Fala-se muito em escola sem partido, mas e as igrejas podem ter partido?

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Por vários anos temos visto a ação agressiva de grupos políticos que desejam impor uma agenda conservadora para a educação brasileira, a maioria abrigada e dinamizada sob a alcunha de “Escola Sem Partido”.  A ação desses grupos logrou aprovar várias leis inconstitucionais em estados e municípios que foram posteriormente declaradas ilegais e não lograram, felizmente, entrar em vigor.

Mas este fenômeno deverá se agravar agora que a extrema direita elegeu bancadas fortes em vários estados e também na Câmara Federal. Não deverão demorar para tentar impor planos pedagógicos que impeçam o ensino da Teoria da Evolução de Charles Darwin e também do conhecimento já existente sobre as mudanças climáticas em curso na Terra e que deverão trazer efeitos devastadores para diversas regiões brasileiras.

Pois bem, mas a questão que eu quero abordar é outra. É que enquanto se fala muito na “Escola Sem Partido”, o atual ciclo eleitoral está mostrando a clara atuação das principais lideranças religiosas do protestantismo, principalmente aqueles ligadas ao que se convenciona denominar de Neopentecostalismo, em favor de uma dada candidatura, numa clara desobediência do que estabelece a Constituição Federal Brasileira.

Não bastasse o apoio dado em púlpitos e corredores, cenas como as mostradas abaixo mostram como a disseminação da cultura do ódio está solapando até as bases fundamentais do que se convenciona chamar de religião cristã que se baseia na solidariedade, no perdão e no amor ao próximo.

Diante do que estamos presenciando é que, independente do resultado das eleições, há que se debater também a essência dessa politização da religião, e de como isso não deve ser tolerado até para aqueles que são religiosos sejam protegidos de líderes inescrupulosos que os usam para atingir objetivos bastante terrenos.