Em cada sessão de hemodiálise em torno de 120 a 200 litros de água são consumidos
Como filho de alguém que faleceu por insuficiência renal, após uma luta dura em uma clínica de hemodiálise, me ocorre perguntar ao secretário municipal de Saúde de Campos dos Goytacazes: o que está sendo feito para garantir que não haja nenhum comprometimento nos serviços prestados para os pacientes renais a partir do eventual comprometimento da qualidade da água utilizada nos procedimentos?
É preciso lembrar que no processo de filtragem feito durante a hemodiálise, um elemento é fundamental: a água tratada. Ali, a água é misturada com alguns solutos na máquina e se torna a solução de diálise. É essa solução que entrará em contato com o sangue na máquina para fazer a filtragem e manter a concentração do sangue correta. Um fato ainda mais marcante: em uma única sessão de hemodiálise consome de 120 a 200 litros de água por paciente.
Assim, que passos já teram sido adotados pela Secretaria Municipal de Saúde de Campos dos Goytacazes após o reconhecimento de que a água tratada distribuída pela concessionária Águas do Paraíba está chegando aos pontos de consumo com, pelo menos, geosmina? Se para pessoas com condição clínica em que os rins estão saudáveis, o que isso pode significar para o tratamento de pacientes renais?
Voltando ao meu pai, quando em tratamento de hemodiálise e já na fase final da sua vida, ele podia consumir apenas um copo de água por dia, algo que o deixava particularmente angustiado. A partir da experiência do meu pai, me vem a pergunta de como os pacientes de hemodiálise de Campos dos Goytacazes podem ter certeza que seu volume máximo diário vai estar adequado? Com a palavra, o secretário municipal de Saúde!
E antes que eu me esqueça: a Águas do Paraíba poderia vir a público confirmar se o seu “produto” é próprio para uso em clínicas e pacientes de hemodiálise?
Ao defender medidas de lockdown para conter a pandemia da COVID-19, o