Mudança climática extinguirá principalmente espécies típicas

Estudo detalha o impacto da crise do clima sobre a biodiversidade e aponta os mico-leões entre os mais vulneráveis no Brasil

endemic
As mudanças climáticas podem extinguir espécies de plantas e animais nos lugares mais biodiversos do mundo, alerta um novo estudo, publicado hoje (9/4) na revista Biological Conservation. A equipe global de cientistas, liderada por Stella Manes e Mariana Vale, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), analisou quase 300 hotspots de biodiversidade – lugares com números excepcionalmente altos de espécies animais e vegetais – em terra e no mar. Os pesquisadores verificaram que os animais endêmicos, aqueles que só ocorrem em regiões exclusivas do planeta, têm 2,7 vezes mais probabilidade de extinção do que outras espécies se as emissões de gases de efeito estufa continuarem a aumentar, impactando seus habitats únicos.

mannes et al
O impacto do nível de aquecimento nas espécies. (a) Efeito médio padronizado tamanhos com diferentes níveis de aquecimento onde níveis leve, moderado, alto e muito alto correspondem a <1,5 ◦C, 1,5–2 ◦C, 2–3 ◦C e> 3 ◦C, respectivamente. (b) Diagrama indicando as proporções relativas de espécies em risco de extinção extremamente alto para cada um dos diferentes níveis de aquecimento. Espécies com projeções de risco superiores a 80% de perda de alcance ou abundância são consideradas em risco de extinção extremamente alto (endêmicas) e risco de extinção local (nativos não endêmicos) dentro dos pontos ricos.
As políticas atuais colocam o mundo no caminho de 3°C de aquecimento. Neste cenário, um terço das espécies endêmicas que vivem em terra e cerca da metade das espécies endêmicas que vivem no mar enfrentarão a extinção. Nas montanhas, 84% dos animais e plantas endêmicas podem ser extintas a essas temperaturas, enquanto nas ilhas esse número sobe para 100%. Em geral, 92% das espécies endêmicas terrestres e 95% das endêmicas marinhas sofrerão consequências negativas, como redução de populações.

mannet et al 2
As mudanças climáticas impactam as espécies em áreas marinhas ricas. Tamanhos de efeito padronizados médios de (a) todas as espécies, (b) espécies endêmicas, (c) espécies nativas. A escala de cores é padronizada para todos os mapas e varia de Positivo (maior que 2%, azul) a Negativo (menor que -2%, vermelho). Os valores máximo e mínimo para os tamanhos de efeito padronizados projetados médios variam de 3,2% (Nativo – Bosques e Pradarias Montanas de Drakensberg) a -2,2% 
“A mudança climática ameaça áreas transbordantes de espécies que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar do mundo. O risco de que tais espécies se percam para sempre aumenta mais de dez vezes se falharmos os objetivos do Acordo de Paris”, afirma Manes, autora principal do estudo. Para ela, há pouco conhecimento sobre o valor da biodiversidade.

“Quanto maior for a diversidade de espécies, maior será a saúde da natureza. A diversidade também protege contra ameaças como as mudanças climáticas”, explica Manes. “Uma natureza saudável fornece contribuições indispensáveis às pessoas, como água, alimentos, materiais, proteção contra desastres, recreação e conexões culturais e espirituais.”

As espécies endêmicas incluem alguns dos animais e plantas mais icônicos do mundo, como os mico-leões do Brasil, que podem perder mais de 70% de seu habitat até 2080, segundo o estudo. A América do Sul será uma das regiões mais afetadas exatamente por ter importantes hotspots de biodiversidade, com até 30% de todas as suas espécies endêmicas em alto risco de extinção. As ilhas do Caribe podem perder a maioria de suas plantas endêmicas até metade do século, e os recifes de coral da região também podem desaparecer.

“Confirmamos nossas suspeitas de que espécies endêmicas estariam particularmente ameaçadas pelas mudanças climáticas. Isto poderia aumentar muito as taxas de extinção em todo o mundo, uma vez que essas regiões ricas em biodiversidade estão repletas de espécies endêmicas”, explica Mariana Vale, uma das autoras da pesquisa e também pesquisadora da UFRJ. “Infelizmente, nosso estudo mostra que esses pontos ricos de biodiversidade não poderão atuar como porto seguro contra as mudanças climáticas”.

