A Folha de São Paulo traz hoje uma matéria baseada no vazamento dos e-mails e torpedos trocados entre 2008 e 2011 pelo ex-(des) governador Sérgio Cabral e um vizinho de prédio no Leblon e companheiro de casas de veraneio em Mangaratiba, Orlando Diniz, que vem a ser “apenas” o presidente da Federação do Comércio (Fecomercio) do Rio de Janeiro (Aqui!).
A matéria elucida parte dos inúmeros favores pessoais que Cabral fez para Orlando Diniz, muitos dos quais foram atendidos. Apesar dos assessores de Diniz alegarem que o atendimento desses pedidos não teve nada de ilegal, há que se lembrar que o tráfico de influências que essa situação enseja nunca é grátis. Ou seja, apenas por atender parte dos pedidos de Sérgio Cabral, é óbvio que Diniz teve seu prestígio político aumentado.
O mais curioso é que mais essa revelação das entranhas do funcionamento da máquina estadual na vigência dos mandatos de Sérgio Cabral e Eduardo Paes demonstra que as práticas reveladas por seguidos escândalos (passando pelo caso da Gangue dos Guardanapos, passando pelo affair Vanessa Felipe/Rodrigo Bethlem, e chegando agora nos e-mails e torpedos de Sérgio Cabral para Orlando Diniz) apenas demonstram que não há limite para certos gostos e práticas que só são levados ao conhecimento público por algum tipo de indiscrição pessoal.
Uma prova de que essa amizade não era tão desinteressada por nenhuma das partes, a imagem abaixo que reúne Orlando Diniz, Sérgio Cabral e Carla Pinheiro, presidente da Associação de Joalheiros do Rio de Janeiro, marca a aprovação pelo governo do Rio de Janeiro no final de 2008 da redução do recolhimento de ICMS para o setor de venda de jóias no estado (Aqui!). Assim, fica fácil entender tanta correspondência eletrônica!
