MPF denuncia Roberto Jefferson por tentativa de homicídios contra 4 policiais federais

Ele também é acusado de outros três crimes: resistência qualificada, posse de arma de fogo e munições de uso restrito e permitido, além de posse e adulteração de granadas
 
bob bolso
 
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta quarta-feira (7), Roberto Jefferson por quatro crimes: quatro tentativas de homicídio, resistência qualificada, posse de arma de fogo e munição de uso restrito e permitido, além de posse e adulteração de granadas. No último 23 de outubro, quatro policiais federais foram recebidos a tiros e explosivos ao cumprir mandado de prisão no endereço do ex-parlamentar, na Região Serrana do Rio de Janeiro.
 
Ao perceber a presença policial no portão de sua casa, pelas câmeras de circuito interno de segurança, Jefferson grava um vídeo dizendo que não vai se entregar. Nesse momento, ele se posiciona na varanda da casa. De lá, o ex-parlamentar lança contra os policiais uma granada adulterada com pedaços de pregos cortados envoltos por fita adesiva. Ao retirar o pino do artefato, ele anunciou, de forma debochada, que a lançaria e gritou: “vocês estão juntinhos aí vão machucar”.
 
Imediatamente após o lançamento da granada, Jefferson puxou uma carabina18 calibre 5.56x45mm que estava escondida (abaixo da visão do muro), e começou a atirar em direção aos policiais, efetuando os 30 disparos iniciais (esvaziando o primeiro carregador).
 
Mesmo com os gritos de “policial ferido”, Roberto Jefferson não cessou o ataque, lançando outras duas granadas na direção dos policiais. Após, ele iniciou nova sessão de tiros de carabina, efetuando aproximadamente outros 30 disparos na direção dos policiais.
 
Após o disparo de aproximadamente 60 tiros de carabina e o lançamento de três granadas (adulteradas) contra os quatro Policiais Federais, Roberto Jefferson gravou novo vídeo, divulgado na internet, exibindo a viatura policial alvejada por vários disparos, além de uma grande poça de sangue próxima ao veículo.
 
Tipificação

Os quatro crimes cometidos por Roberto Jefferson, no dispositivo da lei, são:
– artigo 121, §2.º, III, IV, VII e VIII, c/c o artigo 14, II, na forma do artigo 69, caput, (04 vezes) todos do Código Penal.
– artigo 329, §1.º, do Código Penal.
– artigo 16, caput, c/c o artigo 12, ambos da Lei n.º 10.826/2003, na forma do artigo 70, caput, 1.ª parte, do Código Penal.
– artigo 16, §1.º, III e VI, da Lei n.º 10.826/2003.
 
Processo 5002390-75.2022.4.02.5113

Deputada bolsonarista Carla Zambelli faz perseguição armada contra jornalista negro nas ruas de São Paulo

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Com pistola em punho, a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL/SP) persegue um jornalista negro após discussão em ambiente público

Há uma semana atrás, o ex-deputado federal Roberto Jefferson deu 50 tiros e atirou 3 granadas contra uma equipe da Polícia Federal que fora enviada até a sua casa para prendê-lo. O fato causou um grande embaraço para o presidente Jair Bolsonaro de quem Jefferson é amigo de longa data e um forte apoiador nas redes sociais.

Pois bem, hoje a menos de 24 horas do início do segundo turno das eleições presidenciais, outra aliada próxima de Jair Bolsonaro, a deputada federal Carla Zambelli (PL/SP) protagonizou cenas dantescas ao perseguir com uma pistola na mão um jornalista negro com quem teve um entrevero verbal (ver vídeo abaixo).

O problema é que não apenas existe uma determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que civis não portem armas neste momento, Zambelli, o que se pode chamar de “Bolsonarista raiz”, já disse que desobedeceu conscientemente a determinação do TSE, o que configura o cometimento de um crime.

A campanha de Jair Bolsonaro já está tendo se distanciar de Zambelli como, aliás, já fez com Roberto Jefferson. O problema é que a cenas de perseguição armada onde foram dados tiros em um momento de grande circulação na rua onde o fato ocorreu já viralizaram. Essa “viralização”  já tornou as ações da deputada bolsonarista um fato de conhecimento nacional. Assim, se Jair Bolsonaro ainda tinha esperanças de atrair votos dos “indecisos”, pelo jeito agora a coisa ficou bem mais difícil.

