A nocividade dos agrotóxicos na saúde reprodutiva: Abrasco lança novo relatório

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Por Lia Giraldo da Silva Augusto1 e Nadia Spada Fiori2 

Os agrotóxicos são substâncias químicas usadas para o controle de insetos, fungos e plantas consideradas indesejadas na agricultura ou dentro de nossas próprias casas. Entretanto, além de causarem a morte destes organismos vivos, também causam sérios problemas à saúde das pessoas.

Atualmente, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo! Situação que tem causado o adoecimento de muitos trabalhadores da agricultura e de comunidades que moram próximas às áreas de uso dos venenos. A aplicação de agrotóxicos nas plantações envenena os alimentos, as águas, o solo e o ar, principalmente quando são aplicados por aviões sobre extensas áreas de plantações, causando a deriva do veneno para as moradias e escolas das comunidades vizinhas.

Lia Giraldo tem lutado contra esses venenos por longos anos de sua vida, muitos deles, junto à Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO). Diante do reconhecimento da ABRASCO como instituição que luta pela Saúde Coletiva e pela vida, o Centro de Direitos Reprodutivos (CDR) solicita a esta instituição um relatório que aponte os danos reprodutivos relacionados aos agrotóxicos. Nesta época, Lia coordenou o Grupo Temático de Saúde e Ambiente da ABRASCO e aceitou o desafio.

Procurando aliar o conhecimento científico com as experiências de vida e relatórios de casos verídicos, Lia reuniu um grande grupo composto por pesquisadores, gestores, militantes de movimentos sociais como o de mulheres camponesas e estudantes das áreas da saúde, que trabalharam juntos na construção de um amplo . 

Buscamos na literatura científica brasileira todos os estudos que abordam danos reprodutivos e agrotóxicos e encontramos diversas doenças, neoplasias, alterações genéticas e hormonais relacionadas com a exposição aos agrotóxicos. Também foram encontrados grupos populacionais expostos e invisibilizados, desigualdades de gênero e nas pesquisas no país.

Observamos que mulheres moradoras de áreas rurais e expostas a agrotóxicos sofreram maiores taxas de aborto espontâneo e mais alterações genéticas do que as moradoras de áreas urbanas; entretanto, essas mulheres foram menos estudadas quando comparadas às moradoras da porção urbana das cidades. Outros grupos vulneráveis, como as mulheres camponesas, indígenas, ribeirinhas e quilombolas não foram exploradas pelos estudos, o que perpetua a invisibilidade destas populações. Da mesma forma, a exposição aos agrotóxicos aumentou o risco de câncer de mama e de tumores com maior agressividade.

Em um ambiente onde todos os seres vivos estão contaminados por estes venenos, a mulher, por gestar a Vida, desempenha um papel essencial na transmissão através das gerações dos danos causados ​​pelos agrotóxicos. Agrotóxicos foram encontrados no sangue materno, no sangue do cordão umbilical e no leite materno, principalmente organoclorados, aumentando a ocorrência de abortos espontâneos, prematuridade, malformações congênitas e leucemias em crianças menores de dois anos.

Diante de tantos efeitos negativos na saúde humana, o grupo específico é um evento para discutir os resultados encontrados e buscar formas de lutar contra estes venenos. Uma nota técnica foi elaborada e aprovada neste evento, sendo enviada posteriormente às autoridades brasileiras para instrumentalizar os debates regulamentadores dos agrotóxicos. Ainda assim, foi elaborado um almanaque sobre o corpo humano, os direitos reprodutivos e os efeitos dos agrotóxicos em nosso corpo, em linguagem acessível ao público leigo e ilustrado com lindas figuras.

O relatório está em processo de transformação em um dossiê para aumentar seu poder transformador na sociedade civil, acadêmica e jurídica.

A luta contra os agrotóxicos é permanente e não pode ser silenciada. Precisamos de aliados dentro de um país com grande influência do agronegócio e com uma legislação permissiva, que não proteja os seres vivos e o meio ambiente. Precisamos trabalhar juntos: saúde, meio ambiente, legislativo e principalmente, movimentos sociais! 

