A política fluminense e sua sina: presidente da Alerj é preso por obstrução de investigação

Diz a primeira lei que .Murphy  diz que “tudo que pode dar errado dará errado.” No caso da política fluminense, esse adágio acaba de se confirmar com a prisão do presidente da Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União/RJ) por obstruir a investigação no caso do deputado TH Jóias.

O presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil) — Foto: Divulgação

Presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar: de candidato a governador a preso por obstrução de investigação

Essa prisão veio em um momento em que o governador do Rio de Janeiro havia enviado para a Alerj o projeto de lei Nº 6807/2025 que autoriza o poder executivo a  efetivar a adesão do estado do Rio de Janeiro ao programa de pleno pagamento de dívidas do estados (PROPAG).

Agora vamos esperar para acompanhar os próximos acontecimentos. Mas uma coisa é certa: estamos nos encaminhando para um momento de grande turbulência e incertezas.  A ver!

RioPrevidência: Audiência pública na Alerj vai discutir rombo causado pelo Banco Master

BANCO MASTER E RIOPREVIDÊNCIA | Precisamos enfrentar quem atacou a aposentadoria dos servidores

Audiência Pública, sexta, 5/12, às 10h, na Alerj.

O rombo causado pelos investimentos no Banco Master, liquidado por fraudes bilionárias, colocou em risco o futuro de servidores, aposentados e pensionistas do estado do Rio de Janeiro.

Não dá para naturalizar esse ataque, foi dinheiro da aposentadoria colocado em operações de altíssimo risco, ignorando alertas técnicos e abrindo brecha para prejuízos que podem afetar toda a categoria.

Por isso, pela Comissão de Servidores da Alerj convocamos uma audiência pública para debater os impactos e riscos das transações entre o RioPrevidência e o Banco Master. Chamamos autoridades, órgãos de controle e especialistas e vamos cobrar respostas.

Não aceitaremos que o RioPrevidência vire alvo de aventureiros financeiros. Vamos defender mecanismos reais de proteção ao fundo e lutar para responsabilizar quem colocou a aposentadoria dos servidores em risco.

Sua presença é fundamental. É hora de mostrar força e exigir transparência.

📍Sexta, dia 5 | 10h | Assembleia Legislativa do Rio (Alerj)

#AudiênciaPública #Servidores #Alerj

Uenf: visita de Flávio Serafini serviu para preparar a paralisação dos professores no dia 11/9

A presença do deputado estadual Flávio Serafini (PSOL) no campus Leonel Brizola serviu para o momento de reflexão dos professores que estiveram na sede social da Aduenf na tarde de ontem (26/8).  A presença significativa de professores no encontro com o presidente da Comissão de Servidores Públicos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) é um parâmetro da insatisfação com o desprezo demonstrado pelo governador Cláudio Castro com a implementação do novo Plano de Cargos e Vencimentos.

A principal observação feita por Flávio Serafini foi no sentido de que está se abrindo uma janela de oportunidade para que o novo PCV da Uenf seja apreciado pela Alerj, mas que isso vai depender diretamente do nível de mobilização de professores e servidores técnico-administrativos, já que outras categorias estão pleiteando a recuperação dos seus salários. Segundo o deputado, sem mobilização e pressão, as chances de que o novo PCV da Uenf continue engavetado serão grandes. E, pior, que outras categorias tenham suas demandas atendidas antes.

Essa indicação do deputado que presidente a Comissão de Servidores Públicos da Alerj confirma o acerto da decisão da última assembleia dos professores de paralisar as atividades no próximo dia 11 de setembro quando ocorrerá uma audiência pública para discutir as demandas salariais dos servidores da Uenf, a começar pela aprovação do novo PCV.

A partir dessa reunião claramente exitosa, a diretoria da Aduenf deverá se concentrar em preparar a paralisação do dia 11/9 e garantir a ida de uma comitiva representativa de professores para participar da audiência pública que ocorrerá na Alerj.

Deputado Flávio Serafini vem a Campos para cumprir agendas na 3a. feira (26/8), duas delas na Uenf

O deputado estadual Flávio Serafini (PSOL), que preside a Comissão de Servisores da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) estará em Campos dos Goytacazes para cumprir uma série de compromissos, dois deles no campus da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) (ver imagem abaixo).

