Passadas as eleições para a reitoria da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), este blog voltará sua atenção a outros temas que foram secundarizados nas últimas semanas. Mas antes disso, quero analisar um pouco os números desta eleição, principalmente entre os estudantes. Vejamos então os resultados por segmento: nos docentes o placar foi 148 votos para a chapa 10 e 117 para a chapa 11. Já entre os técnicos, tivemos 172 votos para a chapa 10 e 178 para a chapa 11. E, finalmente, entre os alunos, 1.139 votaram na chapa 10 e 602 na chapa 11.
Ainda que numericamente o resultado que mais salta aos olhos seja o dos estudantes, eu diria que nos três segmentos a reversão foi absoluta em relação a quatro anos atrás quando Silvério Freitas foi eleito com a maioria nos três segmentos. Agora, após uma campanha acirrada, o que se viu foi que a chapa apoiada por Silvério Freitas venceu, e de forma apertada, entre os técnicos.
Como participante do processo eu poderia me deixar levar por análises que percam o essencial dessa disputa. E para mim um elemento essencial é que tivemos uma vitória das novas tecnologias de comunicação social sobre as velhas formas de fazer política partidária. É enquanto a chapa apoiada pela reitoria teve um claro insucesso nas redes sociais e se concentrou na política do “toma lá, da cá” no seu propalado “corpo a corpo”, a chapa 10 nadou de braçadas no Facebook com uma forma bastante dinâmica de comunicar sua plataforma eleitoral. Talvez essa diferença tenha sido, inclusive, a chave da impressionante diferença alcançada entre os estudantes.
Por outro lado, há que se narrar aqui o sentimento que eu percebi entre a maioria das pessoas com que conversei no dia seguinte à vitória da chapa 10: alívio! É que mesmo entre pessoas que se sentiram compelidas, sabe-se lá por quais motivos, a vitória da dupla Luís Passoni e Teresa Peixoto é um sinal de que a Uenf poderá agora retomar os trilhos que foram abandonados por mais de uma década. E acima de tudo alívio porque deveremos agora ter uma universidade que realmente se pense como parte da região onde está localizada como um agente fundamental para a geração de respostas estratégicas. E só isso já deixa as pessoas bem aliviadas.