Link para o relatório:

https://abrasco.org.br/wp-content/uploads/2024/05/Saude-Reprodutiva-ea-Nocividade-dos-Agrotoxicos-Abrasco-2024-1.pdf

Link para o Almanaque:

https://abrasco.org.br/wp-content/uploads/2024/05/almanaque-abrasco_2024_VF.pdf

Link da página da Abrasco que anuncia os dois documentos:

https://abrasco.org.br/confira-relatorio-final-do-projeto-saude-reprodutiva-e-uso-de-agrotoxicos/

1Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO)  e 2Departamento de Medicina Social, Universidade Federal de Pelotas (UFPel)


Fonte: Ipen.org

Operação Delaware: plenário da Alerj rejeita relatório de CPI que investigou crimes cometidos contra o RioPrevidência

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) votou e rejeitou, em discussão única, nesta quarta-feira (21/12), o relatório final da CPI do RioPrevidência (Projeto de Resolução 867/21).  É importante lembrar que esta  CPI investigou operações de crédito realizadas pelo Rioprevidência, em especial a operação de antecipação de royalties em 2014, conhecida como Operação Delaware. De acordo com o relatório final rejeitado pela Alerj, estas operações financeiras não contaram com chancela de nenhuma autoridade federal sobre procedência e validade técnica. Caso tivesse sido aprovado, o projeto seria promulgado pelo presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT), mas agora seu destino é incerto.

O relatório final da CPI da Operação Delaware constatou um prejuízo superior a R$17 bilhões, entre 2005 a 2015, causado pela ausência de repasses previstos por lei. A CPI propunha a interrupção da vigência da Operação Delaware e que os órgãos responsáveis adotassem medidas legais cabíveis para que o Banco do Brasil, o BNP Parribas e a Caixa Econômica, dentro das suas respectivas funções no processo, sejam punidos.

Ainda sobre a Operação Delaware, a CPI concluiu que foram dadas diversas garantias aos investidores e nenhuma proteção ao Estado e ao RioPrevidência, sendo a principal a entrega do controle de todos os royalties do RJ para uma empresa situada no paraíso fiscal de Delaware, a Rio OilFinance Trust.

Um aditivo no contrato assinado em 2015, sem base técnica e legal, custou R$912 milhões ao RioPrevidência. Novos aditivos vêm sendo assinados desde então, garantindo a drenagem de recursos da previdência para os investidores. Ao todo, por uma receita de R$ 10,3bilhões, o Rioprevidência terá de pagar R$31,5 bilhões até 2028, valor que ainda pode ser elevado.

O relatório final da CPI também considerou que, no período entre 2007 e 2018, houve prática de gestão temerária e fraudulenta à frente do governo do Rio de Janeiro e das secretarias de Estado de Fazenda, Planejamento e Gestão, e da direção executiva do Rioprevidência. As consequências foram o agravamento do desequilíbrio financeiro e atuarial do órgão e o endividamento bilionário do estado, herdado por gestões posteriores e a vida da população fluminense. Também foi constatada a dilapidação do patrimônio do Rioprevidência, em carteira de imóveis e na cessão dos principais ativos que garantem solvência ao fundo previdenciário.

Além da votação do relatório final, os membros da CPI aprovaram a proposição de três projetos de lei: um vedando antecipação de royalties no RioPrevidência; outro incorporando receitas que historicamente foram vinculadas por decreto; e um interferindo no Conselho Administrativo da RioPrevidência para garantir paridade de representações de servidores e patronais.

Foram 21 meses de trabalho dos parlamentares e técnicos da Alerj, em conjunto com especialistas do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE) e do Grupo de Atuação Especializada em Combate à Sonegação Fiscal e aos Ilícitos Contra a Ordem Tributária (GAESF/MPRJ). A conclusão foi de que foram praticados crimes contra as finanças públicas e o Regime Próprio de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro. A CPI indicará aos órgãos competentes a inabilitação, multa, quebra de sigilo bancário e fiscal e/ou indiciamento de uma série de gestores e ex-gestores da Administração Pública, operadores financeiros, servidores de bancos, etc.

