Com Pedro Paulo é assim: para os servidores, perda de direitos e precariedade, mas para a sogra….

Em mais uma de suas matérias magistrais, o jornalista Ruben Berta publicou hoje um daqueles petardos reveladores sobre a hipocrisia e o cinismo que cercam  a atuação de determinados personagens no parlamento brasileiro. O centro da matéria se refere a uma informação curiosa: a sogra do deputado Pedro Paulo (PSD/RJ), um dos mentores da reforma administrativa, é empregada no gabinete de um dos seus principais aliados políticos na Câmara de Vereadores da cidade do Rio de Janeiro.

O “emprego” rende à sogra de Pedro Paulo o montante de R$ 7.400,00 para que ela atua como “assessora cultural” em meio às suas outras atividades como empresária.

Há que se lembrar que as proposições, se aprovadas, representarão um rigoroso retrocesso de direitos para os servidores públicos e implicarão em um grave aumento do nível de precarização dos serviços públicos nas três esferas de governo.

Pelo jeito, com Pedro Paulo, a coisa vai assim: para a sogra tudo, para os servidores nada.

Olho vivo servidores: a reação contra a Reforma Administrativa não virá do governo Lula

O deputado Pedro Paulo (PSD/RJ) e a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, estão juntos e misturados na reforma administrativa que irá remover direitos e impor medidas punitivas aos servidores públicos brasileiros 

Neste momento paira sobre a cabeça de todos os servidores públicos brasileiros um espectro tenebroso, o espectro da reforma administrativa. Pensada inicialmente no governo Bolsonaro, a reforma administrativa não andou porque era ruim demais até para o bolsonarismo levá-la para frente.  Em poucas palavras, a proposta que está sendo rascunhada pelo deputado Pedro Paulo (PSD/RJ) representa o último prego no caixão dos direitos dos servidores públicos, tamanho é o ataque a elementos essencias para a sobrevivência digna daqueles que dedicam suas vidas a servir a população brasileira na condição de servidores públicos.

Tendo ingressado na carreira pública no longínquo ano de 1999, sou testemunha do encurtamento de direitos que vem sendo executado por diferentes governos, incluindo os dito de esquerda sob liderança do PT.  O fato é que sob a hegemonia do ideário neoliberal, ainda que com diferentes tintas, os servidores públicos vêm acumulando derrotas fragorosas em toda linha, a começar pelas condições de aposentadoria, mas alcançando ainda outras áreas como a da dedicação por tempo de serviço, e alongamento do período mínimo para requerer aposentadoria.

A chamada Reforma Administrativa é um combo de maldades e virá na forma de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC); um projeto de lei complementar,  e um projeto de lei. Combinados esses instrumentos deverão afetar de forma decisiva várias aspectos da vida dos servidores públicos, incluindo a estabilidade, os salários, limitações de direitos, e a imposição de condições punitivas e o estabelecimento de vínculos precários.  

Para enganar a população e os servidores, o relator da PEC da Reforma Administrativa, Pedro Paulo, tem gasto bastante saliva para garantir que o que se busca com essa reforma é acabar com privilégios e melhorar a qualidade dos serviços públicos, de modo a valorizar os “bons servidores”.   Mas isso tudo é balela, pois Pedro Paulo é conhecido por suas visões neoliberais e não é à toa que ele foi colocado npara relatar essa PEC. Quem o colocou lá, sabe bem que valorizar os servidores e melhorar a qualidade dos serviços públicos não é bem o que Pedro Paulo realmente quer.

Mas que nenhum servidor público se engane achando que haverá esforço dos partidos ligados de forma mais fiel ao presidente Lula para impedir que esse ataque brutal contra seus direitos Basta ver as declarações recentes do ministro da Fazenda Fernando Haddad que estão bem alinhadas com o que está sendo proposto por Pedro Paulo, ainda que de forma disfarçada.  Aliás, outra que aparece bem alinhada com a reforma administrativa éaministra Esther Dweck, da Gestão e Inovação, que já reconheceu que o governo Lula está alinhado com a maior parte dos pontos que devem ser apresentados nos textos da reforma administrativa, em elaboração pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ).  Curiosamente, a maior  preocupação de Dweck aparentemente está no impacto fiscal das medidas propostas por Pedro Paulo, a começar pelo bônus de produtividade. Em outras palavras, com o impacto fiscal das migalhas que serão dadas aos servidores em troca da perda de direitos fundamentais.

Diante deste cenário, caberá aos servidores e seus sindicatos e associações de classe começar um poderoso movimento de rejeição às medidas draconianas que estão sendo engendradas por Pedro Paulo e suas parceiros dentro da Câmara de Deputados. Se não houver esse movimento, é quase certo que esse pacote de maldades vá ser aprovado, inclusive com os votos supostamente envergonhados do PT (sempre em nome do mal menor, é claro).

