Em novo artigo no “The Proof”, Seth Abramson cita Eduardo Bolsonaro como um dos conspiradores da invasão ao Capitólio

Trump Supporters Hold "Stop The Steal" Rally In DC Amid Ratification Of Presidential Election

WASHINGTON, DC – 06 de janeiro: Milhares de apoiadores de Donald Trump se reúnem do lado de fora do prédio do Capitólio dos EUA após uma manifestação “Stop the Steal” em 6 de janeiro de 2021 em Washington, DC. Um grande grupo de manifestantes invadiu o edifício histórico, quebrando janelas e entrando em confronto com a polícia.  Spencer Platt / Getty Images / AFP

Em uma nova reportagem no site “The Proof”, o professor universitário e advogado, também conhecido por suas colunas nos principais jornais estadunidenses, Seth Abramson identifica o que identifica uma espécie de guia para identificar os principais grupos pela invasão realizada em janeiro de 2021 ao congresso dos EUA.  Abramson dividiu os grupos de pesquisadores em: paramilitares, organizações de base, a Campanha de Donald Trump, Agitadores Independentes e facilitadores, e Membros do Congresso.

Em cada um desses grupos Abramson, identificou não apenas os papéis cumpridos por cada um dos deles, mas também seus componentes e os papéis cumpridos na preparação e execução da invasão ao Capitólio. E aí que a coisa começa a ficar interessante, pois Abramson inclui o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) em uma condição de destaque no grupo de “Agitadores Independentes e Facilitadores” (ver imagem abaixo).

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É interessante notar que Abramson caracteriza este grupo como sendo formado por “um bizarro enxame de pessoas que inclui vigaristas dissolutos, ideólogos perturbados e agentes estrangeiros – essencialmente, pessoas inescrupulosas, mas com recursos suficientes, que veem em Trump um meio de promover seus designs marginais com relativa impunidade.” Além disso, ainda segundo Abramson, os “Agitadores Independentes e Facilitadores” teriam operado “em um nível de visibilidade significativamente mais baixo, lubrificando as rodas da insurreição em regiões distantes do mecanismo de insurreição – aquelas que de outra forma poderiam ter falhado em seu propósito” no dia da invasão ao Capitólio.

Em suma, este grupo teria ocupado um papel não menos importante, ainda que operando de forma discreta dentro do processo que resultou na invasão do congresso dos EUA.

Mas se realmente ficar determinado pelos serviços de inteligência e pelas órgãos policiais dos EUA que Eduardo Bolsonaro cumpriu tal papel relevante, uma consequência óbvia que ele será indiciado em processos que eventualmente sejam formados para punir os responsáveis pela invasão que representou um dos mais duros atentados ao congresso dos EUA. 

Finalmente, como Seth Abramson não é uma figura inexpressiva dentro do grupo que faz análises políticas nos EUA, essa reportagem não deverá ser desprezado pelos que citados nela. E quem fizer isso, poderá acabar pagando um preço caro.

Dos riscos de brincar com um poder imperial: a possível participação de Eduardo Bolsonaro na invasão do Capitólio

Apoiadores de Donald Trump invadem CongressoApoiadores do ex-presidente Donald Trump invadindo o congresso estadunidense no dia 06 de janeiro de 2021

Apesar da mídia corporativa ainda estar ignorando uma matéria produzida pelo advogado, escritor e colunista do jornal “The New York Times”, Seth Abramson, uma bomba de tempo pode estar repousando solenemente no colo do presidente Jair Bolsonaro neste momento.

É que Abramson publicou no site “Proof'” uma matéria intitulada “Brazil’s Murky Connection to Trump’s Secretive January 5 War Council Is Getting Clearer—and It Raises New Questions” (ou em bom português “A conexão obscura do Brasil com o conselho secreto de Trump, 5 de janeiro, está ficando mais clara – e levanta novas questões”), onde ele implica o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) em uma reunião que teria tramado a invasão que ocorreu na sede do congresso estadunidense no dia 06 de janeiro de 2021.

proof abramson

Há que se enfatizar que Seth Abramson, professor da University of New Hampshire, não é nenhum desconhecido ou observador marginal da realidade estadunidense.  Na verdade, Abramson, é que Abramson tem estado na crista da onda com uma série de livros que denunciam os desmandos cometidos pelo ex-presidente Donald Trump, o que o credencia como uma fonte que será ouvida dentro e fora dos EUA.

Mas é principalmente dentro dos EUA que as apurações que essa matéria escrita por Abramson certamente terão mais repercussão, na medida em que o congresso, as forças policiais e a justiça daquele país ainda estão realizando processos de ajuste de contas não apenas com aqueles que participaram diretamente da invasão do congresso, mas, principalmente, com os autores intelectuais da operação. 

Assim, se confirmada a participação de Eduardo Bolsonaro na reunião preparatória para a invasão do congresso estadunidense, não será de estranhar se ele e seu pai (afinal de contas, o presidente da república) se tornarem alvo de algum tipo de retaliação por parte do governo de Joe Biden.

E nisso tudo uma lembrança que parece ter sido esquecida: não se mexe com um poder imperial, sem que haja repercussões graves.  É que países já foram bombardeados e líderes de determinados países já foram eliminados por acusações muito mais brandas. A ver!