Agricultura Tamanho Família, de Silvio Tendler

Por CONTAG

Agricultura Tamanho Família, de Silvio Tendler, destaca importância da agricultura familiar para a garantia da segurança e soberania alimentar dos brasileiros 

O filme Agricultura Tamanho Família, que compõe a “Trilogia da Terra” do diretor Silvio Tendler, juntamente com o Veneno está na mesa 1 e 2, será lançado nesta quinta-feira (13), às 17 horas, em Luziânia/GO, durante programação do 4º Encontro Nacional de Formação da CONTAG (4º ENAFOR).

Essa é uma realização de Silvio Tendler com a CONTAG com o propósito de mostrar a importância da agricultura familiar para o abastecimento interno de alimentos e para a garantia da segurança e soberania alimentar dos brasileiros e brasileiras.

SINOPSE DO FILME – AGRICULTURA TAMANHO FAMÍLIA

Em nosso país, dos quase 5 milhões de estabelecimentos rurais, 4,5 milhões utilizam estratégias de produção que respeitam o meio ambiente e produzem a maior parte do alimento que chega à mesa dos brasileiros. O filme mostra as diversas formas de agricultura familiar e o quanto ela cria e impulsiona a cultura, a produção, as relações sociais e os afetos no interior brasileiro. Agricultura familiar é a afirmação da vida no campo.

Agricultura Tamanho Família revela que o agronegócio não é a única modalidade de produção existente no campo, nem é o mais importante para o abastecimento interno e a garantia da segurança e soberania alimentar do povo brasileiro.

Agricultura Tamanho Família, junto com o Veneno está na mesa 1 e 2, forma a “Trilogia da Terra” do diretor Silvio Tendler que, juntamente com a CONTAG, parceira na realização do filme, defende um Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, baseado no Fortalecimento da agricultura familiar e na democratização do acesso à terra através da Reforma Agrária que vem se construindo a partir da luta dos milhões de personagens, alguns dos quais vocês conhecerão neste filme.

FONTE: Imprensa CONTAG – Verônica Tozzi

http://www.contag.org.br/index.php?modulo=portal&acao=interna&codpag=101&id=10018&data=13/11/2014&nw=1&mt=1&in=1

Um filme fundamental para se entender a ditadura de 1964: a história dos advogados que defenderam os presos políticos

Ando meio cansado da ignorância de muitos jovens que hoje rondam as redes sociais com suas pregações neoliberais.  Nem tanto pelas ideias que são ralas, mas pela agressividade e pela indisposição a aceitar que a história do Brasil não começou com as reformas neoliberais do PSDB.

Atribuo essa agressividade a algo básico: a ignorância histórica e o senso de individualismo predatório que é alimentado pela cultura neoliberal predominante em nossa sociedade. 

Felizmente, essa fração da juventude está sendo rotulada como “direita mortadela”, pois abraçam valores excludentes estando eles mesmos excluídos das benesses que só os altos estratos das elites brasileiras estão usufruindo neste exato momento. A maioria, com toda a confusão que possa existir como resultado do processo político em andamento, resiste a essa ação agressiva da direita mortadela.

Para instruir a todos, inclusive os membros da direita mortadela, estou colocando abaixo um filme produzido por Silvio Tendler e que narra a saga de presos políticos e dos advogados que corajosamente os defenderam. Conhecer a nossa história é uma das formas fundamentais de nos prepararmos para evitar sua repetição enquanto tragédia ainda maior.

Privatizações: a Distopia do Capital

O novo filme de Silvio Tendler ilumina e esclarece a lógica da política em tempos marcados pelo crescente desmonte do Estado brasileiro. 

A visão do Estado mínimo; a venda de ativos públicos ao setor privado; o ônus decorrente das políticas de desestatização traduzidos em fatos e imagens que emocionam e se constituem em uma verdadeira aula sobre a história recente do Brasil. Assim é Privatizações: a Distopia do Capital , que terá sua pré-estreia amanhã, quinta-feira, às 18:30h no Cineclube Silvio Tendler, no Museu da República, Catete.