O relatório também propunha ainda o aperfeiçoamento da Gestão Administrativa e Financeira do Tesouro do Estado. A implantação de medidas que visam a garantir o controle e transparência sobre operações de crédito com royalties e participações especiais do petróleo, por exemplo: o veto de operações em paraísos fiscais como Delaware.

O documento caso tivesse sido aprovado seria encaminhado aos órgãos competentes do Estado – Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, A Advocacia-Geral da União, a Polícia Federal-RJ, Tribunal de Contas do Estado TCE-RJ, Ministério Público Especial junto ao TCE/RJ. Agora com a reprovação pelo plenário da Alerj, o destino deste documento se tornou incerto.

Enquanto isso, os que realizaram a Operação Delaware continuaram impunes e, pior, os cofres do RioPrevidência continuarão sendo drasticamente afetados para que se beneficie os donos dos fundos abutres que hoje detém o controle prático do fundo de pensão próprio dos servidores públicos do estado do Rio de Janeiro.


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Texto construído com base em informações fornecidas pela Alerj [Aqui!].

Acesso à água no Brasil: relatório do Banco Mundial destaca problemas, desigualdades e riscos futuros

Thousands Of Dead Fish Found Near Rio Olympic Sailing Venue

O Banco Mundial acaba de disponibilizar um interessante relatório sobre a situação da água no Brasil intitulado “Retomando o caminho para a inclusão, crescimento e sustentabilidade” . Na prática, esse relatório oferece um raio-X bastante apurado sobre alguns aspectos do acesso, uso e gargalos para o uso da água em nosso país. 

É interessante notar a atualidade dos dados que cobrem várias áreas importantes da questão do acesso à água. Assim, ainda que as visões que emanam do Banco Mundial sejam essencialmente pró-mercado, os dados que estão disponibilizados no relatório podem ser usados para outras finalidades, inclusive por aqueles setores que se interessam por uma efetiva democratização do acesso à água e saneamento no Brasil. Aliás, um fato que o relatório deixa claro é que a condição atual é pouco democrática, já que os segmentos mais ricos da população possuem acesso mai qualificado tanto à água como saneamento.

O texto abaixo é de autoria do Banco Mundial e descreve de forma genérica os principais elementos contidos no documento. A tradução para o português é de minha responsabilidade pessoal.

Aos interessados em baixar o documento,  basta clicar (Aqui!)

Se o Brasil tem cerca de um quinto das reservas de água do mundo, então por que são cada vez mais freqüentes as notícias de escassez?

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Mariana Ceratti/World Bank

Há muitas respostas para essa questão, que vão desde a forma como os recursos hídricos estão geograficamente distribuídos, a degradação das áreas circundantes das bacias hidrográficas, as mudanças climáticas, e a infraestrutura de distribuição deficiente.

Os setores que mais contribuem para o desenvolvimento da economia também são os mais dependentes de água. Por exemplo, 62% da energia do Brasil é gerada através de hidrelétricas. A água é essencial para a agricultura, que é outro importante setor da economia do país. De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), a irrigação consume 72% do suprimento de água no Brasil.

Esta dependência significa que quando há escassez de água – como evidenciado pela experiência em São Paulo em 2014 e 2015 – a produtividade dos diferentes setores econômicos pode ficar sob risco.

Estes tópicos e outros tópicos são examinados por novo relatório do Banco Mundial, o Diagnóstico Sistemático do Brasil, que discute como os recursos naturais podem contribuir para o desenvolvimento econômico do país.

“Por alguns meses em São Paulo, não era claro se tais como as indústrias do setor do alumínio, que consomem vastas quantidades de água, poderiam continuar  no mesmo nível de produção de antes da crise”, disse Gregor Wolf, chefe do  Programa de Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial no Brasil.

O relatório analisa os principais aspectos da gestão dos recursos hídricos no Brasil e  os principais obstáculos que devem ser superados a fim de alcançar um modelo sustentável e abrangente de uso.

