Governo admite crise hídrica enquanto ignora projeto de Lei da Energia Limpa no Brasil

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NOTA DE POSICIONAMENTO SOBRE PRONUNCIAMENTO DO MINISTRO DE MINAS E ENERGIA

Para o INEL (Instituto Nacional de Energia Limpa) o pronunciamento do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, nesta segunda-feira, reforça a insistência do governo em resolver o problema sistêmico da falta de energia no Brasil com medidas paliativas. Ao citar apenas a necessidade de racionamento, o governo ignora a urgência da aprovação da lei da geração distribuída (a dos painéis nos telhados). Uma fonte que, de fato, pode contribuir com a diminuição da pressão sobre o sistema elétrico nacional, mas que vem sendo ignorada pelos Poderes Executivo e Legislativo nos últimos anos. O Brasil precisa de energia, faça chuva ou faça sol!

O que o brasileiro prefere? Desligar a luz ou instalar painel solar sobre o telhado? O setor de energia solar é vacina contra o racionamento, pois tem grande potencial para evitar outras crises, com o aumento da diversificação da matriz elétrica nacional, diminuição da dependência da geração hídrica e térmica, alinhando o Brasil às melhores práticas internacionais, nos aproximando das metas da agenda 2030. O gargalo da dependência nacional no uso de seus recursos hídricos, no que diz respeito à geração de energia, precisa ser enfrentado com planejamento e uma política de Estado para o sistema elétrico nacional e não apenas com ações emergenciais, como racionamento de energia, ou medidas duras, como os aumentos nas contas de todos os brasileiros.

Nesta terça-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) anunciou que o valor da tarifa da bandeira vermelha 2 será reajustado em 52%, saindo de R﹩ 6,24 pelo consumo de 100 kWh para R﹩ 9,49. Com impostos, esse valor sobe quase 50%. Como de costume, o preço pela falta de um planejamento robusto para o setor elétrico brasileiro é repassado aos consumidores, com aumentos significativos de tarifas de energia.

Enquanto isso, o Projeto de Lei (PL 5829/19) que institui o novo marco legal da geração de energia descentralizada está travado há meses na Câmara dos Deputados e, por enquanto, não há qualquer ação ou esforço do Governo Federal para que a matéria siga o rito natural da democracia e seja apreciada pelo Plenário da Casa. O governo prefere que o brasileiro desligue a luz ao invés de gerar sua própria energia?

O projeto, ignorado pelo ministro em seu pronunciamento, apresenta uma proposta coesa para democratização da energia solar no país, que foi debatida por mais de dois anos e está pronta para votação. O presidente da Câmara, Arthur Lira, até o momento, também não assumiu o compromisso de pautar esse projeto estratégico para o país e a proposta segue obstruída. Contraditoriamente, o deputado pede que o brasileiro passe por “período educativo” para evitar apagão.

Desde 2012, o setor de energia solar gerou R﹩ 38 bilhões em negócios e mais de 224 mil empregos. A previsão é que a aprovação do PL deve resultar na abertura de um milhão de novos postos de trabalho nos próximos 30 anos.

Atualmente, os brasileiros que desejam produzir a própria energia sofrem com a falta de legislação própria e insegurança jurídica, que inviabiliza o crescimento ideal do setor e só garante a manutenção do duopólio das distribuidoras de energia e termelétricas no sistema elétrico nacional.

O Instituto Nacional de Energia Limpa vem à público cobrar que o projeto de lei 5829/19 seja pautado em caráter de urgência no Plenário da Câmara dos Deputados, diante de mais uma grave crise hídrica que impacta negativamente todo o sistema elétrico nacional. Apenas com medidas de planejamento e democratização da energia elétrica, como o Projeto de Lei 5829/19, será possível garantir que, nos próximos anos, o Brasil não volte a sofrer com falta de energia elétrica e, de fato, assuma o protagonismo que seus recursos energéticos renováveis podem proporcionar.

HEBER GALARCE – PRESIDENTE DO INEL (INSTITUTO NACIONAL DE ENERGIA LIMPA)

FURNAS e PNUD realizam seminário sobre energia com foco nos ODS

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No próximo dia 17, FURNAS e o PNUD realizam o Seminário “Diálogos sobre Geração de Energia para o cumprimento da Contribuição Nacionalmente Determinada do Brasil para o alcance do Acordo de Paris e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”. O evento, que será gratuito e aberto ao público, tem o foco de discutir os principais avanços e desafios do setor energético, com foco no cumprimento da Agenda 2030.

Na ocasião, estarão presentes o Diretor-Presidente de FURNAS, Ricardo Medeiros, o Representante Residente do PNUD no país, Niky Fabiancic, o superintendente de Estudos Econômicos e Energéticos da Empresa de Pesquisa Energética, Jefferson Soares, o diretor de Inovação da Enel Distribuição Rio, Bruno Cicchetti e o secretário-executivo da Rede Brasil do Pacto Global, Carlo Pereira, além de outras autoridades do setor.

Durante o Seminário, dois painéis de discussão reunirão especialistas do setor que discutirão as estratégias para o alcance do desenvolvimento sustentável até 2030, com base no ODS 7 – Energia Limpa e acessível. O primeiro painel terá como tema os “Desafios Globais do Setor Energético para a Implementação do Acordo de Paris e dos ODS” e o segundo painel discutirá as “Perspectivas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Setor Energético no Brasil”.

Para fortalecer o debate sobre o tema, também será lançado, durante o Seminário, o Glossário de termos do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 7 – Energia limpa e acessível, produzido pelo Grupo Assessor da ONU para a Agenda 2030, com o apoio de FURNAS. O documento apresenta, de forma propositiva, termos e definições sobre o tema, adaptados à realidade brasileira, e pretende servir de subsídio para o debate sobre políticas públicas, de forma neutra, entre instituições e indivíduos.

O evento acontece no Espaço Furnas Cultural a partir das 8h30 e as inscrições podem ser realizadas por meio do link. Acesse aqui a programação completa.

Serviço

“Diálogos sobre Geração de Energia para o Cumprimento da Contribuição Nacionalmente Determinada do Brasil para o Alcance do Acordo de Paris e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”

Data: 17 de setembro de 2018

Local: Espaço Furnas Cultural (capacidade: 192 pessoas)
Endereço: Rua Real Grandeza, 219 – Botafogo; Entrada gratuita (inscrição obrigatória)
Duração: 8h30 às 12h30
Realização: Furnas e PNUD
Apoio Institucional: Pacto Global, Centro Rio+

FONTE: CDN Comunicação