
Quando se pensa que o que está ruim não pode piorar, a realidade vem demonstrar o contrário. Esse é o caso das pesquisas realizadas por professores e estudantes da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) que chega ao sexto mês de 2016 sem qualquer aporte de recursos do (des) governo do Rio de Janeiro.
Entretanto, há um certo engano quando se pensa que os problemas enfrentados pela comunidade da Uenf se restringem apenas ao que é feito e existe dentro dos dois campi da instituição. O depoimento abaixo é do Prof. José Carlos Mendonça, do Laboratório de Engenharia Agrícola (LEAG) e mostra as graves consequências do corte do serviço de eletricidade realizado pela concessionária de energia Ampla nas dependências da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro) em Campos dos Goytacazes.
É que a Pesagro é uma parceira da Uenf desde 1996 e a suspensão da energia naquele importante órgão de pesquisa agropecuária está comprometendo diversas pesquisas s cuja interrupção terá efeitos dramáticos, sejam cientíticos ou econômicos.
Desta forma faço coro com a demanda apresentada pelo Prof. José Carlos Mendonça no sentido de que a Uenf atua junto à Pesagro para obter na justiça a religação da eletricidade, garantindo assim a sobrevivência dos experimentos ali realizados.
Corte de eletricidade na Pesagro compromete pesquisas da Uenf
Por José Carlos Mendonça*

A Uenf tem seu primeiro campo experimental nas dependências da Pesagro Campos, onde cerca de 60 % da área física é ocupada pela Uenf. A estação evapotranspirométrica da Uenf foi instalada lá em 1996 gerando informações ininterruptas desde então. Laboratórios como o de Engenharia Agrícola (LEAG), Fitotecnia (LFIT), Melhoramento Genético Vegetal (LMGV), Entomologia e Fitopatologia (LEF), Zootecnia (LZO) desenvolvem suas pesquisas na área da estação experimental. Pesquisas na área de Irrigação, Agrometeorologia, Energia Vegetal, Produção de Grãos e Sementes estão comprometidas e outras foram interrompidas em função do corte de energia elétrica.
Recentemente o Prof. Geraldo Gravina recebeu recursos da Embrapa para o ensaio nacional de feijão caupi. A área para dois experimentos foi preparada, mas a pesquisa parou por não haver como realizar o processo de irrigação.
Eu mesmo estou em plena pesquisa de café irrigado, e tive que comprar uma motobomba a gasolina para não perder o experimento, que envolve o desenvolvimento de duas teses de Mestrado. Além disso, o banco de bambus que possui mais de 40 variedades ( em projeto financiado pela Faperj) está sendo comprometido pela falta de irrigação.
A energia foi cortada em 29/04 mas a assessoria jurídica da Uenf se esqueceu de incluir o convênio com a Pesagro e sua importância para a Uenf na petição que requereu a religação da eletricidade na Villa Maria e o não corte das demais dependências da Uenf. Isso precisa ser revertido imediatamente.
*José Carlos Mendonça é professor associado do Laboratório de Engenharia Agrícola do CCTA da Uenf