É que, convenhamos, se uma apoiadora tão emblemática como Carla Zambelli protagonizou essas cenas em ambiente público, criando uma conexão indesejável com o candidato/presidente.

O choro antecipado de mau perdedor de Jair Bolsonaro é quase uma confissão

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O presidente Jair Bolsonaro em coletiva de imprensa com cara de mau perdedor

Por algum desses motivos que a razão desconhece, o presidente Jair Bolsonaro tinha plena certeza que venceria as eleições presidenciais já no primeiro turno. Isso ficou evidente em declarações em que ele assegurava que iria resolver a disputa na primeira volta. Qualquer um que vê as coisas de forma da redoma bolsonarista sabia que essa não era a situação, o que ficou evidente ao final a contagem dos votos. 

O que saiu das urnas é que o ex-presidente Lula só foi para o segundo turno por causa de outros candidatos (da chamada 3a. via) que lhe tiraram os votos que teriam permitido atender aos sonhos do seu comando de campanha que também era resolver a fatura no primeiro turno, algo que se viu era mais próximo da realidade.

Ao final da noite de 02 de outubro, eu e muitos outros que se debruçavam sobre os números finais do primeiro já podíamos concluir que a situação de Jair Bolsonaro era crítica, na medida em que os votos dados a Simone Tebet e Ciro Gomes somavam muito mais do que Lula precisaria para vencer o segundo turno.  Ainda que nem tudo seja linear quando se trata de eleições, a história mostra que quem chegou mais perto do 50% + 1 tende a vencer na maioria das vezes. É uma simples conta matemática, acrescida dos eventuais apoios dos candidatos mais bem posicionados.

Para complicar ainda mais, Simone Tebet (a 3a. colocada) embarcou de forma decidida na campanha de Lula, tendo ganho destaque por falar com um eleitorado que normalmente rejeita votar nos candidatos do PT. Com isso, a tarefa de Jair Bolsonaro que já era difícil, complicou-se de sobremaneira.

Curiosamente, e em grande parte turbinada por uma generosa liberação de recursos públicos, as duas primeiras semanas do segundo turno foram generosas com Jair Bolsonaro com as pesquisas captando isso ao mostrar uma lenta, mas constante aproximação com os números ostentados por Lula. Isso chegou a, inclusive, acender a luz amarela no comitê de campanha de Lula que viu com grande preocupação o avanço de Jair Bolsonaro.

A derrocada começa com o “pintou um clima” com as venezuelanas e chega ao ápice com o atentado de terrorista de Roberto Jefferson contra membros da Polícia Federal

Repentinamente, uma derrapada na língua de Jair Bolsonaro (talvez por excesso de confiança), surge no interior da campanha eleitoral o estranho caso do “pintou um clima” envolvendo o presidente da república com uma situação pouco clara com um grupo de adolescentes vivendo em uma comunidade periférica de Brasília.  Algo que não precisaria ser dito (até porque realmente é muito estranha) tirou a campanha de Jair Bolsonaro do prumo, com o presidente da república tendo se explicar sobre o que seriam suas tendências pedófilas.

O que já era ruim acabou piorando ainda mais quando o jornal “Folha de São Paulo” publicou uma reportagem dando conta que o ministro da Fazenda, o Sr. Paulo Guedes, possuía planos para desindexar o reajuste do salário-mínimo, aposentadorias e pensões do índice de inflação passada, o que alguns economistas apontam ter potencial devastador de mais de 70 milhões de trabalhadores brasileiros.  A incapacidade de gerar uma explicação crível para dados emanados do interior do próprio Ministério da Fazenda geraram combustível para torrar as promessas eleitorais de Jair Bolsonaro, reduzindo a sua campanha eleitoral a uma peça de propaganda de credibilidade questionável.

Como se seguindo a primeira lei de Murphy, no domingo passado o ex-deputado federal Roberto Jefferson resolveu passar do seu contorcionismo coreográfico e resolveu dar 50 tiros e jogar 3 granadas em uma equipe de agentes da Polícia Federal que tinham ido prendê-lo após a suspensão do benefício da prisão domiciliar. Com isso, claramente a campanha de Jair Bolsonaro, mesmo turbinada com milhões de reais vindas de contribuições de empresários bolsonaristas, entrou em modo de crise, já que o somatório das notícias ruins se mostrou muito negativo para quem estava tentando virar um jogo difícil de ser virado.

