A reitora da Uenf, sua entrevista desastrosa, e os riscos criados

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A reitora Rosana Rodrigues e seu vice-reitor durante a campanha eleitoral em 2023

Que os últimos reitores da Universidade Estadual do Norte Fluminense impuseram uma forte degradação na qualidade do que se espera de ocupantes do cargo máximo de uma instituição pública de ensino superior é uma opinião corrente dentro e fora dos muros universitários. Mas uma entrevista concedida pela reitora Rosana Rodrigues a um veículo da mídia corporativa campista conseguiu atingir um novo patamar inferior, confirmando o que diz a 1a. Lei de Murphy que diz em linhas gerais que aquilo que está ruim sempre pode piorar.

O resumo das falas da reitora Rosana Rodrigues cobrem uma série de tópicos sobre os quais ela deverá ter pensado melhor antes de falar. É que dada a seriedade e gravidade de alguns deles, ela deveria ter tido mais cuidado. Ao avançar sobre avaliações do processo eleitoral municipal com a erudição abaixo de um calouro do curso de Ciências Sociais, se pronunciar sobre um caso em que ela já errou ao levar intempestivamente ao Conselho Universitário, e desqualificar objetivamente um inquérito em andamento no âmbito do Ministério Público Estadual, a reitora mostrou um nível de despreparo e descuido que ainda poderá voltar para morder o seu calcanhar.

Eu não sou bacharel em Direito, mas tenho a impressão que várias das afirmações da reitora incorrem em, pelo menos, no uso prematuro da capacidade de falar coisas que deveriam ser tratadas com mais cuidado.  Algo que me chamou a atenção, entre muitos dos fatos arrolados por ela, foi o reconhecimento de que “quando chegou na Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, ela recebeu, via Ministério Público, as mesmas denúncias“. Pois bem, faltou a reitora dizer se à época ela teria feito algo para apurar as denúncias, solicitação, por exemplo, a instalação de uma comissão especial de sindicância para conduzir a devida apuração dos fatos denunciados. Se não fez isso, a reitora pode, dependendo dos resultados das apurações em curso pelo Ministério Público Estadual, ter prevaricado. Como sabemos que prevaricação é crime, essa afirmação que agora está disponível para quem quiser ler, foi, no mínimo, descuidada. E a promotora responsável pelo caso das bolsas poderá inquirir a reitora sobre o que ela fez ou deixou de fazer sobre este assunto espinhoso enquanto segurou a caneta de pró-reitora.

Já a incursão da reitora pelo caminho da avaliação do cenário eleitoral foi uma demonstração de que ela não teme falar sobre o que claramente não entende. Ao juntar a situação das eleições estadunidenses com o pleito municipal, ela conseguiu proferir uma série de afirmações desconexas e com baixo ou nenhum elemento analítico plausível. Mas ao fazer isso, a reitora se arriscou, de forma desnecessária, a irritar um prefeito que possui grande nível de aprovação e, pior, tem buscado fazer parcerias com a Uenf. Bastaria Rosana lembrar de duas áreas doadas por Wladimir ao projeto Pescarte para mostrar, pelo menos, um mínimo de cuidado.

Há que se lembrar que diferente de prefeitos anteriores, o prefeito Wladimir Garotinho nomeou um ex-reitor,o professor Almy Junior, para ocupar uma pasta estratégica para o município, no caso a de  Agricultura, Pecuária e Pesca.  Assim, qual foi exatamente o ganho esperado em abordar uma eleição em que ela como reitora da Uenf deveria se posicionar de forma, reafirmo, minimamente cuidadosa? É que se o cenário eleitoral se confirmar e Wladimir for reeleito como parece que será, o que pode se esperar para as parcerias em curso ou a que alguns docentes pretendem desenvolver a partir de 2025? Ainda que Wladimir seja uma pessoa com temperamento um tanto distinto dos pais, ele ainda é um Garotinho. 