Realização do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ) e da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), com o apoio da CUT Nacional, o filme traz a assinatura da produtora Caliban e a força da filmografia de um dos mais respeitados nomes do cinema brasileiro.

Em 56 minutos de projeção, intelectuais, políticos, técnicos e educadores traçam, desde a era Vargas, o percurso de sentimentos e momentos dramáticos da vida nacional. A perspectiva da produtora e dos realizadores é promover o debate em todas as regiões do país como forma de avançar “na construção da consciência política e denunciar as verdades que se escondem por trás dos discursos hegemônicos”, afirma Silvio Tendler.

Vale registrar, ainda, o fato dos patrocinadores deste trabalho, fruto de ampla pesquisa, serem as entidades de classe dos engenheiros. Movido pelo permanente combate à perda da soberania em espaços estratégicos da economia, o movimento sindical tem a clareza de que “o processo de privatizações da década de 90 é anegação das premissas do projeto de desenvolvimento que sempre defendemos”.  

Dia: 9 de outubro de 2014, quinta-feira

Hora: 18:30h
Local: Cineclube Silvio Tendler, Museu da República
Rua do Catete, 153 – Catete. 

Metrô: Estação Catete 

 

“O Veneno Está Na Mesa II”: alternativas ao atual modelo agrário

Documentarista Silvio Tendler fala sobre política na agricultura e no cinema

Por Amanda Secco

TENDLER

O documentarista Silvio Tendler lança a segunda parte de seu documentário O Veneno Está Na Mesa. Em cerca de 70 minutos, Tendler complementa o primeiro filme, focado em mostrar os impactos do uso dos agrotóxicos no meio ambiente, na vida dos trabalhadores e na saúde humana, e mostra quais são as alternativas viáveis para o desastroso modelo atual de produção de alimentos.

Além das sessões de cinema de “O Veneno Está na Mesa II”, que têm ocorrido gratuitamente pelo Brasil todo, o filme foi disponibilizado no Youtube e contabiliza quase 28 mil visualizações. Esta, para Tendler, é uma forma de democratizar o acesso à informação e de abrir espaço para debates, já que nas salas de cinema comerciais o documentário recebe pouco espaço. Ele é signatário do “Manifesto em Defesa do Documentário Brasileiro”, que critica justamente o negligenciamento à importância do documentário pelos órgãos encarregados pelo fomento do audiovisual brasileiro.

Na entrevista a seguir, ele conta sobre a produção do documentário “O Veneno Está Na Mesa II”, faz uma avaliação sobre as barreiras à implantação de alternativas ao uso de agrotóxicos e opina sobre a produção de cinema nacional.

Como surgiu a ideia de lançar a segunda parte do documentário?

A ideia de lançar o Veneno Está Na Mesa II surgiu da necessidade de complementar a primeira parte. A primeira parte teve muito impacto porque a gente fez todas as denúncias contra os agrotóxicos. E as pessoas ficaram desesperadas, pensando “será que isso não tem solução?”, “estamos condenados à morte?”. E aí eu comecei a conversar com pessoas que disseram que existe, sim, um outro tipo de agricultura. Disseram que existem a agroecologia, a agricultura alternativa, os insumos agrícolas que são naturais e não venenosos, os saberes ancestrais, que lidam com a natureza há muito mais tempo e com muita mais sabedoria. Então, eu achei que era importante na segunda parte do documentário reforçar os males que esse processo adotado hoje está fazendo na natureza. E ao mesmo tempo mostrar que existem alternativas. Daí nasceu O Veneno II.

Como foi o processo de encontrar essas iniciativas alternativas?

Não foi fácil, mas também não foi tão complicado. Porque as pessoas estão muito organizadas em redes. Então, se você chegar nas pessoas certas e falar o que você está fazendo, elas mesmas já te direcionam para os movimentos corretos. As pessoas te levam para agrofloresta, para agroecologia. Aí é questão de saber trabalhar a montagem e saber enxergar. Eu soube, por exemplo, que o Boaventura de Sousa Santos (professor de sociologia da Universidade de Coimbra), estava ligado a essa questão dos saberes ancestrais. Então, resolvemos ouvi-lo. Nós soubemos que a Vandana Shiva (física e ativista ambiental) viria ao Brasil e fomos lá encontrá-la. Fomos buscar. E também usamos sobras do Veneno Está Na Mesa I. Por exemplo, os trecho sobre o pessoal das fumageiras de tabaco e sobre a morte da dona Eva. Nós já tínhamos esse material.