A manobra desesperada de Fábio Faria e o esperneio choroso do mau perdedor

Aparentemente sentindo que a vaca bolsonarista estava indo para o brejo, na segunda-feira (ainda sob o calor da ação desastrada de Roberto Jefferson), o ministro das Comunicações do governo Bolsonaro e genro de Silvio Santos, Fábio Faria, realizou uma manobra considerada como desesperada até por membros da campanha presidencial.  Com base em um suposto laudo fornecido por uma empresa que normalmente presta serviços a Luciano Hang, Fábio Faria denunciou que quase 200 mil inserções de rádio da campanha de Jair Bolsonaro tinham sido deixadas de serem veiculadas, algo que comprometeria a lisura do pleito.

A manobra, no entanto, carecia de provas, as quais foram rapidamente cobradas pelo ministro Alexandre Moraes, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Como o laudo fornecido pela campanha de Jair Bolsonaro não alcançou o limiar de crível, Alexandre Moraes não só arquivou a denúncia, como mandou iniciar procedimento para verificar o possível cometimento de crime eleitoral por parte do pessoal de Jair Bolsonaro.

Sentindo que a vaca estava indo para o brejo e a batata estava sendo tostada na fogueira, o presidente Jair Bolsonaro resolveu então convocar uma coletiva de imprensa onde, ladeado pelos comandantes militares, repetiu as acusações de parcialidade contra o TSE em desfavor de sua campanha, e prometeu laconicamente “lutar até o fim”.

A única conclusão possível que Jair Bolsonaro não só sentiu que a sua derrota eleitoral se aproxima, mas que ele já decidiu seguir o caminho adotado por Aécio Neves quando em 2014 foi derrotado até de forma surpreendente por Dilma Rousseff.  O curioso é que Bolsonaro está fazendo isso mesmo antes de ser derrotado, o que apenas reforça a tese de que está se comportando precocemente como um perdedor e, pior, um mau perdedor.

O problema é que ao se comportar como o “dono da bola” e trazer os leões de chácara para mostrar que a bola é dele, Jair Bolsonaro provavelmente afastou ainda mais os que se convenciona chamar de “indecisos”. É que no campo de futebol e na política, maus perdedores nunca são apreciados.

Ato de “Bob Granada” pode ter sido uma pá de cal na campanha de Jair Bolsonaro, mas Paulo Guedes também ajudou

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O ato praticado pelo ex-deputado federal e presidente do morimbundo Partido Trabalhista Brasileiro, Roberto Jefferson que já foi rebatizado de “Bob Granada”, pode ter sido a pá de cal na campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro. E, pasmemos todos, isso não se dará por causa dos confessados 50 tiros disparados contra uma equipe da Polícia Federal ou das 3 granadas que Bob Granada desepejou em cima dos policiais que procuravam cobertura atrás da viatura que os levou até o normalmente bucólico município de Comendador Levy Gasparian.

A pá de cal está sendo dada pelas reações do próprio Jair Bolsonaro que inicialmente ensaiou uma defesa de Bob Granada, mas que premido pelas evidências passou a tentar se distanciar dele, com o uso de adjetivos, digamos, pouco lisonjeiros.

O problema é que ao hesitar em face de uma ação que se mostra como algo que não foi pensado sozinho por Bob Granada, Jair Bolsonaro explicita uma fraqueza de liderança que nem inspira seus seguidores menos aguerridos ou, tampouco, atrai eleitores indecisos.

Para piorar ainda mais uma situação que já se mostra ruim, a mídia corporativa não para de vazar os planos de arrocho salarial e fiscal que Paulo Guedes planeja executar caso Jair Bolsonaro consiga vencer as eleições.  Se até a semana passada se sabia do plano para desindexar o salário-mínimo, aposentadorias e pensões da inflação passada, hoje se sabe que haverá um aperto na cobrança do Imposto de Renda.

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Convenhamos que para seguir na toada de Jair Bolsonaro, a pessoa tem que estar muito, mas muito convicta, pois há a mistura de arrocho extremo e ato terrorista não pega bem para nenhuma candidatura.