Conheço a reitora Rosana Rodrigues desde que cheguei na Uenf em 1998. Nesses anos todos, ela foi uma perfeita ausente dos grandes debates que a Uenf travou, a começar pela luta em prol da autonomia universitária. O fato é que nesse tempo todo, ela manteve um perfil discreto e focado nas suas pesquisas científicas. Sem querer dar conselho a quem não pediu, eu diria que ela deveria voltar imediatamente à sua discrição costumeira, evitando assim falar sobre tópicos que ou ela não domina, ou sobre outros em que ela deveria se pronunciar somente com a devida orientação legal.  É que se ela mantiver a postura atual, ela poderá levar a Uenf por mares parecidos com aqueles que os antigos navegadores portugueses tinham que enfrentar no sul do continente africano. E aqui confesso um elemento egoísta: é que depois de passar mais de duas décadas tentando levar a nau uenfiana para frente, eu não gostaria de vê-la afundar, especialmente comigo ainda dentro dela.

Finalmente, há que se lembrar aqui uma das máximas dos tempos atuais: quem não sabe brincar, não deve descer para o play (ground).

MPRJ reúne-se com dirigentes da Uenf para tratar das investigações sobre supostas ingerência e manipulação no programa de bolsas em curso de Pós-Graduação

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Por ASCOM MPRJ 

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 1ª Promotoria de Tutela Coletiva do Núcleo Campos dos Goytacazes, com a presença da titular Olívia Venâncio Rebouças, participou, na quarta-feira (31/07), de reunião com a reitora da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Rosana Rodrigues, o vice-reitor, Fábio Lopes Olivares, e o advogado Humberto Nobre, assessor jurídico da instituição de ensino superior. O objetivo da reunião foi o de apurar a notícia de ingerência e a manipulação, pelo professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Cognição e Linguagem da Uenf quanto aos critérios para concessão e manutenção de bolsas..

Foi explicitado aos participantes que o Ministério Público, para efetivar uma investigação exitosa, precisa da colaboração da reitoria, até mesmo pelo dever administrativo de coibir atos ilegais praticados no âmbito da instituição. Os representantes da universidade demonstraram a intenção de colaborar com as investigações. Ao final da reunião, o MPRJ recomendou que a Reitoria proceda à análise, sob a sua autonomia universitária e diante dos documentos apresentados, acerca da pertinência de afastamento do investigado das funções de coordenação e chefia durante as investigações.

Foi recomendado ainda que a Uenf elabore documento contendo a listagem dos integrantes e Coordenadores da Comissão Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Cognição e Linguagem; o elenco compilado dos requisitos de concessão de bolsas; a declaração de cumprimento dos termos da Resolução COLAC nº 34/2024 e demais normas de regência impostas pelas agências de fomento; a declaração de ausência de parentesco, afinidade ou amizade íntima com membros da Comissão sob investigação, convocando todos os bolsistas do Programa a assinarem tal documento em até 30 dias corridos a partir do ato convocatório; que, igualmente, sejam os membros da Comissão sob investigação convocados a firmar documento atestando absoluta isenção quanto aos bolsistas contemplados sob suas gestões, em qualquer Programa de Pós-Graduação da Uenf, notadamente se participaram da etapa (classificatória e eliminatória) de entrevista, dado o seu inerente subjetivismo.

Também foi recomendado à Reitoria que, no exercício de sua autonomia, afaste os membros das Comissões Coordenadoras dos Programas de Pós-Graduação da Uenf que apresentem incompatibilidades com o desempenho de tais funções, a exemplo de parentesco ou afinidade com bolsistas; abuso de poder; conduta incompatível com a esperada de um servidor público; falta de urbanidade no trato profissional (ainda que em redes sociais) e desprovimento de lisura na administração de recursos públicos. A Reitoria da Uenf tem o prazo de dez dias para se manifestar quanto às recomendações feitas. As investigações tramitam sob o número ICP 030/24 – MPRJ 2024.00550138 e denúncias podem ser endereçadas ao email protptcocgo@mprj.mp.br.