Qual é a sua avaliação sobre o movimento da agroecologia?

A minha avaliação é que hoje existe uma grande consciência de que os agrotóxicos são extremamente danosos à saúde. Hoje a quantidade de lojas, de restaurantes que trabalham com orgânicos é muito maior do que na época do Veneno Está Na Mesa I. Hoje eu acho que existe uma consciência. Você fala com as pessoas e elas têm conhecimento. Eu acho que O Veneno I foi extremamente pertinente e O Veneno II está sendo também. Hoje você tem uma média de 1.500 pessoas que acessam O Veneno II pela internet por dia. O filme está liberado no Youtube em alta definição. E a cada dia que eu entro para ver os números, há mais espectadores.

Quais você acha que são os maiores empecilhos para o crescimento dessas alternativas de cultivo?

A bancada do agrotóxico no Congresso. Ela é muito forte e tem mais de 160 deputados. Ela barra tudo que seja contra o interesse dos ruralistas, contra o interesse do agronegócio e que combata os agrotóxicos. A ponto deles estarem tentando passar um projeto de lei que transforma o nome de “agrotóxicos” em “produtos químicos sanitários”. Você tem um Congresso hoje, que está completamente dominado. Por outro lado, a bancada que defende a reforma agrária e o pequeno agricultor, que é o que coloca a comida na nossa mesa, é composta de mais ou menos 12 deputados. E você tem uma bancada de 160 que defende os interesses do ruralismo. Você tem muito mais dinheiro no Ministério do Agricultura para o agronegócio do que o Ministério do Desenvolvimento Agrário tem para o pequeno agricultor. Esse é o drama. É muito acentuada a diferença. E cada cidadão hoje tem que escolher seus candidatos. Porque não se trata apenas de discutir as eleições majoritárias. As proporcionais também. As pessoas, quando votarem em um deputado, têm que saber o que ele efetivamente representa. Porque ele pode ter um discurso muito bom e bonito, e uma prática que defenda o interesse do agronegócio, da bancada ruralista, dos agrotóxicos. Tem muita gente infiltrada em todos os partidos. Eles são pragas daninhas.

Você sempre lança seus trabalhos na rede. Qual é a importância desta atitude?

Cinema é pra ser visto. Não é pra ficar em casa, trancado numa prateleira. Ele é pra circular. É um produto de livre circulação. Então, eu boto na internet. Quem quiser, vai lá, assiste, copia, divulga pro seus amigos. E hoje isso está funcionando muito. Todos os meus filmes estão na internet. E as pessoas me respeitam muito mais por isso. Porque eu não estou muito preocupado em ganhar dinheiro. Eu estou preocupado em discutir ideias. É uma forma de você informar mais as pessoas. Os próprios jovens cineastas, assistem, discutem, tomam como exemplo. E isso também acaba criando redes. Eu fico muito feliz porque tem dado certo.

E qual é a importância de abordar temas políticos? Você acha que faltam cineastas com esta abordagem?

Tudo na vida é político. Até as pessoas que acham que não estão fazendo política estão fazendo política. Então, a política que eu faço é a política sincera. Outros preferem empurrar a realidade pra baixo do tapete. Eu fico muito feliz por estar fazendo filmes assumidamente políticos e que discutem ideias. Eu acho que existem muitos documentaristas alternativos que colocam no Youtube, na internet. Talvez por não terem vindo do grande mundo do cinema, eles não sejam tão conhecidos como eu. Mas eles existem. Existem e fazem trabalhos respeitáveis.

Qual é a dificuldade de fazer documentário no Brasil?