Se Bolsonaro jogou o velho amigo Roberto Jefferson ao mar tão fácil, o que ainda poderá fazer com o Brasil?

bob bolso

Roberto Jefferson e Jair Bolsonaro são amigos de longa data. Mas isso não impediu que o presidente da república lançasse o ex-deputado e presidente do PTB ao mar

Um dos principais desdobramentos da malfadada ação de Roberto Jefferson contra uma equipe de policiais que foram até sua residência em Comendador Levy Gasparian foi a pronta e rápida ação do presidente Jair Bolsonaro de simplesmente jogá-lo ao mar.  Aliás, tal qual Pedro negou Jesus Cristo apenas três vezes, Jair Bolsonaro já deve ter perdido a conta de quantas vezes já negou Roberto Jefferson nas últimas 24 horas. De quebra, usou adjetivos pouco lisonjeiros contra Jefferson, um amigo de longa data, e chegou a tentar mostrar total desconhecimento até da existência daquele da qual já foi hierarquicamente subalterno como membro da bancada do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) na Câmara Federal. De quebra, circulam informações de que a campanha de Jair Bolsonaro já gastou milhões com propagandas nas redes sociais cujo foco é desmentir qualquer proximidade com Roberto Jefferson.

Mas vá lá, o tratamento que Jair Bolsonaro está dispensando a um amigo fiel não é minha preocupação principal, pois Roberto Jefferson também não é necessariamente um exemplo de fidelidade aos amigos, tanto que já provou isso ao longo do tempo. De certa forma, Jefferson está tendo o que merece e pelas mãos de um velho aliado político.

O que me move aqui é pensar que se Jair Bolsonaro é capaz de fazer essa imensa trairagem com um aliado fiel, o que pensar do que poderá ainda fazer contra os trabalhadores pobres brasileiros.  Aliás, pista das maldades pretendidas para um eventual segundo turno não ficam apenas na proposta de desindexação do salário-mínimo e das aposentadorias da inflação passada, mas abarcam também a completa privatização do SUS chegando, inclusive, no atendimento básico.

É com isso que eu me preocupo e que convido aos leitores deste blog para que se preocupem. A consequência dessa preocupção será o engajamento no trabalho para derrotar eleitoralmente Jair Bolsonaro no próximo. De contrário, se ele vencer, o que aconteceu com Roberto Jefferson jogado ao mar será apenas um aperetivo do que Jair Bolsonaro e Paulo Guedes irão fazer contra os trabalhadores.

Genivaldo de Jesus e Roberto Jefferson: a dualidade de tratamentos que escancara o Brasil de Jair Bolsonaro

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Dualidade brasileira: Genivaldo de Jesus, morto em uma câmara de gás improvisada, por cometer uma infração e de trânsito e Roberto Jefferson, contando sua história de agressão contra uma equipe da PF a um policial sorridente

Agora que Jair Bolsonaro já jogou o aliado Roberto Jefferson ao mar no melhor estilo de um capitão (pirata) punitivo, não vou nem me debruçar para a farsesca situação ocorrida no município de Comendador Levy Gasparian, pois já tem gente demais analisando o que aconteceu (de errado) naquela encenação recheada a balas e granadas.

Minha intenção aqui é comparar dois casos, um deles já esquecido pela maioria. Falo aqui da morte pelas mãos de agentes da Polícia Rodoviária Federal de um pai de família, Genivaldo de Jesus Santos, que acabou morto em uma câmara de gás improvisada no porta-malas de um camburão. Genivaldo morreu por uma simples infração de trânsito que teria sido resolvida com o lavrar de uma multa. Mas como era pobre, ele acabou sendo submetido a um grave processo de intoxicação que resultou na sua morte. Fecha o pano.

Agora, pensem em Roberto Jefferson, aliado do presidente Jair Bolsonaro, que se encontrava em prisão domiciliar por causa de crimes continuados, e que resolveu receber uma destamento da Polícia Federal com tiros de fuzil (inicialmente se fala em 20) e granadas (fala-se que ele arremesou duas contra os policiais). Pois bem, Roberto Jefferson não só teve mais de 8 horas para se entregar, mas as imagens da “negociação” mostram um policial federal (supostamente) rindo enquanto ouve a forma pela qual o ex-deputado bolsonarista tentou efetivamente assassinar seus colegas (ver vídeo abaixo).

Se essa situação toda não servir para mostrar que Roberto Jefferson fez o que fez porque tinha algum tipo de garantia de que não teria seus miolos estourados, pelo menos temos agora uma prova didática da imensa dualidade que rege a ação das forças do Estado no controle da situação social no Brasil.