Essa visita é particularmente importante porque os servidores da Uenf esperam há mais de dois anos pelo envio do seu Plano de Cargos e Vencimentos (PCV) para a Alerj,  e demandam que o governador Cláudio Castro pague duas parcelas atrasadas de parte das perdas inflacionárias ocorridas nos últimos anos.

Os servidores da Uenf também estão preocupados com a decisão do governador de retirar recursos dos royalties do seu fundo próprio de pensão, o RioPrevidência.  Se o projeto de lei enviado por Cláudio Castro for aprovado é quase certo que haverá muita instabilidade na capacidade de pagamento de pensões e aposentadorias pelo RioPrevidência.

Por isso, a vinda de Flávio Serafini ganha uma relevância espacial, especialmente porque os professores já decidiram que irão paralisar suas atividades no dia 11 de setembro para participar de uma audiência pública que ocorrerá na Alerj para tratar das pautas que deverão ser abordadas nos encontros desta 3a. feira.

Matéria de página no “O GLOBO” mostra que as engrenagens se movimentam contra Rodrigo Bacellar

Uma matéria de página inteira e na edição dominical do Caderno de Política do “O Globo” pode ser sinal claro de que uma carreira politica está sendo turbinada ou abatida, dependendo do conteúdo. Se esse raciocínio estiver correto, o dia de hoje não está sendo nada bom para o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro, o campista Rodrigo Bacellar (União) (ver imagem abaixo). 

É que pelas penas do jornalista Caio Sartori, os leitores do “O Globo” vão ter detalhes do complicado caso envolvendo Rodrigo Bacellar e seu pai, Marcos Bacellar, no complicado caso de um suposto aluguel da Prefeitura Municipal de Cambuci, município localizado a 80 km da base política de Bacellar, o município de Campos dos Goytacazes.

A coisa não é nova e se arrasta do já longínquo ano de 2010 quando Rodrigo presidia a agora defunta Fundação Estadual do Norte Fluminense (Fenorte) e o pai, Marcos, presidia a Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes.

Os apoiadores de Rodrigo Bacellar certamente irão desmerecer o conteúdo bombástico da reportagem dizendo que é notícia velha, mas uma coisa é inescapável da mera publicação desse tijolaço com teor potencialmente explosivo: as engrenagens políticas estão se movendo contra Rodrigo Bacellar e, provavelmente, de forma precoce, sua ambição de ser o candidato situacionista para suceder o governador Cláudio Castro em 2026.

Os preparativos para a “coroação” do novo “donatário” da capitania Rio de Janeiro: surpresas sempre podem acontecer!

Por Douglas Barreto da Mata

Bem, quem acompanha esse blog já leu nossas considerações sobre a sucessão antecipada do cargo de governador do Rio de Janeiro (Aqui!Aqui! Aqui!).  Agora vamos aos detalhes, justamente onde mora o diabo.  E todo mundo sabe, e Raul Seixas cantava, o “diabo é o pai do rock”.

Brincadeiras a parte, toda “coroação” tem um roteiro, que não se inicia com a “morte” do monarca. No estado do Rio de Janeiro, o “rei Cláudio Castro” já anunciou, não a sua morte, mas a abdicação. Começaram então os ritos para saber quem vai ser o herdeiro do “trono”.  Já debatemos nos textos acima as variáveis, agora vamos aos ritos. A constituição estadual diz o seguinte:

Constituição do Estado do Rio de Janeiro

“(…)Art. 141. Em caso de impedimento do Governador e do Vice-Governador, ou de vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da chefia do Poder Executivo o Presidente da Assembleia Legislativa (Alerj) e o Presidente do Tribunal de Justiça.

Art. 142. Vagando os cargos de Governador e de Vice-Governador do Estado, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.

* § 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período governamental, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pela Assembleia Legislativa, na forma da lei. (NR)

* Nova redação dada pelo art. 6º da Emenda Constitucional nº 53, de 26/06/2012. (D.O. de 27/06/2012)

§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.(…)”

Pois é.  Para se tornar o “imperador” do Rio de Janeiro, o presidente da Alerj, deputado Rodrigo Bacelar, não precisa apenas da renúncia de Thiago Pampolha e de Cláudio Castro, não necessariamente nesta ordem. Ele vai ter que promover uma eleição indireta, no prazo máximo de 30 dias, de forma indireta, onde os eleitores são seus pares, os deputados estaduais. 

