadas 561.128 podas, número 41% maior do que o efetuado em 2023. Até o fim de 2025, a estimativa é de que a Enel Rio realizará 628 mil podas, um crescimento de 12% em relação a 2024.

PODA DRÁSTICA É CONSIDERADA INFRAÇÃO AMBIENTAL - AMAU - Associação de  Municípios do Alto Uruguai

Podas drásticas inviabilizam árvores e os serviços ambientais que elas oferecem

O que me preocupa é saber que na cidade de Campos dos Goytacazes, a Enel Rio efetuou 35.560 podas, um incremento de 172% em comparação com 2023! E por que a preocupação?  É que ontem mesmo pude assistir a uma série de podas realizadas na Rua Saldanha Marinho e elas tinham toda a característica do que se pode chamar de “drástica” que é aquela que chega ao ponto de inviabilizar a árvore tamanha é alteração de suas características físicas no pós-poda.

Além disso, é interessante notar que toda essa quantidade de podas está sendo realizada sem que haja o devido acompanhamento por parte de um órgão municipal. Quando observo que as podas estão sendo feitas em alguma rua de nossa cidade, o que se vê é apenas a presença de um caminhão da própria Enel que se encarrega de poda e da remoção do material retirado das árvores. Com isso, quem monitora se o tipo e a intensidade da poda feita é realmente necessária e adequada?

Por outro lado, quando a Enel fala dos crescentes desafios climáticos, o que fica evidente nas podas feitas é que o desafio da proteção climática dos cidadãos não é considerado. Se fosse assim, a primeira coisa que não se faria seria realizar podas no período mais quente do ano, quando qualquer sombra ajudaria a minimizar os efeitos drásticos da perda da proteção dada pelas poucas árvores que existem nas ruas campistas.

Por isso, há que se cobrar das prefeituras fluminenses que parem de deixar algo tão essencial na mão de uma empresa que claramente encara as árvores como um elemento de risco para os seus interesses privados. É que se a Enel continuar podando no ritmo que está, e sem nenhuma supervisão, não sobrará nenhuma árvore para nos proteger dos recordes de temperatura que estão e continuarão ocorrendo por causa das mudanças climáticas.

A Enel iluminou o terceiro turno

enel

Por Douglas Barreto da Mata

Governos devem pagar suas dívidas, isso é óbvio.  Porém, há uma manipulação rasteira e simplista nos noticiários, com raras exceções, de equiparar finanças públicas com as “contas das donas de casa”.  É comum ouvir e assistir muitos “jornalistas” dizendo: se não arrecadou não pode gastar, ou só pode gastar se não tiver dúvidas ou déficits. Mentira. 

Governos e grandes empresas operam com déficits desde que começaram a existir.  Há perfis de dívidas, algumas necessárias e outras impagáveis, como é o caso do Estado do Rio de Janeiro e de MG, RS e etc que obtiveram no Congresso, esta semana, mais uma renegociação. Não consta que Campos dos Goytacazes esteja insolvente.

Uma coisa é questionar os modelos e políticas orçamentárias do governo e do seu prefeito Wladimir, suas escolhas e prioridades.  Isso é livre. É do jogo democrático.  Gostando ou não, o fato é que 70% do eleitorado lhe deu mais 4 anos de mandato.  Sua aprovação beira 78%, nas últimas medições.

Tudo isso não interrompe a continuidade da luta política da oposição, de sindicatos e movimentos sociais. É o chamado terceiro turno!  O que assusta é o time que entrou em campo.  Primeiro, o transporte complementar, as Vans, que amargaram uma travessia no deserto com o governo Rafael Diniz, com um saco de sal às costas.  É um setor deficitário, dependente de dinheiro público para abastecer veículos, assim como os ônibus.  São “empreendedores” que não resistem sem verba oficial. Aliás, como boa parte dos “setores produtivos”(essa autodenominação é uma piada de mau gosto). 

É verdade, o modelo faliu, e essa subvenção foi uma forma de manter o precário funcionamento do setor de transportes, até a prometida remodelação.  Mas e daí? O “empreendedor” das vans quer operar tendo o governo de “sócio”, mas quando o “sócio” tem problemas, ele não assume seu papel? Como assim? E quando deu lucro, deram algum imposto a mais para a prefeitura?  Não consta. 

Outro setor é o de sempre.  O agronegócio, quer dizer, o latifúndio.  Até as gigogas do canal Campos Macaé sabem que a dragagem e limpeza dos canais atendem, prioritariamente, às grandes fazendas.  Quase sempre as máquinas servem aos latifundiários, e pelo que soubemos hoje, com diesel pago pela viúva.  O time é forte.  Tempos atrás, ambientalistas e o saudoso promotor Marcelo Lessa já tiveram até que dinamitar intervenções ilegais que alteravam o espelho d’água da Lagoa Feia, por exemplo, e aumentavam o tamanho de suas terras. Antes, mil amores com o prefeito, agora, acabou o dinheiro, acabou o amor.  Uai? Mas eles não são Agro, e o Agro não é liberal, de direita e contra a participação do Estado na economia? Depende, né? O Agro é pop, e o pop não poupa ninguém.

Por fim, a Enel. Uma das piores prestadoras de serviços de energia do Brasil, acionada em tribunais e admoestada  administrativamente na ANEEL, causou o caos em São Paulo, uma das campeãs de reclamações e desrespeito com o consumidor, enfim, uma concessão conhecida como “abutre”, que exaure os lucros e faz pouco ou nenhum investimento na melhoria do serviço. Quando aperta, entregam a concessão ou chamam sucessoras. A Enel já foi Ampla, já foi de italianos, franceses, chilenos, nem sei a ordem ao certo. Tantos donos e um ponto em comum: serviço ruim onde atua.  Pois bem, foi essa a “estrela” dos meios de comunicação para o “terceiro turno”.