Fonte: MPRJ

Por que o interesse em mestrado e doutorado está caindo no Brasil

Com desestímulo financeiro e social, sistema de pós-graduação no país enfrenta queda na procura, ociosidade de vagas e fuga de cérebros

Laboratório de Produtos e Tecnologia em Processos | Foto: ViktoFoto: Viktor Braga/Universidade Federal do Ceará/FLICKR/Creative Commons

Por Edson Colambori para o “Jornal Nexo”

O sistema de pós-graduação no Brasil enfrenta uma interrupção em seu ciclo virtuoso. Desde 2018, o que se percebe é um viés de desinteresse dos recém-graduados pelos cursos de mestrado, pós-graduação e pós-doutorado.

Recentemente, informações veiculadas na proposta de Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG), feita pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), demonstraram que cerca de 25% dos cursos de mestrado oferecidos em 20 áreas do conhecimento (de um total de 49) tiveram demanda menor do que a oferta. Em relação ao doutorado, ao menos 12 áreas sentiram uma diminuição da procura que pode superar 30%.

Desenvolvida pela Capes para o registro e acompanhamento dos programas de pós-graduação no país, a Plataforma Sucupira apontou uma ociosidade de 21% nas vagas de mestrado e 25% no doutorado em 2020. Nos anos seguintes, entre 2021 e 2022, registrou-se uma diminuição de mais 11% na quantidade de ingressantes.

Os dados do PNPG mostram que o desinteresse tem sido mais intenso pelas engenharias, que tiveram uma baixa de aproximadamente 28% no número de novos pós-graduandos. Se em 2015 foram 12.551 ingressantes, em 2022 o número caiu para 9.090. A queda de ingressantes foi de 23% nas ciências agrárias, 14% nas biológicas, 12% nas exatas e da terra. Os números indicam que o viés de queda vem desde 2018. Antes, portanto, da pandemia.

A constatação da diminuição do interesse no mestrado e pós-graduação provoca reflexões. Por que os jovens estão se afastando? Quero dar aqui uma contribuição para esse debate tão necessário e estreitamente ligado ao desenvolvimento do país.

Desestímulo financeiro e social

Começo por uma consideração relacionada ao tempo de formação de um doutor: mais de vinte anos da vida de um jovem. Acompanhe comigo: do ensino fundamental I e II (nove anos) ao ensino médio (três anos) são cerca 12 anos na educação básica. Mais quatro anos de curso superior, em média, e outros quatro a seis no mestrado e pós-graduação.

Ou seja, é preciso muita resiliência e o que tem acontecido é um grande desestímulo financeiro e social que dificulta aos mais jovens a busca por essa formação. Ao mesmo tempo, é uma realidade que fere a percepção da importância e da necessidade de doutores para o crescimento e o avanço científico, filosófico e tecnológico de um país.

Fato é que o investimento na educação, em especial na formação dos doutores, vem se deteriorando há décadas. O valor das bolsas de pós-graduação não é suficiente para que o doutorando se dedique em tempo integral à sua formação intelectual.

Para agravar esse cenário, a pandemia de COVID-19 acelerou o processo de desmotivação para cursar ensino superior que vinha se delineando. Nos anos 2020 a 2022, o governo do período fez um grande desserviço à sociedade brasileira no que diz respeito ao conceito e metodologia científica para o desenvolvimento tecnológico de um país.

Baixos valores das bolsas

A associação desses contratempos a várias outras dificuldades ajuda a entender a evasão dos estudantes em todos os níveis de ensino. Além do investimento de um tempo prolongado da vida do estudante, muitas outras dificuldades inerentes ao processo de formação do doutor atrapalham o percurso acadêmico.

Entre elas, destaco os baixos investimentos nos valores de bolsas e nos laboratórios de pesquisas dos cientistas envolvidos na formação dos doutores e também incertezas de empregos após o doutorado nas instituições de ensino e pesquisa brasileiras. Isso leva a uma fuga cada vez maior de cérebros.