Bem, muita gente acredita que não será tarefa difícil, mas nunca se sabe, afinal, do outro lado está o candidato favorito nas eleições de 2026, Eduardo Paes.  Embora a influência de Bacelar sobre seus colegas se aproxime do temor reverencial, não é impossível que alguns deputados façam um cálculo pragmático, ou seja, agradar aquele que tem maiores chances de conquistar o “trono”, elegendo outro nome para governador interino. 

Afinal, o eleito teria o poder de ajudar a decidir o pleito. Dizem os antigos que eleição e mineração, resultado só na apuração.  Ainda mais com eleitores tão específicos.

A quarta-feira de cinzas da sucessão estadual: vai ter nota 10 ou choro na Apoteose?

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Por Douglas Barreto da Mata

Eu não tinha nenhuma intenção de fazer uma espécie de “minissérie” de análises sobre a sucessão estadual, mas o desenrolar dos acontecimentos torna irresistível esse formato, algo como um enredo, ou uma mini novela.  Nos dois primeiros textos [Aqui! e Aqui!) , que você pode ler abaixo, o eixo central foi a intrincada engenharia que será necessária para tornar candidato a governador o presidente da Alerj, deputado Rodrigo Bacelar.

Apesar da torcida de seus correligionários, e das “análises” de seus órgãos de imprensa, o fato é que a coisa é mais complicada do que parece.  Hoje vamos tentar dar um desfecho no raciocínio, deixando claro, óbvio, que não temos a pretensão de ir além da mera projeção de cenários.

Se a candidatura de Rodrigo Bacelar depende da renúncia de Thiago Pampolha, é sobre essa questão que devemos nos debruçar, embora haja outras subjacentes, que não podem ser desprezadas, como ressentimentos e vinganças guardadas como iguarias no freezer para serem consumidas no devido tempo.

Aqui eu menciono a possibilidade de Cláudio Castro devolver ao presidente da Alerj todas as desfeitas que teve que suportar nesse trajeto, soprando ao ouvido de Pampolha que aceite o acordo, mas não renuncie.

Mas voltemos ao principal, isto é, para onde vai Thiago Pampolha?  Ora, os “bacelar-boys” juram que o vice-governador aceitou ir para o TCE. 

Tomemos isso como certo.  A questão não é querer, pois Thiago, por ele mesmo, já sabe que ficou com poucas opções eleitorais.  Talvez uma candidatura de deputado federal pelo MDB. O problema é Thiago acreditar em Rodrigo Bacelar e Cláudio Castro.

Com a possibilidade de discussão judicial de sua indicação, como já anunciou o advogado Travanca, e com a jurisprudência recente do STF, acionada recentemente pelo MP, contra o deputado Albertassi, fica claro que não há vaga certa.

Ora, como já disse em outro texto, seria o “crime perfeito”. A promessa  da dupla Rodrigo/Castro a Pampolha, lembremos, é de indicação e aprovação do nome, não é de assunção da vaga.  Assim, como disse um amigo observador atento dos bastidores, Thiago ficaria sem a vaga, que seria reservada para Castro ou o próprio Rodrigo, caso os planos eleitorais de ambos não dessem certo.

Bem, Thiago pode ter pensado nisso.  Porém, Thiago pode ser muito mais esperto do que julgam. Afinal de contas, ele sabe, e todos os integrantes deste desfile sabem que Thiago é um dos candidatos que mais pode atrapalhar Eduardo Paes, ainda mais se ele tiver um vice com Wladimir Garotinho.  Seria uma nova formatação capital e interior.

Para Wladimir Garotinho não seria má ideia, já que ele seria vice de um governador de um mandato, já que Pampolha não poderia se reeleger.  Para o campo da direita seria ótimo, dois jovens, de centro, um evangélico, um vice-governador, com alguma penetração na capital, e outro herdeiro de uma família de governadores.

Thiago, se tiver noção desse cacife, pode ter negociado com Eduardo Paes, não para compor a chapa dele, já que os dois se sobrepõem na capital, e ambos sabem que essa vaga deve ser ofertada a Wladimir.  Pampolha pode receber de Eduardo as chaves da prefeitura do Rio, e a garantia de torná-lo o futuro prefeito em 2028. Não é pouca coisa.  Esse arranjo pode ter selado a sorte de Rodrigo Bacelar e de Castro, quem sabe?