É que se as cenas mostradas pelo próprio Roberto Jefferson do conforto de sua casa tivessem ocorrido no Complexo do Alemão ou na Favela da Maré, o que estariamos vendo hoje seriam cenas de violência extrema, poças de sangue de inocentes, e corpos sendo transportados pela própria população em carrinhos de mão.

Esses dois casos escancaram o Brasil de Jair Bolsonaro, e só não vê quem não quer.

Caso Roberto Jefferson ganha ares de Atentado do Rio Centro

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O sargento Guilherme Pereira do Rosário morto na explosão acidental da bomba dentro de um carro Puma no estacionamento do Riocentro 

Recém-chegado à cidade do Rio de Janeiro e morando no Alojamento Estudantil da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fui convidado por colegas para ir a um show musical que ocorreria no Rio Centro para celebrar o dia do trabalhador. Em meio à preguiça de ir tão longe e desconhecedor da noite carioca, resolvi ficar confabulando com os pernilongos naquele calourento 30 de abril de 1981.  Para minha surpresa, meus colegas voltaram contando um fato que depois entraria para a história do Brasil como o “Atentado do Rio Centro”.

O que hoje se sabe é que o episódio do Rio Centro foi um ataque terrorista conduzido por setores do Exército Brasileiro e da Polícia Militar do Rio de Janeiro  com o objetivo de incriminar grupos que se opunham à ditadura militar no Brasil e, assim, justificar a necessidade do seu aparato de repressão e retardar a abertura política que se encontrava em andamento.  O Caso do Rio Centro se tornou um exemplo emblemático do terrorismo de Estado praticado pela ditadura militar instalada em 1964, pois o plano dos militares envolvia a realização de uma série de explosões no Centro de Convenções do Riocentro, quando ali se encontravam 20 mil pessoas durante um espetáculo musical em comemoração do Dia do Trabalhador. 

Pois bem, quanto mais eu penso e ouço fontes que acompanham de perto o que aconteceu em uma pacata rua do município de Comendador Levy Gasparian está com toda cara de uma reedição farsesca do Atetado do Rio Centro. Só que agora no lugar de oficiais militares, temos a figura tragicômica de Roberto Jefferson, um político que literalmente se encontra em estado terminal.

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O ex-deputado federal Roberto Jefferson é um amigo íntimo de Jair Bolsonaro, e as fotos provam isso

O que ainda irá se apurar e a história irá registrar se refere ao que deu errado desta vez, já que no lugar de um bomba que explodiu no colo de quem a armava, as informações são de que uma granada foi lançada contra membros da Polícia Federal. 

Mas uma coisa é certa: algo não saiu de acordo com o planejado. Aqueles que viveram os dias seguintes após o Atentado do Rio Centro já sabem que isso terá consequências para a campanha de Jair Bolsonaro.

Bomba midiática bolsonarista visa esconder os planos de Paulo Guedes contra o salário-mínimo e as aposentadorias

bomba

Na última 6a. feira, logo após as revelações em torno dos planos de Paulo Guedes para congelar o salário-mínimo e aposentadorias, o economista Eduardo Moreira previu que a campanha de Jair Bolsonaro iria produzir um factóide para mover o debate para longe do debate econômico (ver vídeo abaixo).

Eis que hoje, pouco menos de 48 horas após as previsões de Eduardo Moreira, o político bolsonarista em estado terminal, Roberto Jefferson, tornou em realidade o que era antes apenas hipotético.  Por isso mesmo, não vou nem mostrar o  vídeo para lá de pouco explicado em que Jefferson supostamente atingiu com tiros e explosão de granada uma equipe da Polícia Federal.

Como outros já disseram, esse é uma bomba midiática (ou bomba semiótica), um verdadeiro apito de cachorro, que visa mover o debate para longe daquilo que está causando um estrago imenso na campanha de Jair Bolsonaro, qual seja, a informação confirmada pelo próprio Paulo Guedes de que existem planos para desindexar da inflação passada os valores do salário-mínimo, aposentadorias, pensões e outros benefícios sociais.

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A revelação da Folha de São Paulo que abalou a campanha de Jair Bolsonaro e gerou a bomba midiática envolvendo Roberto Jefferson

Desarmar essa bomba midiática lançada por Roberto Jefferson é fundamental para que não se permita que a campanha de Jair Bolsonaro saia das cordas em que foi colocada, sabe-se lá por quê, por Paulo Guedes.

Finalmente, há que se reconhecer a capacidade intelectual de Eduardo Moreira que previu com exatidão algo que veio efetivamente a acontecer.