As tartarugas marinhas, que aninham em muitas praias da América do Sul e Central, são vulneráveis ao aumento da temperatura. No Havaí, plantas nativas icônicas, como a palavra-de-prata Haleakalā, poderiam se extinguir, assim como aves nativas simbólicas, como os honeycreepers havaianos. Outras espécies ameaçadas de extinção pelas mudanças climáticas incluem lêmures, exclusivos de Madagascar, o leopardo da neve, característico dos Himalaias, além de plantas medicinais como o líquen Lobaria pindarensis, usado para aliviar a artrite.

Wolfgang Kiessling, especialista em vida marinha da Universidade Friedrich-Alexander Erlangen-Nürnberg e coautor do estudo, explica que espécies exóticas introduzidas em um determinado habitat se beneficiam quando as espécies endêmicas são extintas. “Nosso estudo mostra que um mundo uniforme e provavelmente sem graça está à nossa frente devido à mudança climática.”

“Por natureza, estas espécies não podem se deslocar facilmente para ambientes mais favoráveis”, explica Mark Costello, especialista em vida marinha da Universidade Nord e da Universidade de Auckland e também coautor da pesquisa. “As análises indicam que 20% de todas as espécies estão ameaçadas de extinção devido à mudança climática nas próximas décadas, a menos que atuemos agora”.

Mas os cientistas ressaltam que é possível evitar essa extinção em massa. Se os países reduzirem as emissões em conformidade com o Acordo de Paris, então a maioria das espécies endêmicas sobreviverá, afirma a pesquisa. No total, apenas 2% das espécies endêmicas terrestres e 2% das espécies marinhas endêmicas enfrentam a extinção a 1,5ºC, e 4% de cada uma a 2ºC. Fortes compromissos dos líderes globais antes da Conferência do Clima em Glasgow, na Escócia, no final deste ano, poderiam colocar o mundo no caminho certo para cumprir o Acordo de Paris e evitar a destruição generalizada de alguns dos maiores tesouros naturais do mundo.

A extinção da Antonio Sarlo avança mascarada sob o eufemismo de “incorporação”

Já abordei de forma repetida neste blog os esforços que estão sendo realizados pelo (des) governo Pezão para encerrar as atividades da tradicional Escola Técnica Agrícola Antonio Sarlo como parte do projeto de avanço do projeto de privatização do ensino público no estado do Rio de Janeiro, especialmente das escolas técnicas por onde hoje avançam grupos privados como a Kroton.

Esse esforço teve um capítulo a mais no dia de ontem quando o Conselho Universitário da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) decidiu aprovar a “incorporação” da Antonio Sarlo, no que consiste em um eufemismo para sua extinção enquanto unidade de ensino autônoma e com projeto político pedagógico próprio e voltado para os interesses da população do Norte Fluminense, especialmente das crianças e jovens que ainda vivem em nossas áreas rurais.

Essa aprovação ocorreu em meio a um debate paupérrimo sobre as consequências que essa “incorporação” trará para duas instituições que se encontram muito mal financeiramente. O fato é que o quadro da Uenf ser um pouco melhor não impede a caracterização de que o que temos diante de nós é um típico abraço de afogados.
É que a Uenf não possui recursos nem para si mesma, oxalá para iniciar o necessário processo de recuperação da estrutura física da Antonio Sarlo, que se encontra em estado de colapso após mais de uma década de completo abandono.

Esse abraço de afogados está sendo celebrado pela mídia corporativa local como sendo a salvação da Antonio Sarlo (ver imagens abaixo), sem que os proprietários dos veículos que propalam essa versão insustentável que a realidade tratará de desmontar se deem ao trabalho de fazer matérias com um mínimo de profundidade sobre não apenas a realidade estrutural da Antonio Sarlo, mas também da inviabilidade completa das promessas que estão sendo feitas em termos da manutenção das atividades pedagógicas que a escola ainda consegue desenvolver graças aos esforços dos seus servidores.

antonio sarlo 2

antonio sarlo 1
Interessante notar que conversando com uns poucos conselheiros que deram o seu voto positivo para a incorporação da Antonio Sarlo, os mesmos mostraram estar cientes de que nada do que está sendo publicizado deverá acontecer, em vista das prementes dificuldades que cercam a Uenf desde 2015. Mas mesmo assim votaram pela incorporação/extinção do Antonio Sarlo, pois há quem diga dentro da Uenf que não apenas irá parir Mateus, como também vai embalá-lo. E o pior é que se sabe que quem afirma que irá embalar Mateus, não vem mostrando a mínima disposição de atacar os problemas próprios da Uenf.