Thiago Pampolha, nesse momento, está “fingindo de morto para ver quem vai a seu enterro”. Por que trocar um acordo com melhores chances de concretização com Paes, para ficar com uma promessa de quem já lhe maltratou tanto?

Enfim, por onde quer que se olhe, as chances de Pampolha renunciar ao cargo de vice-governador para que Rodrigo Bacelar seja candidato é uma ilusão de Carnaval, que pode acabar em choro na Apoteose.

Das cinzas de uma candidatura à Fênix?

Por Douglas Barreto da Mata

Até que se prove o contrário, a pré candidatura do Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) para o Governo do Estado do Rio de Janeiro tem tantas chances de voo quanto de uma galinha.  O dogma político diz, política é nuvem. Mas há nuvens e nuvens.  Quando avistamos uma Cumulonimbus, não tem jeito, é tempestade na certa.

A dose de certeza sobre o iminente fracasso da pretensão do Presidente da Alerj em comandar o executivo estadual aumentou muito, e isso está nas entrelinhas do que ele diz, nos veículos de comunicação, ou pior, muito mais no que não é dito por ele e pelos analistas.

Ora, o deputado está em campanha desde muito tempo, e não seria errado supor que a campanha à prefeitura de Campos dos Goytacazes, de 2024, tenha sido uma plataforma de exposição da sua pré candidatura, e isso se confirma no acervo do material de propaganda, caso alguém tenha se dado ao trabalho de arquivar.

Talvez essa pré candidatura tenha se desenhado antes, quando o Presidente se elegeu para comandar o parlamento fluminense, ocasião que, dizem as línguas intra palacianas, teria acabado, de fato, o governo Cláudio Castro, tamanhos foram o esforço e energia empreendidos para cumprimento daquela missão. 

Não se sabe ao certo. Sabemos que tanto esforço, tempo e exposição não conferiram ao Presidente da Alerj uma posição confortável na disputa. É a história, estúpido!  Ela (a história) nos conta que só Sérgio Cabral conseguiu migrar de um poder para o outro, mas mesmo assim, essa transferência teve um mandato de senador no meio, ou seja, ninguém, depois da redemocratização, conseguiu sair da presidência da Alerj e virar governador.

Sérgio Cabral Filho ainda se elegeu a bordo do apoio (que depois traiu) de um governo estadual popular e bem avaliado, o de Rosinha (Anthony) Garotinho, eles mesmos legatários de outra façanha: Na era pós-fusão Guanabara e Estado do Rio, nenhuma cidade do interior elegeu governador, salvo Campos dos Goytacazes, que elegeu não só um, mas  um casal de governadores.

É essa memória (recall, para os especialistas) que dá ao filho do casal, e atual prefeito da cidade campista um capital político de resiliência do eleitor que, ao mesmo tempo, lembra do nome Garotinho, mas identifica no prefeito uma atualização/modernização melhorada da marca.

O Prefeito Wladimir Garotinho fez a mágica de ficar com a lembrança e afastar a rejeição. Um dos obstáculos ao Presidente da Alerj repousa aí, e os resultados das eleições municipais na planície goytacá provam isso.  Até para reivindicar uma vaga de vice na chapa desse ou daquele candidato, seja Paes ou o candidato dos Bolsonaro, o Presidente da Alerj vai ter que superar um argumento crucial:  Sua pouca densidade eleitoral em casa e na região. 

Neste pleito, os principais nomes colocados, desde Paes, passando por Washington Reis, Pampolha, ou algum nome do PT, todos necessitam de inserção no interior, atributo que escapa ao Presidente.  Isso reduz as chances, por exemplo, do prefeito de Niterói, de São Gonçalo, Maricá ou Baixada, que, de um jeito ou de outro, são “quase capital”, e já repercutem, para o bem ou para o mal, os humores da política carioca. 

As análises feitas recentemente parecem muito mais com uma tentativa de reposicionamento do Presidente da Alerj para, ao mesmo tempo, reduzir os danos de uma retirada que pareça menos uma derrota, e aproveitar ao máximo o preço simbólico de sua saída, recolocando-o em uma posição relevante, na correspondência da cadeira que hoje ocupa.

