Uma colega que milita no ensino básico municipal me narrou recentemente as dificuldades encontradas para ministrar aulas em uma tradicional escola localizada no centro da cidade. O motivo, entre muitos, é prosaico: a maioria das salas daquela escola sequer possuem portas, tornando o ambiente escolar, no mínimo, bastante difícil de ser gerido. Mas salas sem porta não são o único problema em uma rede municipal que custa bastante dinheiro aos cofres públicos municipais. Há escolas em que nem merenda chega, deixando as crianças passando fome.
O problema é que nem todos os custos são, digamos, minimamente justificáveis, especialmente em uma cidade em que milhares de famílias vivem abaixo da linha da miséria segundo dados oficiais do governo federal. Um exemplo disso é a contratação, sem licitação, de uma empresa cujo objeto é realizar uma palestra com o ex-professor de História da Unicamp, Leandro Karnal, por salgados R$ 136 mil (ver imagem abaixo).
Se nada de ilegal houver com essa contratação, há que se perguntar da oportunidade e da razão para que se faça um gasto desse montante neste exato momento. Há que se lembrar que os servidores públicos municipais acabam de encerrar uma greve por estarem com salários congelados, pelo menos desde o governo de Rosinha Garotinho.
Ao que parece não são apenas os shows sertanejos que precisam ter o seu custo para cofres municipais examinado com mais carinho.