Água, florestas e cidades

À luz da crescente evidência científica sobre o desmatamento, degradação florestal e de mudanças nos padrões de chuva, o relatório adverte que crises de água, como a que ocorre atualmente em São Paulo. Este fato pode se tornar comum nas próximas quatro décadas. Esses eventos poderiam afetar o abastecimento de água, a produção agrícola e a geração de energia, entre outras atividades. O estudo também destaca que a redução do desmatamento na Amazônia nos últimos anos (em 82%) e novas regras (como o Código Florestal) que foram desenvolvidas para ajudar a proteger os recursos naturais existentes em áreas rurais. Estes são sucessos recentes após décadas de devastação. Há ainda uma crescente necessidade de monitoramento contínuo para garantir que esses recursos não sejam perdidos.

Os setores que mais dependem de água

O Brasil é o segundo maior exportador mundial de alimentos. Em um país onde a agricultura e agroindústria representam 8,4% do PIB, as terras irrigadas aumentaram exponencialmente ao longo da década e se espera que o consumo de água pelo setor deverá continuar subindo. Atualmente, menos de 20% de terras irrigadas tem acesso à irrigação. No setor de energia, usinas hidrelétricas continuarão a gerar a maior parte da energia elétrica do Brasil, mesmo com a diversificação das fontes de energia planejadas ao longo das próximas duas décadas.

O setor mais poluidor

A indústria continuou a ser um dos principais contribuintes para a degradação ambiental no Brasil. De acordo com o relatório do Banco Mundial, os pesquisadores descobriram efluentes industriais, incluindo metais pesados, em corpos de água em diversas áreas metropolitanas. Efluentes industriais são despejados nos cursos de água sem tratamento prévio. Em São Paulo e Recife, por exemplo, isso fez com que os rios no entorno dos parques industriais se tornassem impróprios para o abastecimento humano, fazendo com que as cidades tivessem que buscar água em bacias distantes ou em poços artesianos. O crescimento esperado de complexos industriais, particularmente no Nordeste, vai potencialmente resultar em impactos ambientais de longo prazo, como a poluição e a competição por recursos naturais (principalmente a água).

O acesso desigual à água e saneamento básico

Entre os 40% mais pobres da população, o percentual de domicílios com sanitários ligados à rede de saneamento aumentou de 33% em 2004 para 43% em 2013. No entanto, o acesso ainda é baixo em comparação com a população mais rica. Outras diferenças importantes ficam aparentes nas figuras para cobertura nacional de água (82,5%), as águas residuais (48,6%) e tratamento de águas residuais (39%). A falta de tratamento de águas residuais significa agrupamento que os poluentes são despejados diretamente na água ou em fossas sépticas não regulamentadas, com graves conseqüências para a qualidade da água e, conseqüentemente, para o bem-estar da população.

O que precisa ser melhorado?

Muitas companhias de água sofrem perdas de água significativas (mais de um terço da oferta, é média), de alta têm custos de pessoal e de funcionamento em excesso. O financiamento do setor é baseado em tarifas cruzadas e subsídios, com uma estrutura tarifária obsoleta que é incapaz de gerar serviços mais eficientes e sustentáveis. O resultado: as empresas têm capital insuficiente para aumentar sua cobertura e aumentar a resiliência da sua infraestrutura a eventos climáticos extremos (secas e inundações).

O relatório salienta assim que qualidade de vida dos cidadãos mais pobres do Brasil está diretamente relacionada com a gestão da água e d e outros recursos naturais – e que é urgente a formulação de políticas públicas para aumentar a sua conservação.

Baía da Guanabara: Comissão Especial da Alerj lança relatório nesta 4a. feira (27/07)

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Depois de um ano de trabalho, audiências, diligências e estudos aprovamos o relatório da Comissão Especial da Baía de Guanabara. Ouvimos pesquisadores, pescadores, atletas, órgãos públicos e construímos uma visão participativa sobre a Baía.

O relatório em suas quase 250 páginas traz um diagnóstico completo sobre a situação de degradação da Baía de Guanabara e suas principais causas.