Mas o que fazer para estimular os jovens a apostarem na educação no nível de doutoramento? Tudo começa por um investimento pesado na formação dos indivíduos desde a infância até o final do ensino superior completo. Este investimento passa pela necessidade de melhorar a formação e o salário dos professores do ensino fundamental, médio, e dos professores de ensino superior.

Hoje o início de carreira em uma universidade federal ou estadual está em valores muito defasados em relação às expectativas de um profissional após mais de vinte anos de formação.

Importante lembrar também que 75% dos estudantes universitários estão nas universidades privadas. Portanto, o Ministério da Educação precisa que exigir delas o nível de educação que é pedido aos professores nas universidades públicas. O percentual de doutores nos cursos das instituições privadas é extremamente baixo comparado às instituições públicas.

Não parece aceitável um corpo docente de nível superior que não tenha doutoramento. Essa é a exigência para as universidades públicas, mas o mesmo não vale para o setor privado. Desse modo, as escolas privadas precisam, evidentemente, investir em recursos humanos qualificados em Ensino e Pesquisa, inclusive para absorver os Doutores formados.

Esforço de repatriação

Ademais, as indústrias brasileiras não absorvem os doutores formados no Brasil. Se faz necessária e urgente a discussão de novas leis que favoreçam as indústrias a terem doutores em seus quadros, principalmente no desenvolvimento de novos produtos e novas tecnologias.

Recentemente, o CNPq abriu edital para repatriar doutores brasileiros que estejam fora do Brasil. Trata-se de um investimento com bolsas e enxoval para laboratórios.

No entanto, se não houver políticas para absorver estes doutores como professores ou pesquisadores nas instituições brasileiras, fica difícil acreditar em um sistema vigoroso de realmente investimento que de segurança aos doutores já formados e estabelecidos no exterior.

Penso que essas são algumas medidas que poderão tanto melhorar os cursos como o interesse por eles e a empregabilidade de quem se gradua. Essa problemática precisa ser amplamente discutida.

Além desse investimento pesado e contínuo na formação dos recursos humanos, interligando os pontos de início e término na educação das pessoas, também é crucial demonstrar à sociedade que universidades mais qualificadas, desenvolvidas e produtivas são imprescindíveis para melhoria geral do bem-estar de uma população e para o desenvolvimento de um país.

Eduardo Colombari é professor Titular de Odontologia, campus de Araraquara, Universidade Estadual Paulista (Unesp)


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Fonte: Jornal Nexo

Em seu blog, ADUENF lança logotipo de campanha em defesa da UENF

ADUENF cria logotipo da campanha em defesa da UENF

 A ADUENF está nas ruas de Campos dos Goytacazes e de outras cidades como Macaé e Rio das Ostras colhendo assinaturas em um abaixo-assinado que será enviado ao governador do Rio de Janeiro para cobrar soluções para a crise financeira e o atraso no pagamento de salários e bolsas acadêmicas que ameaçam o funcionamento da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf).

Agora para fortalecer essa campanha de defesa da Uenf, a ADUENF criou o logotipo mostrado abaixo para simbolizar o compromisso da sua comunidade universitária e da população das regiões onde a universidade vem atuando no interior do estado do Rio de Janeiro.

logo defesa da uenf
Vamos todos defender a Uenf!
FONTE: http://aduenf.blogspot.com.br/2016/04/aduenf-cria-logotipo-da-campanha-em.html?spref=fb

A crise chinesa e os atrasadinhos do governo Dilma Rousseff

china

A reação do governo Dilma Rousseff à hecatombe das bolsas mundiais (e em especial as da China) é uma demonstração típica de que estamos muito mal governados. É que segundo matéria assinada pelo jornalista Valdo Cruz da Folha de São Paulo, o Palácio do Planalto recebeu com apreensão o “crash” das bolsas chinesas já que isto poderá (fiz questão de grifar o poderá) causar uma recessão no Brasil em 2016 (Aqui!).

