Empresários são presos em Campos por não cumprirem sentença de prestação de serviços

Inspeção do MPF constatou que condenados não compareciam ao local determinado pela Justiça

penas

Cinco empresários ceramistas da Baixada Campista foram presos na manhã desta sexta-feira, 2 de setembro, por não terem cumprido sentença judicial para prestação de serviços em uma unidade de assistência ao idoso, em Farol de São Thomé. Agentes da Polícia Federal (PF), do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) cumpriram os mandados de prisão e os empresários do ramo de cerâmica foram levados para a delegacia da Polícia Federal.

Embora condenados ao cumprimento de serviços comunitários pela prática de extração ilegal de argila, constatou-se, em fiscalização realizada pelo MPF no último dia 23, que não vinham cumprindo a pena alternativa imposta e inseriam informações falsas nos registros de ponto que eram apresentados mensalmente à Justiça Federal. Em razão da não prestação de serviços comunitários e da apresentação de registros de pontos ideologicamente falsos, a Justiça Federal converteu as penas restritivas de direitos em penas privativas de liberdade, expedindo os mandados de prisão. Os apenados serão encaminhados ao presídio ainda nesta sexta.

Ao todo, oito mandados foram expedidos pela Juíza Federal, sendo que um dos condenados encontra-se internado e outros dois já são considerados foragidos.

Foi descoberto que eles compravam alimentos, mas não compareciam ao local para prestar os serviços determinados pela justiça. Em virtude do não cumprimento dos serviços, eles ficarão presos. Antes de serem levados para prisão, os empresários passaram por exames no Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE).

Inspeção

Em 23 de agosto, inspeção do Ministério Público Federal (MPF) constatou que nenhum dos condenados a prestação de serviço comunitário na Colônia de Férias da 3ª Idade de Farol de São Tomé está cumprindo efetivamente a pena. Após a inspeção realizada a responsável pela instituição foi conduzida à Delegacia de Polícia Federal de Campos para prestar esclarecimentos.

A instituição, que tem capacidade para atender até cem idosos, é uma das cadastradas pela Justiça Federal para receber condenados por crimes praticados sem violência ou grave ameaça. Nestes casos, a pena aplicada costuma ser inferior a quatro anos e convertida em penas restritivas de direitos, como prestação de serviços comunitários. A equipe do MPF, coordenada pelo procurador da República Bruno Ferraz, verificou que nenhum dos apenados estava cumprindo as horas devidas de serviços à comunidade.

Eles não se encontravam no local no momento da fiscalização e as folhas de ponto, documentos em que deveriam ser apostas as assinaturas dos apenados diariamente, acompanhadas das datas e horários cumpridos, encontravam-se em branco.
 
A Colônia de Férias, mantida pela Prefeitura, tem como objetivo proporcionar aos idosos atividades de lazer e bem-estar como hidroginástica, fisioterapia, passeios guiados e bailes. Todos os apenados que deveriam prestar serviço no local foram condenados por usurpação de patrimônio da União (Lei nº 8.176/91, art. 2º), em razão da extração de argila sem autorização dos órgãos competentes.
 
O MPF prosseguirá com a investigação para a completa elucidação dos fatos.
FONTE:  Assessoria de Comunicação Social/ Procuradoria da República no Rio de Janeiro

Ururau confirma interdição de estrada alternativa na região entre Açu e Farol de São Thomé

Mar avança em Campos e SJB e Defesa Civil interdita variante no Farol

Medida visa evitar que veículos sejam arrastados pelo mar

Ururau

Medida visa evitar que veículos sejam arrastados pelo mar

O mar continua avançando no litoral de Campos e São João da Barra e invadiu a variante construída pela Prefeitura de Campos, através da Secretaria de Obras, Urbanismo e Infraestrutura. Equipes da Defesa Civil interditaram o local nesta quarta-feira (21/01). A orientação é que os motoristas que estiverem no Farol, com destino ao Porto do Açu, não utilizem a estrada litorânea e, sim, o caminho alternativo a RJ-216, entrando em Baixa Grande, na rodovia municipal, que liga o distrito à localidade de Capela de São Pedro, onde tem acesso novamente à estrada litorânea.

“O mar está avançando e é perigoso que o veículo seja arrastado para o mar”, explica o secretário da Defesa Civil, Henrique Oliveira.

No último dia 06, foi necessária a primeira interdição na estrada litorânea entre o Xexé e Maria da Rosa, no Cabo de São Tomé. Devido à destruição de trecho da estrada, na curva situada nas proximidades da Ponte sobre o Rio Açu, em Maria Rosa, a Defesa Civil de Campos interditou a estrada para evitar acidente, com queda de veículos dentro do mar. Esta semana, foi concluída a construção de variante para facilitar o acesso no local mas, com o avanço do mar, o novo acesso foi destruído.

FONTE: http://www.ururau.com.br/cidades53026_Mar-avan%C3%A7a-em-Campos-e-SJB-e-Defesa-Civil-interdita-variante-no-Farol

Porto do Açu: Injusto e insustentável segundo um artigo científico publicado publicado na “Marine Policy”

cardume farol força pesca artesanal

Enquanto alguns ainda tentam dourar a pilula amarga representada pelo Porto do Açu na vida de centenas de agricultores familiares e pescadores artesanais, pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) continuam seu trabalho minucioso de documentação científica do que, de fato, está ocorrendo.

O último exemplo disso é o artigo abaixo que sairá publicado em versão impressa em março de 2014 na revista “Marine Policy” cujos autores são o doutorando de Sociologia Política, John Ditty, e o professor titular do Laboratório de Ciências Ambientais, cujo  título em português seria algo como “Injusto e insustentável: um estudo de caso de complexo industrial-portuário do Açu.

Como participei da banca examinadora da dissertação de mestrado que o John Ditty defendeu no Programa de Pós-Graduação de Políticas Sociais da UENF sobre o mesmo assunto, garanto que esta é uma leitura imperdível para os que querem realmente saber o que até hoje o Porto do Açu trouxe sobre a vida dos pescadores artesanais que trabalham naquela região.

Cover image

Unjust and unsustainable: A case study of the Açu port industrial complex

J.M. Ditty and C.E. Rezende

 Given their potential for social and ecosystem disruption along with job creation and economic stimulus, the proliferation of extremely large-scale investment projects worldwide has created a dilemma for policymakers and public authorities. Although one method of balancing the varied interests of stakeholders is to require that development projects be sustainable, the definition of this concept has become muddled and few practical frameworks for its implementation have emerged. One strategy that does exist, however, is the just sustainability framework. The present study sought to assess the just sustainability of the Açu industrial seaport megaproject in Rio de Janeiro State, Brazil through the application of a questionnaire among 60 active marine artisan fishers of a nearby community. The results indicate that the megaproject was not sustainable. Furthermore, the results of the just sustainability indicators triangulated both with the study’s primary fisher ethnographic data and with peer-reviewed scientific assessments of similar projects, thus confirming the potential value of the just sustainability framework for assessment and policy formulation.