Encontro de Eduardo Paes e Pedro Paulo em vinícola nos EUA mostra a seletividade da crise

O jornal “EXTRA” publicou na tarde deste sábado uma matéria mostrando uma reunião regada a vinhos selecionados entre o ex-prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), e seu afilhado político, o deputado federal Pedro Paulo (PMDB), num estabelecimento localizado no estado estadunidense de Maryland [1].

eduardo paes pedro paulo

Em primeiro lugar há que se dizer que não há de ilegal em dois amigos se encontrando para sorver garrafas de vinho em qualquer do mundo que eles escolham fazer.  Olhando a carta de vinhos do Sugarloaf Mountain Vineyard (em português, vejam que coincidência, Vinícola da Montanha do Pão de Açúcar!) mostra que os preços lá são até bastante razoáveis em comparação a estabelecimentos similares no Brasil, com taças girando numa faixa de R$ 24,00 até próximo de R$ 40,00 [2]. E para quem já gastou para chegar na distante Dickerson, estes preços são até baratos.

O problema é que enquanto esses dois amigos usufruem das gosturas etílicas na costa leste dos EUA,  a população da cidade e do estado Rio de Janeiro estão passando por graves dificuldades em função das políticas que o partido deles aplicou com sofreguidão ao longo da última década.

Por isso, é que quando personagens como o (des) governador Pezão e seu (des)secretário de Fazenda, Gustavo Barbosa, têm a pachorra de vir a público para falar de sacrifícios ainda maiores para a população e para os servidores estaduais, é preciso lembrar que a crise que eles ajudaram a criar é seletiva, mas muito seletiva mesma.

Finalmente, apenas como sou geógrafo,  quero lembrar que Dickerson, cidade onde está localizada a Sugarloaf Moutain Vineyard, fica distante 64 km da capital dos EUA, Washigton, onde reside atualmente o ex-prefeito Eduardo Paes. Já a distância em relação a Wilmington, localizada no paraíso fiscal de Delaware, é de 216 km.  Para quem não sabe, é em Wilmington que muitos negócios foram realizados, inclusive a catastrófica operação Delaware que faliu o RioPrevidência.


[1] https://extra.globo.com/famosos/investigados-por-corrupcao-eduardo-paes-pedro-paulo-sao-clicados-em-vinicola-nos-eua-22029750.html

[2] https://www.smvwinery.com/enjoy-sugarloaf-mountain-wines/

 

PMDB e Eduardo Paes apostam no conservadorismo dos pobres para manter candidatura de Pedro Paulo

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Estive hoje conversando com uma pessoa que conhece bem as entranhas do PMDB carioca, e ela compartilhou comigo a percepção que guia Eduardo Paes para manter a candidatura do seu pupilo Pedro Paulo para as eleições da prefeitura do Rio de Janeiro em 2016.

Segundo essa pessoa a pedra no sapato representada pela agressão de Pedro Paulo à sua ex-mulher seria apenas um problema na Zona Sul e entre eleitores mais educados, e que esse efeito negativo seria minimizado nas zonas oeste e norte, onde a questão da violência contra a mulher seria mais tolerado.

Mais tarde, pensando com meus botões, me dei conta que esse raciocínio dos “estrategistas” do PMDB tem tudo a ver com outras peripécias que outros vetustos líderes do partido enfrentam, como é o caso de Eduardo Cunha que está afogado em denúncias de corrupção e mesmo assim continua mandando e desmandando na Câmara dos Deputados.

Agora que é duro ver que há uma aposta de que os pobres e menos educados são mais tolerantes com a violência praticada por maridos contra suas esposas. De toda forma, essa é uma aposta arriscada, já que quem conhece as pessoas mais facilmente assimilada. 

E pensando bem, partido que tolera corrupto, tolera qualquer coisa.

E o título de traíra mór vai para…..

Faz tempo que eu não me deixo levar pelas falas do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Aliás, desde a inexplicável reforma da previdência que ele ordenou e fez aprovar logo no início do seu primeiro mandato. De lá para cá, sempre me mantive distante da adoração que parte da população lhe concede e da adulação que muitos lhe conferiam.

Dito isso, eu fico imaginando como é que o ex-presidente Lula se sente hoje ao lembrar da foto abaixo onde posava todo faceiro em um grupo de amigos que na última década praticamente acabou com o estado do Rio de Janeiro, e fortemente turbinado por recursos federais. 

Eduardo-Paes-Pedro-Paulo-Lula-Pezo-e-Sergio-Cabral

É claro que estou falando do quarteto formado por Pezão, Pedro Paulo, Sérgio Cabral e Eduardo Paes. E é claro que o destaque do dia é para a inseparável dupla Eduardo Paes e Pedro Paulo: o primeiro por liberar o seu secretário para ir votar em Brasília pelo impeachment de Dilma Rousseff, e o segundo por ter feito isso. Em suma, o suprassumo da trairagem.

Mas quer saber, a escolha de amigos traíras quem fez foi o  ex-presidente Lula. Ele que se entenda com eles.