O circuito comercial está todo dominado. Hoje eu estava vendo que as grandes companhias de cinema anteciparam a distribuição dos filmes delas porque na época prevista para o lançamento, que é em julho, vai ter Copa do Mundo e ninguém vai ao cinema. E hoje você tem cerca de três mil salas de cinema com três ou quatro filmes norte-americanos ocupando-as. Então, não existe muito espaço para o filme brasileiro. Eles são condenados a passar no máximo em uma sessão depois do almoço, num cineminha capenga. Eu boto na internet e quem quiser assiste. As pessoas fazem sessões dos filmes gratuitas e as salas lotam, as salas enchem. As pessoas querem discutir, me convidam, fazem questão que eu vá. Como se fosse um lançamento comercial, é verdade. E é um lançamento de verdade. Então, eu acho que eu não tenho problema. Eu acho que é lamentável que o Ministério da Cultura não tenha nenhum tipo de política pra esse tipo de cinema. A Ancine hoje só se preocupa com frivolidades, com filmes do chamado entretenimento. Eles ficam felizes quando o Brasil, por exemplo, durante um ano, faz 15 milhões de espectadores. Só que 15 milhões de espectadores, num País de 200 milhões de habitantes, não é nada. Quer dizer, a grande maioria da população brasileira não vai às salas de cinema. E os meus filmes circulam em todo território nacional, em todos os lugares, para todos os tipos de público. Então, eles que são os alienados. E não é só o documentário. O cinema brasileiro como um todo não recebe nenhuma atenção. Como é que um País de 200 milhões de habitantes se contenta que 4 ou 5 filmes por ano façam sucesso? O Brasil tem público para fazer 200 filmes por ano. E nos cinemas, são 4 ou 5 que fazem sucesso. Num País de 200 milhões, quando um filme faz 1 milhão de espectadores, que é menos de 0,5% da população brasileira, as pessoas comemoram. Isso está tudo errado. No Youtube, O Veneno II fez 20 mil espectadores em duas semanas. Fora as milhares de cópias que eu fiz, produzidas, projetadas. Então, eu me sinto vitorioso com essa distribuição alternativa. Eu faço filmes baratos, tenho uma equipe solidária e funciona legal. Dificuldade tem esses caras que fazem filmes caros pra mercado.

FONTE: http://www.carosamigos.com.br/index.php/cultura/noticias/4121-o-veneno-esta-na-mesa-ii-e-as-alternativas-ao-atual-modelo-agrario

Por uma mesa sem veneno

“O Veneno está na Mesa 2”, de Sílvio Tendler, foi exibido ontem (16) pela primeira vez no Rio de Janeiro para mais de 600 pessoas. Agora, o filme segue pelo Brasil em exibições organizadas pela Campanha Contra os Agrotóxicos.

por Camila Nobrega e Rogério Daflon



A cada 90 minutos, alguém é envenenado por um agrotóxico no Brasil. O filme “O veneno está na mesa 2” traz à tona uma encruzilhada. Para o diretor do documentário, Silvio Tendler – que tem no currículo trabalhos como “Jango” e “Cidadão do mundo”,  sobre Josué de Castro – está mais do que na hora de o pais fazer uma escolha entre dois caminhos: uma alimentação saudável fruto de uma agricultura familiar ou um modelo com base no agronegócio calcado no trinômio monocultura, baixa empregabilidade e agrotóxicos.

 “Eu comecei a entender o peso da alimentação na vida das pessoas quando soube que tenho diabetes. A partir daí, me dei conta de como o a comida pode levar doenças às pessoas. O  filme “O veneno está na mesa 1″  foi um alerta, mas o de agora traz uma alternativa. Ele te leva a escolher em que mundo você quer viver.  É agora ou nunca mais.” 

Em sessão lotada por mais de 600 pessoas no Teatro Casa Grande, no Rio, nesta quarta-feira (16/4), o documentário de Tendler foi exibido pela primeira vez. A sessão foi dedicada às 5000 vítimas do despejo ocorrido no terreno da empresa Oi, no dia 11 abril, e que até hoje estão sem moradia.