Há ainda o detalhe importante de que a administração municipal sob o comando do jovem prefeito Rafael Diniz (PPS) estaria se comprometendo a manter o funcionamento do ensino fundamental nas dependências do Antonio Sarlo. Entretanto, tenho informações de que a expectativa é de que o oferecimento das aulas fique a cargo da Uenf, algo que em princípio não possui a menor viabilidade.
Por essas e outras é que precisamos ouvir com incredulidade as declarações contidas no depoimento mostrado abaixo onde o presidente da Comissão da Educação, deputado Comte Bittencourt que é do mesmo partido do jovem prefeito Rafael Diniz, o PPS, tece loas ao fechamento de fato da Antonio Sarlo.

Erro
Este vídeo não existe

Mas pelo menos esse vídeo tem o mérito de nos informar quem foram os executores da morte da Antonio Sarlo, pois que quem é mandante desde o princípio, qual seja, o (des) governo Pezão.

Resultado de imagem para pezao comte rafael diniz

Aos que entendem a gravidade que o fechamento da Antonio Sarlo  representa para o futuro de todo o norte e noroeste fluminense, é preciso não esquecer em outubro que Rafael é Comte e Pezão lá, e Comte Bittencourt e Pezão são Rafael aqui!

Estudo mostra que 12% das espécies de pássaros estão sob risco imediato de extinção

fontes de ameaça 1

O jornal “The Guardian” divulgou hoje os resultados do relatório “State of the World´s Birds” que preparado pela BirdLife International, uma coalizão de organizações não-governamentais, que aponta para um dado mais do que preocupante: 12% das espécies já identificadas de aves estão sob risco de extinção [1].

estado dos passaros

 Dentre as espécies ameaçadas de extinção em nível global estão as de papagaios, corujas da neve e rolinhas. Mas o relatório informa que esta ameaça se estende a uma em cada espécie de aves, o que representaria uma drástica perda de biodiversidade, a qual poderia ter um imenso efeito dominó sobre toda a fauna, em função do papel chave que estas espécies ocupam na cadeia trófica.

O relatório mostra as principais fontes de ameaça às populações de aves que se encontram mais ameaçadas de extinção, sendo a agricultura a principal delas. Entretanto, existe uma grande gama de ameaças, tais como: exploração madeireira, espécies invasoras, caça, mudanças climáticas, expansão urbana, incêndios e supressão de incêndios, produção de energia e mineração, corredores de transporte, entre outras (ver figura abaixo).

fontes de ameaça passaros

No caso brasileiro, é importante notar que o Brasil concentra não apenas o maior índice de biodiversidade de espécies, mas como aqui estão atuando os principais vetores de extinção das aves. E em meio a esse processo com potencial completamente desestabilizador para os ecossistemas naturais, a bancada ruralista opera de forma diligente para objetivamente extinguir o processo de licenciamento ambiental que ainda oferece freios mínimos para a destruição dos habitats dos quais muitos aves dependem para sua existência.

Quem desejar baixar e ler o relatório “State of the World´s Birds“, basta clicar [Aqui!]


[1] https://www.theguardian.com/environment/2018/apr/23/one-in-eight-birds-is-threatened-with-extinction-global-study-finds

Servidores em luta para impedir extinção da Fundação Zoobotânica lançam carta ao (des) governador do Rio Grande do Sul!

fzb

Prezados colegas,

Nos próximos dias, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul enviará à Assembleia Legislativa projeto de lei que, se aprovado, irá decretar a extinção da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul – FZB e a demissão de todos os seus funcionários.

Desde 1972, a FZB vem prestando relevantes serviços à sociedade por meio de seus três órgãos: o Museu de Ciências Naturais, o Jardim Botânico e o Parque Zoológico. Os projetos e iniciativas da FZB, frequentemente realizadas em cooperação com organizações do Brasil e exterior, buscam aliar a conservação da natureza com o desenvolvimento social, para que atividades econômicas possam ser realizadas com menor impacto ambiental. Alguns exemplos são zoneamentos e diagnósticos ambientais, protocolos e manuais de boas práticas de produção agropecuária, projetos de uso sustentável de recursos da biodiversidade e planos de manejo de áreas protegidas. A FZB também coordena a elaboração das listas da fauna e da flora em extinção no Rio Grande do Sul e propõe medidas para a sua conservação.