TCE?  Deputado federal? Reeleição para deputado estadual?  Senado? Tudo vai depender da expectativa que o Presidente tem em relação a si, sua carreira, e, de forma mais aguda, como vai encarar seus adversários, e neste caso, seu principal rival, o Prefeito de  Campos dos Goytacazes.

Se vai repetir a honrada e respeitosa trajetória de seu pai, que é a referência política declarada dele e dos irmãos, ele pode acabar como o eterno antagonista coadjuvante da família Garotinho, que teve no casal de governadores, até aqui, o ápice de sucesso, enquanto o patriarca da família do Presidente ficou “apenas” na presidência da Câmara local. Caso contrário, se entender que seu caminho, necessariamente, pode ser paralelo ou até associado ao atual prefeito campista, seu caminho pode ser até mais longínquo e bem sucedido.

Explico:  Se as “fofocas” plantadas pelo Prefeito de Maricá têm alguma verdade embutida, e sempre têm, pode ser que a corrida eleitoral fluminense fique quase sem concorrentes.  É certo que os Bolsonaro vão apostar tudo na chapa ao senado.  Aliás, um dos poucos consensos até aqui.

Devem lançar um “poste” para governador, um franco atirador que desgaste os rivais ou rival, marque o campo da direita,vocalizando extremos políticos.  No campo de Paes, a história é outra.  Lula tem que construir um palanque viável e forte, não só que eleja o governador, mas que permita diminuir sua rejeição no Rio de Janeiro, tanto quanto em São Paulo e Minas Gerais.

Esse grande campo de centro vai incorporar todas as forças possíveis e viáveis, reeditando no estado do Rio de Janeiro algo parecido com o acordo com o centrão no Congresso e no governo.  Aliás, esse é o eixo da campanha petista, e todos sabem, a maneira preferida do Presidente Lula operar política.  Com esse viés, diminuem as chances do Presidente da Alerj e de seu padrinho governador de embarcarem nessa canoa.  Principalmente, porque Castro é outro fator adicional de rejeição para quem ele apoiar.

Governo em fim de feira, pouca capacidade de investimento, orçamento comprometido, e o desgaste natural do fim de mandatos.

Mesmo que houvesse um acordo informal que incluísse o governador e o Presidente da Alerj nesse “centrão fluminense”, as fichas dos dois no jogo estariam desvalorizadas.  No entanto, esse movimento é bem remoto, já que os compromissos de ambos com o clã Bolsonaro impõem serem os últimos a abandonar o barco dessa aliança da direita no Rio de Janeiro

Seria muita arrogância prever o futuro ou ensinar a missa ao vigário, porém, na condição de eleitor-observador eu diria que ou o Presidente da Alerj se reinventa ou vai ganhar um bilhete premiado de aposentadoria no TCE.

A unanimidade burra em torno de Rodrigo Bacellar fala mais sobre quem o elegeu do que sobre ele mesmo

Aliado de Jair Bolsonaro e investigado pelo TRE, Rodrigo Bacellar foi reeleito para presidir a Alerj por unanimidade. Na foto, Bacellar segura medalha ‘imbrochável’ ao lado do ex-presidente

O deputado estadual Rodrigo Bacellar (União Brasil) acaba de conseguir o feito inédito de ter sido reeleito presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) por unanimidade.  Esse é um fato que nunca ocorreu na história da Alerj, e que dificilmente se repetirá: Bacellar recebeu todos os 70 votos possíveis para continuar no cargo!

A mim não me assombra o fato de que Bacellar ter sido reeleito e, tampouco, por unanimidade. Eu diria que essa votação inédita reflete muito bem o estado de coisas na política fluminense. Quem tiver um mínimo de curiosidade para analisar como as eleições proporcionais vem se dando no Rio de Janeiro saberá que tem algum tempo que determinadas candidaturas recebem votações expressivas, sem que isso reflita uma capacidade mínima do candidato de articular propostas ou, quiçá, um raciocínio inteiro.