Muita gente boa foi atrás, e partiu para defender uma concessionária deficitária.  Exemplo?  Olhem o acúmulo de fios emaranhados nos postes, colocando esses equipamentos sob risco de colapso, com perigo de danos pessoais e materiais.  A prefeitura deve?  Tem que pagar.  Agora, medidas de força contra órgãos públicos, punindo não o prefeito, mas os contribuintes que deixaram de usar os locais sem energia é algo próximo ao abuso. Não tenho certeza, mas há impedimento legal para tais interrupções de fornecimento a órgãos públicos. Imaginem se toda vez que uma concessionária deixasse de prestar serviço, reiteradas vezes, trazendo prejuízo ao particular e ao setor público, que precisam usar, para ilustrar o argumento, geradores para prevenir perdas, e o prefeito resolver usar medidas de força, confisco e autotutela?

Fazer política é normal, fazer oposição é requisito da ordem democrática. No entanto, alguns setores devem, ao menos, guardar uma distância cautelar dos conflitos partidários…essa mistura não faz bem aos negócios e ao bom andamento dos serviços que prestam.

Enel alerta para possibilidade de fortes chuvas no RJ e aciona plano de emergência

Plano emergencial inclui reforço no contingente operacional e aumento da capacidade dos canais de atendimento, incluindo o call center 

COS 4

Rio de Janeiro, 21 de março de 2024 – Com o alerta da meteorologia para a possibilidade de tempestades a partir de hoje (21) na área de concessão da Enel Distribuição Rio, a distribuidora acionou o seu plano de emergência para eventos climáticos e estará em plena mobilização, com reforço das equipes operacionais e dos canais de atendimento para eventuais ocorrências que envolvam o fornecimento de energia nos 66 municípios da área de concessão da empresa.

O alerta meteorológico prevê um cenário climático adverso a partir da tarde desta quinta-feira na Costa Verde, na Região Serrana e no Grande Rio, com possibilidade de chuva forte, ventos e descargas atmosféricas. Entre a sexta-feira (22) e o sábado (23), o alerta vale para todas as regiões, principalmente Sul, Serrana e Lagos, e nas cidades de Niterói, São Gonçalo, Magé e Macaé.

O plano mobilizado pela Enel Rio prevê o reforço do número de equipes em campo e de todos os canais de atendimento, incluindo o call center, que poderá ter sua capacidade de atendimento duplicada em casos de um evento climático severo. A partir dos alertas de clima severo emitidos pelas autoridades, a empresa iniciou ações de comunicação direta com os clientes para informar a população sobre os riscos trazidos pelas chuvas. A distribuidora tem mantido diálogo também com as principais autoridades estaduais e dos municípios atendidos pela empresa.

Em situações de contingência, devido ao alto volume de chamadas no call center, a empresa orienta que os clientes utilizem preferencialmente os canais digitais para maior agilidade do atendimento, como o site (www.enel.com.br), o aplicativo Enel (disponível para iOS e Android) ou ainda mandar o WhatsApp Elena: (21) 99601-9608.

A empresa aproveita para reforçar dicas importantes de segurança com a rede elétrica em casos de tempestades:

– Se encontrar um cabo partido, não se aproxime; 

– Não encoste em objetos metálicos: como semáforos, postes de iluminação pública, pontos de ônibus, portões e grades;

– Retire os equipamentos da tomada e deixe-os fora do alcance da água; 

– Busque abrigo seguro: em caso de ventos intensos, procure locais seguros, longe de estruturas suscetíveis a danos, como postes, árvores ou fiações elétricas;

– Evite áreas arborizadas: durante tempestades, há risco de queda de árvores e descargas atmosféricas (raios).

A milionária Águas do Paraíba deixa população sem água por falta de geradores na ETA de Santo Eduardo

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A mídia corporativa campista está reproduzindo no dia de hoje um informe da Assessoria de Imprensa da concessionária Águas do Paraíba dando conta que o serviço de fornecimento de água está interrompido nos distritos de Santo Eduardo e Santa Maria e na localidade de Espírito Santinho devido à falta de energia na Estação de Tratamento de Água de Santo Eduardo.

Como uma irmã dedo-duro, a Águas da Paraíba joga a culpa nas costas largas sua co-irmã de exploração cativa dos campistas, a famigerada Enel.

De quebra, a Águas do Paraíba estaria pedindo que a população faça “um uso consciente da água” durante o período de interrupção dos seus serviços.

A primeira coisa que me vem à mente é que sendo uma empresa com tantos milhões de lucro anual, é de cair o queixo saber que a Águas do Paraíba ainda não se dignou a implantar um sistema próprio de geradores para eventualidades como a que ocorreu agora.  Realmente é muita falta de consideração com os seus consumidores cativos, especialmente aqueles que estão em regiões mais distantes da sua sede no centro histórico de Campos dos Goytacazes. A concessionária age assim por saber que dificilmente terá uma multidão raivosa em sua porta já que para sair de Santa Maria e Santo Eduardo é uma tarefa espinhosa para o cidadão comum.

Por outro lado acho hilário que se faça o pedido de um uso consciente da água ainda disponível. É que qualquer campista sabe que não há outra forma de não receber uma conta estratosférica todos os meses se não for feito um controle muito apertado do consumo.  Nesse caso a concessionária está fazendo um apelo aos convertidos. Mas comprar geradores que é bom, nada!