Além disso, a FZB mantém espaços públicos de lazer e cultura acessíveis à população; promove ações de educação ambiental voltadas a escolas públicas e à comunidade em geral; executa atividades museológicas e organiza exposições fixas e itinerantes; atua na formação de recursos humanos, orientando estudantes em projetos de pesquisa; oferece aperfeiçoamento a professores de ensino fundamental e médio; proporciona treinamento em identificação e manuseio de fauna; mantém coleções científicas de referência sobre a biodiversidade do Estado e publica periódicos científicos de impacto internacional e diversas obras de divulgação.

Entre as pesquisas desenvolvidas pela FZB estão a descrição de novas espécies de plantas e animais, a realização de inventários biológicos, o manejo de animais peçonhentos visando à produção de soro antiofídico, o biomonitoramento da qualidade do ar, a recuperação de ambientes degradados, o impacto de estradas sobre a fauna, a proliferação de algas tóxicas, o efeito de espécies parasitas e exóticas invasoras, a fauna fóssil e muitos outros.

As atividades realizadas e os serviços prestados pela FZB garantem que o Estado tenha autonomia técnica e científica para formular políticas públicas de meio ambiente e desenvolvimento sustentável, assegurando que a gestão do patrimônio natural fique sob o controle da sociedade por meio de órgãos públicos idôneos e isentos.

Pedimos o seu apoio para que a FZB continue existindo e atuando na defesa do meio ambiente por meio do envio de um e-mail para os endereços listados abaixo, respectivamente o Governador do Estado do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori; a Secretária Estadual de Meio Ambiente, Ana Pellini; o Chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, e deputados da Assembleia Legislativa.

O seu apoio é fundamental para continuarmos conhecendo, conservando e divulgando o nosso patrimônio natural.

Envie o texto abaixo para os endereços de e-mail a seguir. Se sua instituição é parceira da FZB em algum projeto ou iniciativa, sinta-se à vontade para acrescentar comentários sobre nossa atuação. Divulgue esta carta de apoio entre seus contatos.

 

Contatos:

secretaria-geral@sgg.rs.gov.br; sema@sema.rs.gov.br; ana-pellini@sema.rs.gov.brgabinete@seplan.rs.gov.brgabinete@agricultura.rs.gov.br

gabinete-sdr@sdr.rs.gov.brcasa-civil@casacivil.rs.gov.brsalvefzbrs@gmail.comvillaverde@al.rs.gov.br;adilson.troca@al.rs.gov.br;

ajbrito@al.rs.gov.br; alexandre.postal@al.rs.gov.br; aloisio.classmann@al.rs.gov.br; altemir.tortelli@al.rs.gov.br;alvaro.boessio@al.rs.gov.br;

any.ortiz@al.rs.gov.br; bombeiro.bianchini@al.rs.gov.br; catarina@al.rs.gov.br; cirosimoni@al.rs.gov.br;dr.basegio@al.rs.gov.br;

edegar.pretto@al.rs.gov.br; edson.brum@al.rs.gov.br; eduardo.loureiro@al.rs.gov.br; elton.weber@al.rs.gov.br;enio.bacci@al.rs.gov.br;

frederico.antunes@al.rs.gov.br; gabriel.souza@al.rs.gov.br; gilberto.capoani@al.rs.gov.br; gilmar.sossella@al.rs.gov.br;ibsen.pinheiro@al.rs.gov.br;

jeferson.fernandes@al.rs.gov.br; joao.fischer@al.rs.gov.br; joao.reinelli@al.rs.gov.br; pozzobom@al.rs.gov.br;juliana.brizola@al.rs.gov.br;

