Conexão Flórida-Paraguai inunda o Brasil com diplomas falsos de pós-graduação. E essa é só a ponta do iceberg

7 signs your school may be a diploma mill - eCampus News

O “Extra Classe”, jornal do Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS) está produzindo uma série de reportagens sobre uma verdadeira fábrica de diplomas de pós-graduação (as ‘diploma mills’) que está assentada primariamente no Paraguai e na Flórida. Como as diversas reportagens do “Extra Classe” mostram há um esquema azeitado que vai da expedição de diplomas falsos até a sua revalidação em território nacional via a Plataforma Carolina Bori que foi desenvolvida pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) com a finalidade de tornar estes diplomas reconhecidos no território nacional.

O esquema de atrair incautos (outros nem tanto) para a obtenção de diplomas falsos no Paraguai e na Argentina já era de meu conhecimento desde o início deste blog.  O que eu não tinha conhecimento era do fato de que o esquema tinha se estendido para os EUA onde existem instituições que são verdadeiras fábricas de diplomas em diversos estados, começando pelo Arizona e chegando na Flórida.

Como membro do Conselho Universitário da Universitário da Uenf vejo chegar um pequeno número de pedidos de revalidação de diplomas, os quais passam pela devida avaliação por comissões formadas com a finalidade de verificar se os pedidos são, digamos, compatíveis de serem aprovados. O problema é que, como mostra a série de reportagens do “Extra Classe”, os esquemas estão cada vez mais profissionais e envolvem uma série de “colaboradores” espalhados por diferentes regiões brasileiras.

O fato é que a demanda por diplomas de pós-graduação vem aumentando por causa dos requisitos inseridos nos Planos de Carreira de educadores em todos os estados e municípios brasileiros, sem que se dê o devido suporte e orientação para os profissionais que desejarem ter melhores salariais em função do avanço do seu treinamento profissional.  Com isso, se abre a possibilidade de que esses esquemas ilegais sejam abraçados sem muitos questionamentos. O resultado é que o está se descobrindo com as reportagens do “Extra Classe”:  as fábricas de diplomas estão funcionando a todo vapor, gerando custos para quem entra nos esquemas e prejuízos para os cofres de estados e municípios que passam a pagar salários ancorados em diplomas inexistentes.

Outro problema é que a expectativa de alguém que possua títulos de pós-graduação é que, em troca dos melhores salários, os profissionais possam entregar e empregar conteúdos de melhor qualidade.  Como é de esperar em qualquer esquema ancorado em falsidades, esse princípio acaba não se confirmando, gerando um ciclo vicioso que envolve profissionais mal treinados e alunos recebendo o mesmo de sempre.

A solução para este imbróglio seria a realização de investimentos de  ponta a ponta, começando pelos salários até a consolidação de um sistema nacional de pós-graduação que possa efetivamente assimilar a demanda que está sendo gerada com as pressões exercidas sobre os profissionais da educação. Mas este cenário, convenhamos, esbarra na política de controle orçamentário que vem encurtando brutalmente os investimentos em saúde, educação e desenvolvimento científico.  Com isso, as reportagens do “Extra Classe” estão provavelmente apenas mostrando a ponta de um longo iceberg. Há provavelmente ainda muita coisa a ser descoberta pela Polícia Federal. E salve-se quem puder.

Furacão Irma como exemplo didático do impacto das mudanças climáticas

Ainda não recuperados dos efeitos devastadores do furacão Harvey, os estadunidenses estão agora presenciando a presença do Irma que está quebrando todos os recordes já estabelecidos para este tipo de fenômeno climático.

Ainda que furacões sejam uma realidade anual no Caribe e na América do Norte, o que está surpreendendo até os mais céticos é a combinação de fatores que normalmente ocorrem na passagem de qualquer furacão, mas que com Harvey e Irma tomaram proporções épicas.

Talvez agora possamos ter uma discussão séria sobre o que está por vir a partir das inevitáveis mudanças climáticas que estão sendo causadas pela sociedade capitalista. Melhor ainda se começando pelos EUA, possamos ter um debate pautado pelo que já foi estabelecido pela ciência e não pelo ceticismo com que este problema muitas vezes é tratado.

Abaixo um dos muitos vídeos que já foram postados no Youtube sobre a chegada do Irma na Flórida. 

https://youtu.be/jStIyeIIqLg