Governo ucraniano imposto pelas potências ocidentais é o primeiro do pós-guerra a ter neofascistas como ministros

Tenho observado com alguma atenção a crise instaurada na Ucrânia que teve um pico de tensão com a ocupação russa na península da Criméia. Apesar de não nutrir nenhuma simpatia por Vladimir Putin, a postura dos governos dos EUA, Inglaterra e França de suposto ultraje remonta a uma peça de cinismo puro. É que por comparação, a investida russa na Criméia parece um jogo de compadres, pois até agora poucos tiros foram dados para o alto, enquanto que na invasão do Iraque e do Afeganistão, os estadunidenses e seus aliados europeus não hesitaram em jogar toneladas de bombas e matar centenas de milhares de pessoas. Aliás, o apoio dessas mesmas potências à guerra civil na Síria é outro exemplo cabal de que tanto ultraje é só para inglês, francês e estadunidense ver.

Agora seria interessante para aqueles que caíram na tentação de equiparar o golpe de Estado na Ucrânia a uma rebelião popular a ler o artigo escrito pelo jornalista Seumas Milne para o jornal “The Guardian” onde ele expõe de forma cabal as relações intestinas dos EUA e União Européia com os neofascistas ucranianos (Aqui!). Se a história nos mostra alguma coisa, este tipo de convivência desses governos que supostamente defendem a democracia com elementos fascistas já rendeu uma guerra mundial. 

De toda forma, essa convivência só pode ser explicada pela situação de profunda crise sistêmica, onde a anexação de economias que se mantem minimamente autônomas se tornou fundamental para que haja uma sobrevida do Capitalismo.

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