]juliano.roso@al.rs.gov.br; liziane.bayer@al.rs.gov.br; deputado.lara@al.rs.gov.br; luiz.mainardi@al.rs.gov.br;manuela.davila@al.rs.gov.br;

marcel.vanhattem@al.rs.gov.br; marcelo.moraes@al.rs.gov.br; mario.jardel@al.rs.gov.br;marlon.santos@al.rs.gov.br;

mauricio.dziedricki@al.rs.gov.br; miriam.marroni@al.rs.gov.br; missionario.volnei@al.rs.gov.br;nelsinho.metalurgico@al.rs.gov.br;

pedro.pereira@al.rs.gov.br; pedro.ruas@al.rs.gov.br; regina.becker@al.rs.gov.br; ronaldo.santini@al.rs.gov.br;sergio.peres@al.rs.gov.br;

sergio.turra@al.rs.gov.br; silvana.covatti@al.rs.gov.br; stela.farias@al.rs.gov.br; tarcisio.zimmermann@al.rs.gov.br;gab.tiagosimon@al.rs.gov.br;

valdeci.oliveira@al.rs.gov.br; zanchin@al.rs.gov.br; ze.nunes@al.rs.gov.br; zila.breitenbach@al.rs.gov.br

 

Sugestão de texto para o e-mail:

Excelentíssimo Senhor

José Ivo Sartori

Governador do Estado do Rio Grande do Sul

Senhor Governador,

Reconhecendo a grande relevância do papel da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul para a pesquisa, a conservação e a divulgação da biodiversidade, bem como para a formulação de políticas públicas de meio ambiente e desenvolvimento sustentável, manifesto minha indignação em relação à proposta de seu governo de extinguir a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, que constitui patrimônio da sociedade gaúcha, e repudio qualquer tipo de intervenção que resulte no desmantelamento ou na extinção dessa importante instituição pública.

Atenciosamente,

Nome

Instituição

Pesca industrial gera ameaça de extinções na fauna marinha

F1.medium

Um artigo publicado na respeitada revista Science traz uma análise sobre a situação da diminuição da fauna marinha em função da exploração pela sociedade humana (Aqui!). A boa notícia é que, apesar de toda a exploração de um grande número de populações marinhas, existem ainda poucos casos de extinção causada pelo consumo humano.

Contudo, o artigo alerta para o fato de que a introdução da pesca industrial e o aumento da capacidade de captura podem sim resultar num grande número de extinções.

Os autores do artigo sugerem uma série de medidas para evitar o problema, incluindo a criação de áreas protegidas e o estabelecimento de medidas cuidadosas de gerenciamento dos recursos marinhos.

Ai é que mora o problema!

Pesticidas que matam abelhas também afetam aves

Pesticidas que já são suspeitos de matar abelhas também afetam populações de aves, de acordo com estudo

Richard Ingham, da 

Jacques Demarthon/AFP

 Abelha em flores

Abelha: ao acabar com insetos, inseticida afetou a capacidade das aves de procriar

Paris – Já suspeitos de matar abelhas, os chamados pesticidas neonicotinoides – ou neônicos – também afetam populações de aves, possivelmente eliminando os insetos dos quais se alimentam, revelou um estudo publicado na Holanda esta quarta-feira.

O novo artigo é publicado depois que um painel internacional de 29 especialistas revelou que aves, borboletas, minhocas e peixes estavam sendo afetados por inseticidas neonicotinoides, embora detalhes desse impacto sejam incompletos.

Estudando regiões na Holanda onde a água superficial tinha altas concentrações de uma substância química chamada imidacloprida, descobriu-se que a população de 15 espécies de aves caiu 3,5% anualmente em comparação com lugares onde o nível do pesticida era muito menor.

A queda, monitorada de 2003 a 2010, coincidiu com o aumento do uso da imidacloprida, destacou o estudo conduzido por Caspar Hallmann, da Universidade Radboud, em Nijmegen.

Autorizado na Holanda em 1994, o uso anual deste neonicotinoide aumentou mais de nove vezes em 2004, segundo cifras oficiais.

Descobriu-se que grande parte deste produto químico foi disperso em concentrações excessivas.

Ao acabar com os insetos – uma fonte de alimento crucial na época da reprodução -, ele afetou a capacidade das aves de procriar, sugeriram os autores, alertando que outras causas não poderiam ser excluídas.

Nove das 15 espécies de aves monitoradas eram exclusivamente insetívoras.

“Nossos resultados sugerem que o impacto dos neonicotinoides no ambiente natural é inclusive mais substancial do que foi reportado no passado”, revelou a pesquisa, publicada na revista “Nature”.

“No futuro, a legislação deveria levar em conta os efeitos em cascata potenciais dos neonicotinoides nos ecossistemas”, acrescentou.

Também chamados de neônicos, estes pesticidas são amplamente usados no tratamento de sementes para cultivos aráveis. Eles são projetados para serem absorvidos pela muda em crescimento e são tóxicos para o sistema nervoso central de pestes devoradoras de plantios.