Agora, há que se dizer que há algo muito esquisito na chamada esquerda parlamentar, incluindo aí o PSOL,  o spinoff do PT que em seu nascedouro insaiou os trejeitos da rebeldia original dos barbudos de São Bernado do Campo.  Eu não me surpreendo nem um pouco com o PT, pois a degeneração do pai (ou seria mãe?) do PSOL já está evidente há alguns anos. Mas do pessoal do PSOL, tenho que dizer queo partido envelheceu muito mais rápido do que o PT, parecendo até uma repetição da decadência do PSDB em relação ao PMDB.

Essa acomodação da esquerda parlamentar fluminense ao jogo/jogado é particularmente inquietante, na medida em que dada essa votação em Bacellar, as chances de uma candidatura para enfrentar a direita e a extrema-direita em 2026 se tornaram basicamente nulas.  Esse é o resultado de se juntar, usando um jargão familiar, no mangueirão com o resto da turma, incluindo a extrema-direita bolsonarista.

E aí quem sofrerá somos todos nós que gostaríamos de ver o Rio de Janeiro trilhando um caminho diferente do que se tem visto nas últimas décadas com governantes medíocres que conseguiram aniquilar com quaisquer possibilidades de um modelo de desenvolvimento social e economicamente mais justo.

Para terminar, uma observação recolhida de uma das tiradas do dramaturgo Nelson Rodrigues que dizia que “toda a unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar”. Se ainda estivesse vivo, Nelson Rodrigues certamente nos diria que é preciso vencer unanimidades como a que foi criada em torno de Rodrigo Bacellar.

Imbróglio envolvendo Uenf e Prefeitura na reforma do prédio do Arquivo Público Municipal agita Câmara de Vereadores

raul wladimir

Em algum lugar do passado, Bruno Dauaire, Raúl Palacio e Wladimir Garotinho seguram a planta do Solar do Colégio, sede do Arquivo Público Municipal. Mas reforma que é bom, nada…

Desde o início de 2022 já abordei por diversas vezes o estranho caso de uma verba de R$ 20 milhões que foi disponibilizada pela Assembleia Legislativo do Rio de Janeiro (Alerj) para reformar o prédio histórico do Solar do Colégio que abriga o Arquivo Municipal de Campos dos Goytacazes (Aqui!, Aqui!, Aqui!Aqui!). A coisa já se estendeu tanto que o presidente da Alerj que era André Ceciliano (PT) passou a ser Rodrigo Bacellar (União Brasil) e o cargo de reitor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) que era ocupado por Raul Palácio, agora é exercido por Rosana Rodrigues.

A coisa começou muito mal explicada, pois nunca ficou claro porque os R$ 20 milhões foram parar na Uenf, mas esse foi só o começo da história. Uma das questões mais apontadas é o fato de que a realização de reformas em prédios históricos exige um tipo de expertise que a universidade fundada por Brizola e Darcy Ribeiro simplesmente não tem.

A exasperação com a demora da Uenf em realizar a coisa mais básica que seria uma licitação para apontar quem faria a reforma já ficou clara em diversas ocasiões desde que o dinheiro chegou há quase 2 anos.  Entretanto, com mais um ano próximo de se encerrar, o que significa que o período chuvoso vai se iniciar, agora a coisa tomou um tom de cobrança ainda mais aberto, inclusive no plenário da Câmara Municipal de Vereadores (ver vídeo abaixo).

Como fui uma das poucas vozes críticas em relação a essa triangulação esquisita envolvendo Alerj, Uenf e Prefeitura de Campos, eu não tenho nenhum prurido em afirmar que esse caso nunca foi abertamente discutido pela comunidade universitária.  Assim, não acho justo que o ônus sendo gerado pela incapacidade evidente de iniciar a obra seja jogado nas costas de todos os que labutam diariamente na Uenf.

Por outro lado, como a reitora da Uenf já está praticamente no final do seu primeiro ano como a dirigente que “segura a caneta” na Uenf (para usar uma terminologia que a professora Rosana Rodrigues usou durante a campanha eleitoral que terminou com sua eleição), me parece que está na hora dela dar as respostas que estão sendo demandadas há algum tempo pela sociedade campista, e agora também pela Câmara Municipal de Vereadores. Afinal, as preocupações em torno do atraso das obras são mais do que justificadas.

E nunca é demais lembrar que a próxima estação de chuvas poderá comprometer ainda mais as condições estruturais do Solar do Colégio, impondo graves riscos para toda a documentação que se encontra no interior do Arquivo Público Municipal.