Morreu na madrugada desta 5a. feira o ex-chefe do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), o coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, Mas ao contrário dos seus camaradas argentinos, uruguaios e chilenos, Ustra passou desta para melhor completamente impune em relação aos crimes que comandou e/ou executou pessoalmente durante o período mais duro do regime militar de 1964.
Ao morrer sem enfrentar a justiça, Ustra deixa intacto o legado da tortura e do extermínio físico não apenas de opositores políticos, mas também de qualquer cidadão comum que estivesse no lugar e na hora errada. Esse legado continua firme e forte nas eliminações sumárias que ocorrem cotidianamente no Brasil pelas mãos de agentes do Estado.
Mas essa é a realidade do Brasil, e achar que vamos mudá-la apenas por transições negociadas ou, como faz agora o neoPT, por acordos espúrios com os representantes das elites nacionais, não passa de outra forma de manutenção de um legado ainda maior, o da injusta estratificação social existente no Brasil desde 1500.