Em um comentário publicado na “Nature”, o biólogo Dave Goulson, da Universidade de Sussex, na Grã-Bretanha, disse que os neonicotinoides podem ter um impacto de longo prazo nas populações de insetos.

Cerca de 5% do ingrediente ativo do pesticida é absorvido pelo cultivo, afirmou.

A maior parte do restante entra no solo e na água subterrânea, onde pode persistir por meses, ou até anos.

Diminuir à metade as concentrações pode levar mais de mil dias.

Como resultado, as substâncias químicas se acumulam, sendo os campos aspergidos sazonal, ou anualmente, afirmou.

Gordon disse que o processo é similar ao do DDT, um pesticida conhecido, cujos danos ao meio ambiente vieram à tona em 1962, graças à pesquisa de Rachel Carson, que resultou no livro “Primavera Silenciosa”.

A discussão sobre os neônicos tem aumentado desde o final dos anos 1990, quando os apicultores franceses culparam-nos pelo colapso das colônias de abelhas melíferas.

Em 2013, a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA, na sigla em inglês) declarou que os pesticidas neônicos representavam um “risco inaceitável” para as abelhas.

A isto se seguiu um voto da União Europeia a favor de uma moratória de dois anos ao uso de três substâncias químicas neonicotinoides amplamente utilizadas nos cultivos de flores, que são visitados pelas abelhas.

Mas a medida não afeta a cevada e o trigo, nem afeta pesticidas usados em jardins e em áreas públicas.

No mês passado, a Casa Branca determinou que a Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos faça sua própria revisão sobre os efeitos dos neonicotinoides nas abelhas.

FONTE: http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/pesticidas-que-matam-abelhas-tambem-afetam-aves

Latuff: professor é profissão em extinção no Brasil

:

 

Na arte do cartunista Carlos Latuff, a rara espécie brasileira, o professor; profissionais das redes municipal e estadual decidiram nesta quinta-feira manter a greve iniciada há dez dias no Rio, em protesto por melhores salários e condições de trabalho.

FONTE: http://www.brasil247.com/pt/247/rio247/140841/Latuff-professor-%C3%A9-profiss%C3%A3o-em-extin%C3%A7%C3%A3o-no-Brasil.htm

Governo norte-americano reconhece que abelhas estão morrendo a uma taxa alarmante

Por Fabiano Ávila do Instituto CarbonoBrasil

Um novo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos apontou que o atual ritmo de mortes de abelhas durante o inverno é preocupante e está insustentável economicamente para os apicultores.

De acordo com os dados levantados, 23,2% das Apis mellifera, que são as abelhas domesticadas para a fabricação de mel, do país morreram durante o inverno de 2013/2014. Um número muito acima da taxa de mortes que os apicultores consideram como o máximo aceitável para que a sua atividade seja viável economicamente, algo em torno dos 18%.

Além de ser um problema para os apicultores, o desaparecimento das abelhas significa uma grave crise ambiental e um problema para várias culturas agrícolas, que precisam delas como agentes polinizadores.

“Populações saudáveis de polinizadores são essenciais para a economia agrícola. Apesar de estarmos felizes com a diminuição de mortes, as perdas ainda são muito altas e temos que trabalhar para diminuí-las”, afirmou Tom Vilsack, secretário de Agricultura dos EUA, destacando que houve uma redução de 7,3% com relação aos 30,5% de mortes registradas em 2012/2013. 

Segundo Jeff Pettis, coautor da pesquisa e membro do Serviço de Pesquisas Agrícolas dos EUA, não foi possível identificar os fatores por trás das mortes e nem porque o número caiu com relação ao inverno anterior.

“Flutuações anuais como esta mostram como é complicado acompanhar a saúde das abelhas, que podem estar sendo afetadas por vírus, parasitas, problemas de nutrição – relacionados com a falta de diversidade de pólen – e pesticidas”, explicou Pettis.

Neonicotinoides

Um outro estudo, divulgado no último dia 9, demonstrou que neonicotinoides, que são amplamente utilizados nos EUA, são danosos para as abelhas.

Conduzido por pesquisadores da Universidade de Harvard, o trabalho salienta que esses pesticidas provocam o chamado Distúrbio do Colapso das Colônias (DCC), processo pelo qual abelhas abandonam sua colmeia sem aparente razão e acabam morrendo.