Aponta 63 medidas para iniciar imediatamente a recuperação da Baía e apresenta 9 Projetos de Lei para aumentar a fiscalização, os regramentos e os recursos para garantir a sua recuperação.

A Olimpíada passará e a Baía seguirá como um patrimônio ecológico e cultural brasileiro.
Venha participar. A atividade é aberta.

Será no prédio Anexo da ALERJ (Rua Dom Manoel s/ número), no auditório do 6º andar.

FONTE: https://www.facebook.com/FlavioSerafiniPSOL/photos/gm.1670142273306639/1254709274553358/?type=3&theater

Relatório do Banco Mundial mostra que 33% da comida produzida no mundo é desperdiçada

Os argumentos de natureza malthusiana que indicam a superpopulação como culpada pela existência de 1 bilhão de famintos na Terra acaba de receber um duro golpe por meio de um relatório produzido pelo Banco Mundial. Segundo esse relatório, um terço da comida produzida no mundo é jogada fora ou perdida sem ser tocada pelos seus potenciais consumidores (Aqui!).

A situação de desperdício seria generalizada em países desenvolvidos como os EUA e a Inglaterra, onde as perdas financeiras com comida jogada fora alcançam valores médios em torno de R$ 3 mil anuais. Enquanto isso, as perdas nos países pobres se dariam principalmente pelas condições de beneficiamento e estocagem que seguem sendo bastante precárias.

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Além disso, o mesmo relatório alerta que a situação historicamente alto dos preços dos alimentos pode ser piorada pelas mudanças climáticas que estão acarretando eventos climáticos extremos e pela alta dos combustíveis que impulsionam o modelo de agricultura da Revolução Verde.

Grupo dos 85 mais ricos do mundo tem riqueza igual à dos 3,5 bilhões mais pobres

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Segundo Oxfam International, bilionários acumulam fortuna de US$ 1,7 trilhão. Às vésperas do Fórum Econômico, entidade alerta para luta contra desigualdade

RIO – O pequeno grupo das 85 pessoas mais ricas do mundo concentra a mesma riqueza que os 3,5 bilhões mais pobre do planeta, revelou nesta segunda-feira uma pesquisa da organização Oxfam International. O estudo foi divulgado às vésperas do Fórum Econômico Mundial e tem como objetivo estimular o debate sobre a desigualdade social no encontro, que ocorre a partir de quarta-feira em Davos, na Suíça.

De acordo com o relatório, o grupo de super-ricos acumula fortuna de US$ 1,7 trilhão. A entidade afirma ainda que 1% da população mundial detém quase metade da riqueza mundial: US$ 110 trilhões.

Para a Oxfam, dedicada ao combate à pobreza, o alto nível de desigualdade está relacionado à concentração de poder, que garante mais oportunidades aos mais favorecidos. A entidade cita pesquisas realizadas em seis países, inclusive o Brasil, que mostram que a maioria das pessoas acredita que as leis são distorcidas em favor dos mais ricos. Segundo o estudo, paraísos fiscais, práticas anticompetitivas e baixo investimento em serviços públicos estão entre os fatores que dificultaram uma melhor distribuição de oportunidades.

“Esta captura de oportunidades pelos ricos às custas dos pobres e da classe média ajudou a criar uma situação onde sete de dez pessoas no mundo vivem em países onde a desigualdade aumentou desde os anos 80”, afirmou a Oxfam.

Para o diretor da organização, Winnie Byanyima, que estará em Davos, a luta contra a pobreza está relacionada ao combate à desigualdade.

– O aumento da desigualdade está criando um círculo vicioso onde riqueza e poder estão cada vez mais concentrados nas mãos de poucos, deixando o resto de nós lutando por migalhas que caem da mesa – afirmou Byayima.

FONTE:  http://oglobo.globo.com/economia/grupo-dos-85-mais-ricos-do-mundo-tem-riqueza-igual-dos-35-bilhoes-mais-pobres-11355568#ixzz2rDW2jGmn