Alguém por favor avise ao Palácio do Planalto que a recessão já está aqui, e que, em 2016, a possibilidade é de que ela se aprofunde ainda mais, já que tudo indica que o apetite chinês para consumir as commodities brasileiras vai diminuir ainda mais, como aliás já sinalizam “as cotações das principais commodities agrícolas negociadas nas bolsas de Chicago (milho, trigo e soja) e Nova York (açúcar, cacau, café, suco de laranja e algodão)”, segundo matéria do jornal Valor Econômico (Aqui!).

 

Segunda feira do massacre: 414 bilhões de reais evaporaram só em Londres

bolsas

O dia é trágico para quem aposta na ciranda das bolsas de valores em todo o mundo, mas a Europa parece estar experimentando boa parte do massacre. É que o jornal inglês “The Guardian” acaba de informar que só a Bolsa de Londres viu evaporar a fabulosa quantia de 414 bilhões de reais como resultado direto da contaminação causada pelo desaquecimento da economia chinesa. 

Este é o pior dia das bolsas de valores em escala mundial desde a crise das hipotecas que balançou a economia dos EUA em 2008.

O problema aqui é que a causa inicial deste derretimento global é algo muito bem atrelado à economia real, qual seja, a diminuição do apetite chinês por commodities minerais e agrícolas. E esse impacto na economia real, especialmente de países como o Brasil, é que ainda deveria emergir nos próximos. É como diz aquela lei de Murphy… não há nada que esteja tão ruim que não possa piorar. A ver!

Exame: Bovespa reduz queda a 3,4%, mas segue em níveis de 2009

thinkstock
Bolsas

Bolsas: todas as ações da carteira teórica seguiam no vermelho

Paula Arend Laier, da REUTERS

São Paulo – O principal índice da Bovespa seguia nos níveis de meados de 2009 nesta segunda-feira, mas recuperava-se das mínimas da sessão, quando chegou a cair mais de 6 por cento, contaminado pelo pânico que tomou conta dos mercados globais por preocupações com a economia chinesa.

Às 12:38, horário de Brasília, o Ibovespa caía 3,32 por cento, a 44.201 pontos, tocando a mínima durante os negócios desde abril de 2009. No pior momento até esse horário, a queda foi de 6,5 por cento, a 42.749 pontos.

Todas as ações da carteira teórica seguiam no vermelho. O volume financeiro na bolsa somava 3,3 bilhões de reais.

Na China, o índice SSE, da bolsa de Xangai, perdeu 8,46 por cento, conforme medidas do governo da segunda maior economia do mundo para conter o declínio no mercado acionário e a desaceleração econômica não surtiam efeito.

Na Europa, o índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações do continente, fechou em queda de 5,39 por cento, segundo dados preliminares. Em Wall Street, o S&P 500 caía quase 3 por cento e o Nasdaq cedia 5,4 por cento, distanciando-se das mínimas.

“Todos os dados de atividade da economia chinesa apontam para uma desaceleração maior do que vem indicando o PIB (Produto Interno Bruto) oficial. E essa é a grande questão de fundo por trás dessa deterioração do mercado acionário”, disse o analista Marco Aurelio Barbosa, da CM Capital Markets.

A decisão chinesa de permitir que fundos de pensão administrados por governos locais invistam no mercado acionário pela primeira vez não trouxe alívio ao mercado. Conforme nota do Credit Suisse, havia expectativa de corte da taxa de depósito compulsório dos bancos chineses para estimular a economia, o que não aconteceu.[nL1N10Z0C4] Entre as commodities, o minério de ferro caiu 4 por cento na China e o petróleo perdia cerca de 4 por cento.

Em nota a clientes, Barbosa, da CM Capital Markets, escreveu que as medidas do governo chinês visam estancar o pânico entre investidores pessoas físicas e evitar o contágio da economia real pela perda de lastro para o consumo devido à redução da poupança.

