Na foto, o reitor Raúl Palácio, é ladeado pelos aliados Bruno Dauaire e Wladimir Garotinho, principais interessados na liberação dos R$ 20 milhões entregues pela Alerj à Uenf
No dia 22 de novembro de 2022 postei um texto em que humildemente sugeria ao reitor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) que devolvesse os R$ 20 milhões colocados em suas mãos pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para mediar a reforma do Solar do Colégio, prédio histórico que abriga o Arquivo Municipal de Campos dos Goytacazes. É que naquele momento, havia quem o culpasse, e por tabela a Uenf, pelo atraso no início das obras da reforma do Solar do Colégio, o que me parecia um ataque oportunista contra toda a universidade, em que pese a responsabilidade do magnífico reitor de ter aceito deixar-se usar como um parteiro de um bebê indesejado.
Agora, passados cinco meses daquela postagem, vejo mais um ataque à Uenf sob o pretexto de que o dinheiro ainda não foi usado para realizar uma obra urgente e necessária. Nada se fala das responsabilidades do prefeito Wladimir Garotinho ou do Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campos (COPPAM) que até hoje nada fizeram para destravar os entraves técnicos e burocráticos que impedem o uso dos famigerados R$ 20 milhões.
O fato é que qualquer uso indevido desse montante milionário recairá sobre o reitor Raul Palacio e sobre toda a Uenf que passariam de meros figurantes em uma peça mal ensaiada para os responsáveis por possíveis malfeitos com verba pública. A verdade é que aceitar servir como ponte entre Alerj e Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes foi o pecado original cometido pelo reitor da Uenf, visto que dentro da própria instituição existem problemas tão ou mais urgentes do que aqueles que afetam o Solar do Colégio e não vejo ninguém pressionando o governador Cláudio Castro para que entre em campo para providenciar as soluções que se fazem necessárias.
Quem conhece minimamente o cotidiano da Uenf sabe que lutamos há anos por melhorias estruturais e por salários dignos para nossos professores e servidores técnico-administrativos e não se vê (ou viu) nenhum esforço de quem agora nos ataca para nos defender dos ataques que recebíamos e continuamos recebendo do governo do estado do Rio de Janeiro. A verdade é que mesmo em face desses problemas, a Uenf continua entregando profissionais qualificados para apoiar os esforços de desenvolvimento regional. Por isso considero inaceitável que agora haja quem queira aproveitar a decisão inepta do reitor para colocar nas costas da Uenf o atraso de uma reforma que objetivamente não precisaria de dinheiro da Alerj para ser realizada, caso houvesse vontade política por parte do prefeito Wladimir Garotinho.
Por isso, reitor, faça a única coisa correta neste caso medonho: devolva essa bufunfa para a Alerj e deixe que o prefeito de Campos dos Goytacazes asse essa batata.