#VazaJato e a fonte do “The Intercept: “deep throat” ou “hacker”?

A fonte do “The Intercept” no caso da #VazaJato: Deep Throat ou Hacker?

Venho acompanhando um aspecto singular das revelações trazidas a público pelo site “The Intercept” sobre as tratativas nada republicanas entre o ex-juiz federal e ainda ministro da Justiça, Sérgio Moro, com a equipe de procuradores federais da outrora “Operação Lava Jato”, agora rebatizada de “#VazaJato”.

Falo aqui da possível fonte do que parece ser um grandioso esquema de vazamento de informações que ameaça estraçalhar com o já frágil equilíbrio político existente no Brasil.

Afinal, quem poderia ter passado um acervo que contém conversas inteiras entre o ex-juiz Moro e seus colaboradores na “#VazaJato”. Até aqui existem duas possibilidades: a primeira seria a de um informante interno que, seja lá quais foram os seus motivos, decidiu repassar ao “The Intercept” conversas, documentos, e gravações. Esse seria o modelo “Deep Throat” (ou Garganta Profunda) que se celebrizou no processo de impeachment do presidente estadunidense Richard Nixon. Anos depois soube-se que “Deep Throat” era W. Mark Felt, segundo em comando do FBI na época em que o drama seguido de impeachment ocorreu.

A segunda opção seria a de um especialista em captura de documentos na internet, o chamado hacker, que teria acessado o conjunto do material a partir de um determinado estratagema de penetração eletrônica. Essa hipótese já teria sido negada pelo pessoal do aplicativo Telegram, o qual era usado pelo ex-juiz Moro e o pessoal da #VazaJato para escapar da insegurança que muitos acham ocorrer em relação a outro aplicativo popular, o Whatsapp.

Pessoalmente acredito que o caso está mais para um serviço interno dentro da equipe da #VazaJato. Resta saber quem teria sido esse personagem. Mas uma coisa é certa: quem fez isso não agiu para beneficiar o governo Bolsonaro. É que dentro do governo Bolsonaro não há quem vá realmente ganhar com a desgraça política de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. Por mais que existam tensões, o fato é que Sérgio Moro e Deltan Dallagnol são peças importantes no tabuleiro e a saída deles de cena traria uma instabilidade que não seria bem vinda.

 

Três tweets de Glenn Greenwald e uma certeza: vem chumbo grosso por aí!

O jornalista Glenn Greenwald já avisou que há mais chumbo para vir para cima do ex-juiz Sérgio Moro.

O jornalista Glenn Greenwald é uma pessoa reconhecidamente habilidosa no que faz, e está resistindo às pressões de cair na tentação de sair disparando mais matérias sobre o escândalo envolvendo o juiz Sérgio Moro e os procuradores do Ministério Público Federal que encabeçam a antes conhecida operação “Lava Jato”, que se transformou em “#VazaJato” após o início da série de reportagens do site “The Intercept”.

Mas quem foi à página oficial que Glenn Greenwald na rede social Twiter poderá verificar que Greenwald não está para brincadeiras, e que possui sim muito mais chumbo para disparar nos próximos dias e semanas, e, de forma subliminar, indica parte dos próximos alvos que podem estar em sua mira.

Veja a série de tweets abaixo:

Nesses tweets não só está claro que a equipe do “The Intercept” está trabalhando cuidadosamente na produção de novas matérias e que está fazendo isso de forma judiciosa, de forma a evitar erros que seriam úteis a quem não quer mais informações sobre as estripulias de Sérgio Moro e do pessoal da “#VazaJato” cheguem ao conhecimento público.

Mas essa pequena série de tweets também apontam para o que me parece serem dois alvos básicos das reportagens que ainda não foram publicadas. O primeiro alvo é obviamente o juiz Sérgio Moro que deverá ter sua capa de paladino justiceiro ainda mais esgarçada do que já foi.

O segundo alvo é a mídia corporativa brasileira, capitaneada pelas Organizações Globo, que cumpriu o papel de avalista cega de todas as incontáveis “fases” da “#VazaJato” e dos métodos nada ortodoxos que o ex-juiz Sérgio Moro utiliza para alcançar suas finalidades.

E como bem indicam os tweets acima, o negócio é ter calma e esperar pelas próximas reportagens sem muita ansiedade ou pressa. Bom, isto, se você não for o juiz Sèrgio Moro ou o procurador Deltan Dallagnol. É que para esses a ansiedade será inescapável, principalmente se eles já tiverem lido os tweets que estão mostrados acima.

Escândalo do “#VazaJato” mostra que Telegram também não é à prova de grampos

O escândalo do “#VazaJato” mostra que como o Whatsapp, o Telegram também pode ser presa de hackers mais experientes.

Além dos procuradores do Ministério Público Federal e do ex-juiz federal e atual ministro da Justiça (sabe-se lá por quanto tempo depois das matérias bombásticas do “The Intercept), Sérgio Moro, o trabalho de Glenn Greenwald feriu a reputação do aplicativo russo Telegram.

É que tudo o que está sendo publicado foi obtido a partir da captura de conversas realizadas no Telegram que, até hoje, era tido como mais seguro que os seus concorrentes diretos Whatsapp e Signal.

O problema é que há quem diga que também o Signal tem brechas que pessoas mais treinadas também podem acessar, baixando segredos tão cabeludos como o que estão sendo divulgados pelo “The Intercept” sobre as estripulias do pessoal da Lava Jato em colaboração direta com o ministro Sérgio Moro.

Pelo jeito, o negócio vai ser retornar aos velhos do Pombo Correio ou do papo direto em algum lugar discreto.