Retratação em massa pela Springer mostra que grandes editoras cientificas não estão livres do “trash science”

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Um artigo assinado pela jornalista Sarah Kaplan do Washington Post nos dá conta que a Springer (uma das maiores editoras científicas do mundo) acaba de retratar 64 artigos científicos de 10 de seus periódicos por causa de uma série de fraudes cometidas por seus autores (Aqui!). A principal delas é a fabricação de falsas identidades e endereços eletrônicos de correspondência para então se afrontar o sistema de revisão de pares, até recentemente considerado um processo ilibado de avaliação da qualidade do que era publicado na ciência mundial.

A matéria relata ainda que segundo um blog que acompanha e documenta casos de artigos científicos retratados, o Retraction Watch (Aqui!), esse novo episódio de retratação coletiva de artigos faz com que o número de documentos retratados por grandes editoras científicas chegue a 230 apenas nos últimos três anos. E as razões para essas retratações envolvem vários tipos de fraudes; tais como plágio e falsas revisões por pares que envolvem até um comércio ilegal de venda de identidades falsas de revisores igualmente falsos.

Essa situação que até recentemente era rara deverá obrigar as grandes editoras a reverem suas próprias regras para avaliação de artigos, bem como as formas de recrutamento dos revisores que avaliam a qualidade científica do que pode ser ou não publicado.

É importante notar que esse escândalo envolvendo a Springer é uma demonstração de que a pressão que pesquisadores em todo o mundo enfrentam para publicar os resultados de suas pesquisas ou serem ostracizados científica e economicamente está causando um grave deslize ético que, em última instância, pode comprometer o futuro da ciência em nível mundial.

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