Sérgio Moro atacou ex-primeiro ministro português José Sócrates e acabou ouvindo o que não queria.
O ex-juiz federal e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, foi a Portugal participar de um evento e acabou envolvido numa forte polêmica com o ex-primeiro ministro José Sócrates que criticou a presença dele em terras portuguesas por sua suposta imparcialidade no julgamento do ex-presidente Lula. José Sócrates afirmou ainda que Sérgio Moro um “ativista político disfarçado de juiz”.
Como está acostumado a bater e não ser rebatido, Sérgio Moro resolveu bater firme no ex-primeiro ministro português (que responde por 31 acusações em um caso de corrupção) que não debatia “com criminosos pela televisão“.
O problema é que José Sócrates sequer foi ainda levado a julgamento pelas acusações, e aproveitou a deixa para aprofundar o seu ataque a Sérgio Moro afirmando que “há no entanto, em todo este episódio, um mérito: as palavras produzidas confirmam o que já se sabia do personagem- como juiz, indigno; como político, medíocre; como pessoa, lamentável”.
Mas a coisa ficou pior ainda porque parte da imprensa portuguesa resolveu, com claro desgosto, comprar a briga de José Sócrates e partiu para cima de Sérgio Moro, lembrando que “Portugal é um estado de direito”, e que “chamar “criminoso” a um cidadão que não foi julgado nem condenado é um abuso” que revelaria “a verdadeira natureza de Sérgio Moro“.
E qual seria a verdadeira natureza de Sérgio Moro. Segundo o articulista do “Público”, Manuel Carvalho, essa natureza seria a de “um juiz-político (ou um político-juiz) que nem num país que o recebe mostra perceber o que é o respeito diplomático. E, já agora, o que é um Estado de direito pleno“.
Essa descompostura em Sérgio Moro só deverá piorar a péssima imagem que o governo Bolsonaro desfruta na mídia e no meio político português, pois a querela tomou ares de incidente diplomático. Mas em se tratando de membros do governo Bolsonaro, este não será nem o primeiro ou último.