“Demonstramos mais uma vez, com alta probabilidade, que os neonicotinoides podem ser responsáveis por casos de DCC”, disse Chensheng Lu, um dos autores do estudo.

Lu e sua equipe observaram durante o inverno o comportamento de abelhas em colméias de regiões próximas às plantações onde eram utilizados neonicotinoides, e concluíram que a taxa de DCC foi 50% maior nessas colméias do que em outras localidades.

“Apesar de termos demonstrado que existe uma associação entre os neonicotinoides e a morte de abelhas, novos estudos deverão ser feitos para elucidar como funciona esse mecanismo e qual seria a quantidade de pesticida necessária para provocar o DCC. Esperamos conseguir reverter a tendência de perda de abelhas”, concluiu o pesquisador.

FONTE: http://www.institutocarbonobrasil.org.br/noticias6/noticia=737109

Alerj com projeto de lei para extinguir a FENORTE

IMG_9121

O movimento de greve que ocorre no campus da UENF já teve um primeiro resultado. No dia de ontem a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro deu início ao trâmite do projeto de lei No. 2972/2014 de autoria do deputado Comte Bittencourt que extinguirá a Fundação Estadual do Norte Fluminense (FENORTE) com seus servidores sendo transferidos para a UENF. Agora só falta aprovar e enviar para assinatura do (des) governador Luiz Fernando Pezão para que os grevistas da FENORTE obtenham a parte mais substancial de suas demandas. Depois certamente eles vão querer ver resolvida a questão das perdas salariais, mas já como servidores da UENF.

Abaixo o extrato do Diário Oficial do Rio de Janeiro em que consta a aprovação do projeto de lei No. 2972/2014.

 

extinção fenorte

A FENORTE e seu exército de 40 cargos comissionados : extinção é a melhor solução

 

esparta

Pelo que já pude observar a “Carta Aberta” que o deputado Roberto Henriques (PSD) enviou ao (des) governador Sérgio Cabral  pedindo a transformação da Fundação Estadual do Norte Fluminense (FENORTE) em uma secretaria voltada para o desenvolvimento regional do norte e noroeste fluminense está causando um belo rebuliço nas hostes cabralistas em Campos dos Goytacazes. O engraçado é que alguns críticos da proposta, sempre tão ciosos do uso do dinheiro público quando o alvo é o grupo político do ex-governador Anthony Garotinho, não hesitam em sentar o porrete no deputado Roberto Henriques por ele propor um fim digno para uma fundação que, convenhamos, perdeu seu sentido de existência em 2001 quando a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) conseguiu se tornar uma pessoa jurídica autônoma.

De lá para cá, o que se viu (ao menos para quem que, como eu, vai ao campus da UENF todos os dias) num belo cabide de cargos comissionados, normalmente para aliados políticos que perderam ou não conseguiram mandato nesta ou naquela eleição. A FENORTE, digamos assim, se tornou um lugar para aqueles que a população decidiu não dar ou renovar mandatos. E é óbvio que 40 cargos comissionados são um ótimo estoque para a distribuição de carinhos para apadrinhados políticos que se prestam nos momentos eleitorais a defender aquele que lhes dá o ganho extra numa fundação onde, como bem resumiu Roberto Henriques em sua missiva a Cabral, a presença da maioria dos ocupantes dos cargos comissionados é, no mínimo, “infrequente”.

Aliás, quando a Associação de Docentes da UENF (ADUENF) foi consultada pelo deputado Comte Bittencourt (PPS) sobre a possível extinção da FENORTE, respondemos que éramos a favor da migração daqueles servidores que quisessem trabalhar na UENF, desde que os famosos 40 cargos fossem sumariamente extintos em nome do interesse público. E aqui há um ponto que precisa ser esclarecido. Os servidores da FENORTE que prezam seus cargos públicos querem a extinção da FENORTE,e um número significativo deles quer se mudar de mala e cuia para a UENF, onde poderão finalmente fazer algo útil em prol da sociedade fluminense. E ciente disso, sou não apenas a favor da posição da ADUENF, como espero que a vontade dos servidores da FENORTE que querem vir para a UENF seja respeitada.

Para mim está claro que com a extinção da FENORTE, todos ganhariam, principalmente a população da nossa região que vê na UENF uma garantia real de desenvolvimento. E eu acrescento: o quanto antes, melhor!