
Encontrei rapidamente o de novo prefeito de Maricá, Washington Quáquá, lá pelos idos de 1998 quando ele ainda pertencia à corrente petista “Articulação de Esquerda”. Naquela reunião ocorrida no diretório do Partido dos Trabalhadores (PT) de Campos dos Goytacazes, Quáquá tentava mobilizar mentes e corações para os enfrentamentos que ocorria com a corrente comandada pelo presidente Lula e pelo ex-deputado federal José Dirceu, a Articulação.
De lá para cá, Quáquá se tornou uma figura de relevância dentro do PT, seja no âmbito do Rio de Janeiro como no nacional, e hoje além de prefeito de Maricá, é também vice-presidente nacional do partido. Além disso, o Quáquá de hoje se notabilizou por alianças que deixariam o velho Quáquá rubro de vergonha, enveredendo até pela defesa de alianças eleitorais com a extrema-direita. Mais recentemente Quáquá causou alvoroço ao defender os irmãos Brazão da acusação de que são os mandantes (ou pelo parte deles) do assassinato da vereadora Marielle Franco.
Entretanto, para mostrar que o céu é o limite para tratativas envolvendo a cidade que novamente governa, Washington Quáquá resolveu dar uma de Lázaro para realizar uma espécie de ressurreição do ex-bilionáro Eike Batista. Para isso, Quáquá recebeu o “pai” do Porto do Açu para discutir ações e projetos (parcerias na palavra do prefeito de Maricá) para transformar Maricá em “um grande centro industrial e tecnológico” do Brasil.
Pois bem, quem conhece um pouco da trajetória de Eike Batista em São João da Barra vai sentir logo a sensação de que já viu essa conversa antes, pois foi com essa conversa que o filho de Eliezer conseguiu convencer Sérgio Cabral a embarcar no rumoroso processo de desapropriação de terras que deixou centenas de famílias de agricultores familiares sanjoanenses sem seu meio de sustento e, até hoje, sem nenhum tipo de ressarcimento financeiro pela tomada de suas terras pelo governo do Rio de Janeiro.
Seja o que for que a duplá Quáquá e Eike Batista estiver planejando, o certo é que boa coisa não é. Como Quáquá está tentando tentando tirar um projeto de porto da prateleira, o mais provável é que a converda dos dois esteja indo por aí. E isso não é nada bom para a população de Maricá, pois se a história do Porto do Açu se repetir em Maricá, o mais certo é que coisa não virá. Quem quiser ver o que aconteceu com o projeto anterior de Eike Batista em São João da Barra, basta ir na Barra do Açu, localidade que hoje está sendo engolida pela erosão causada pelas estruturas físicas do porto do Açu.




