MPF instaura inquérito para apurar nomeação de ex-deputada estadual cassada para Superintendência do Ibama em SP

VANESSA

Vanessa Damo Orosco (na foto abraçando o presidente interino Michel Temer) tem permitido que pessoas sem vínculo com a autarquia acessem processos, documentos e informações privilegiadas

O Ministério Público Federal instaurou inquérito para apurar possíveis riscos à administração pública e ao meio ambiente em virtude da nomeação de Vanessa Damo Orosco para o cargo de superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Estado de São Paulo. Em abril deste ano, a ex-deputada estadual teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral e foi declarada inelegível até 2020.

O MPF quer saber qual é a experiência da superintendente recém-empossada na área ambiental. Isso porque as agências reguladoras e empresas estatais exigem que seus dirigentes tenham experiência comprovada de, no mínimo, 10 anos na área de atuação da instituição, tendo em vista a necessidade de alto conhecimento técnico. Além disso, o Decreto 6.099/2007 determina que os cargos em comissão do Ibama sejam preenchidos preferencialmente por servidores públicos de órgãos integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama).

Informações preliminares revelam que a ex-deputada estadual não teria experiência de trabalho nem no Poder Executivo, nem na área ambiental. Soma-se a isso o fato de ela ter afirmado que participará ativamente da campanha eleitoral de seu cônjuge, José Carlos Orosco Júnior, possível candidato à vice-prefeito do município de Mauá, na região metropolitana de São Paulo.

ACESSO DE VISITANTES

 O MPF também foi informado de que pessoas sem qualquer vínculo com o Ibama têm acessado as dependências da Superintendência, por determinação de Vanessa Orosco. Em menos de uma semana de exercício no cargo, ela permitiu que tais visitantes utilizassem equipamentos e salas, conduzissem reuniões e tivessem livre acesso a processos, documentos, rede interna de computadores, servidores de dados e outras informações privilegiadas.

“Tal conduta origina risco para a segurança das informações ambientais mantidas pela Superintendência, para o eventual sigilo dos dados constantes de processos administrativos (autuações e licenciamentos), para a eficiência das operações de fiscalização e, ao fim e ao cabo, para o adequado cumprimento, pelo Poder Público, dos deveres impostos pelo artigo 225 da Constituição Federal”, ressalta o procurador da República Adilson Paulo Prudente do Amaral Filho, responsável pelo inquérito civil. O procedimento questionou a presidência do Ibama/SP sobre as normas que regulamentam o acesso de pessoas aos prédios da autarquia.

FONTE: Assessoria de Comunicação, Procuradoria da República no Estado de S. Paulo

Deputada cassada do PMDB vira superintendente do IBAMA em São Paulo

damo temer

A ex-deputada Vanessa Damo (PMDB/SP) é mais uma prova viva da materialização do velho adágio que diz que “quem tem padrinho, não morre pagão”. É que tendo tido a cassação de seu mandato de deputada estadual confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e estando inelegível até 2020 por crime eleitoral cometido nas eleições de 2012, Vanessa Damo acaba de ser nomeada superintendente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) do estado de São Paulo pelo presidente interino Michel Temer (Aqui!)

Damo

A coisa que mais me impressiona neste caso é a total desconsideração pelas qualidades técnicas que um dirigente de um órgão fundamental como o IBAMA deveria ter para ocupar um cargo de direção. Em vez disso, o que temos é o uso partidário da máquina pública para alocar uma pessoa que perdeu seu mandato por práticas ilegais. Em se tratando de um órgão como o IBAMA, é  mesmo o fim da picada!