Antes do início do debate pós-filme, o diretor foi aplaudido de pé. O longa suscitou uma ótima discussão inspirada em cenas registradas em diferentes cidades brasileiras, onde a agricultura familiar tem sido pressionada em seu território e seus modos de vida pelo agronegócio. Há situacões tão conflitantes que beiram o absurdo, como aviões de empresas pulverizando suas plantações e, ao mesmo tempo, lançando agrotóxicos em escolas e em culturas de pequenos produtores que não usam nenhum tipo de veneno.

Um dos relatos do documentário é o de uma agricultora que teve um quadro grave de depressão que, ao que tudo indica, foi provocado pelo excesso de exposição a agrotóxicos em longo prazo. O que mais assusta, porém, é exatamente o fato de que não se trata de um caso isolado. Existe um grande problema de subnotificação de contaminações por este tipo de substância, mas, aos poucos, cada vez médicos diagnosticam mais casos de   intoxicações e até câncer entre os trabalhadores do campo.

Luiz Cláudio Meirelles, da Fiocruz, que participou de debate logo após a exibição, lembrou que, recentemente, a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária liberou o uso de dois novos insumos químicos já banidos de outros países. No total, as megaplantações brasileiras contam com 14 tipos de agrotóxicos proibidos em outras nações.

A batalha contra os produtos químicos na agricultura, que conta com mais de 80 entidades da sociedade civil na Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, tem adversários de grande peso econômico e político. Por um lado, desde a década de 1960, com a chegada da Revolução Verde ao Brasil e seu pacote tecnológico que aparelhou e endividou pequenos agricultores, a produção de alimentos foi cada vez mais inserida na lógica do capital internacional, calcada também no monopólio.

Para se ter uma ideia, no Brasil, há 130 empresas que comercializam sementes modificadas e agrotóxicos, sendo que seis delas – Monsanto, Dow, Bayer, Basf, Syngenta e Dupont – controlam 68% do mercado. A concentração torna a vida dos agricultores familiares cada vez mais difícil. Além disso, no campo político o direito dos grandes latifundiários também fica assegurado. 120 deputados federais defendem os interesses de grandes fazendeiros – cerca de 40 mil pessoas – no Congresso Nacional. Enquanto isso, aproximadamente 10 parlamentares representam mais de 12 milhões de pessoas que dependem da agricultura familiar e garantem os alimentos que chegam à mesa dos brasileiros.

Entrevistado no filme, o colombiano Miguel Altieri ressalta que a maior parte da produção agrícola de grandes empresas é para exportação.

“A monocultura produz apenas 30% dos alimentos que comemos. A agricultura camponesa é responsável por 70%. Precisamos dar mais atenção a ela.”

Diferentemente do primeiro volume do “Veneno está na mesa”, nesta nova produção o cineasta aborda não apenas o impacto da agricultura convencional na vida dos brasileiros, mas vai além e mostra alternativas dentro da agricultura familiar que já estão em curso no território brasileiro, como o cultivo orgânico, a agroecologia e os sistemas agroflorestais. No Rio de Janeiro, por exemplo, há um circuito de feiras – orgânicas, agroecológicas e da roça – onde as pessoas podem buscar alimentos mais saudáveis e produzidos de forma mais justa também para os trabalhadores do campo, ampliando os meios de comercialização, aproximando produtor e consumidor e reduzindo os circuitos de distribuição dos alimentos.

Mas a transição no Brasil tem sido difícil. O que está em disputa são modelos econômicos bem distintos. Um caso que ilustra isso é o da Chapada do Apodi, no Rio Grande do Norte, onde, segundo dados do filme, 13 mil hectares foram desapropriados por decreto da presidente Dilma Rousseff em prol do agronegócio, em detrimento da produção agroecológica da qual sobrevivem milhares de famílias.

Pela forma como atua no território, em total desrespeito às populações, este modelo de desenvolvimento, cujos tentáculos aparecem não apenas na agricultura, está em xeque. O momento é o do conflito e não se pode deixar de tomar partido nesse caso. Comer também é um ato político.

FONTE: http://www.contraosagrotoxicos.org/index.php/415-por-uma-mesa-sem-veneno