“O que vem ocorrendo é que as medidas de ‘socorro’ à bolsa (chinesa) vêm afastando os poupadores e atraindo mais especulação. Há uma sensação de que o governo chinês está perdendo o controle da situação”, afirmou. O Credit Suisse destacou que o movimento recente do banco central da China de desvalorizar o iuan levou a um choque negativo no apetite de risco e, em caso de piora, poderia afetar negativamente também o crescimento global.

Na cena local, era visto como novo elemento de incerteza a decisão do vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, de pedir investigação das contas de campanha da presidente Dilma Rousseff, assim como o risco de saída do vice-presidente Michel Temer da articulação politica.

“Passado o ‘modo pânico’, a bolsa tende a reagir um pouco conforme os investidores começam a fazer contas”, disse o chefe da mesa de renda variável da corretora de um banco estrangeiro em São Paulo.

Destaques

VALE tinha queda entre 6 e 7 por cento para as ordinárias e as preferenciais de classe A, em meio aos temores sobre a China, uma vez que uma desaceleração mais forte naquele país tende a trazer impactos relevantes sobre o preço das commodities.

Os preços do minério de ferro na China recuaram nesta segunda-feira, com os contratos futuros atingindo limite diário de queda.

USIMINAS e CSN caíam 8,14 e 8,20 por cento, respectivamente, entre as maiores quedas do Ibovespa, também afetadas pelas apreensões ligadas à economia chinesa, com relatórios do Itaú BBA e do Credit Suisse negativos sobre o setor.

No caso do Itaú BBA, o analista abre sua análise afirmando que boas notícias para as siderúrgicas e mineradoras brasileiras são improváveis por ora. GERDAU, mesmo citada ainda como a preferida dos analistas, recuava quase 10 por cento.

PETROBRAS perdia perto de 6 por cento, tanto as preferenciais como as ordinárias, em meio ao declínio acentuado dos preços do petróleo no exterior.

ITAÚ UNIBANCO diminuía o declínio para 2,77 por cento e BRADESCO recuava 3,01 por cento.

TIM PARTICIPAÇÕES caía 4,86 por cento, também afetada pela notícia de que a TELEFÔNICA BRASIL não está mais disposta a fatiar a companhia controlada pela Telecom Italia e mira a Sky, do grupo AT&T, segundo reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico nesta segunda-feira.

O Credit Suisse avaliou também que a notícia seja negativa para OI, que caía 8,33 por cento, pois uma potencial compra da empresa nao é mencionada, conforme nota a clientes. Para ver as maiores baixas do Ibovespa, clique em Para ver as maiores altas do Ibovespa, clique em (Edição de Cesar Bianconi)

FONTE: http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/bovespa-reduz-queda-a-3-4-mas-segue-em-niveis-de-2009

Exame: Wall Street abre em queda livre após queda de ações chinesas

©AFP/Archives / Timothy A. Clary
Placa indicando Wall Street

Wall Street: às 10h57 (horário de Brasília), o indicador Dow Jones caía 3,9 por cento, a 15.819 pontos

Da REUTERS

Wall Street entrou no território de correção nesta segunda-feira, com a Dow ficando abaixo dos 16.000 pontos pela primeira vez desde fevereiro de 2014, na sequência da queda de mais de 8 por cento das ações chinesas e a venda generalizada no petróleo e outras commodities.

Às 10h57 (horário de Brasília), o indicador Dow Jones caía 3,9 por cento, a 15.819 pontos, depois de chegar a cair 6,6 por cento. Já o S&P 500 tombava 4,2 por cento, a 1.889 pontos, após recuar 5,3 por cento. O índice de tecnologia Nasdaq .IXIC operava em baixa de 4,5 por cento, a 4.494 pontos, depois de chegar a desabar 8,8 por cento.

Mais informações em instantes

FONTE: http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/wall-street-abre-em-queda-livre-apos-queda-de-acoes-chinesas

Ciência fluminense sente efeitos da crise financeira: FAPERJ posterga data do pagamento de suas bolsas

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Em que pesem as declarações otimistas do (des) governador de plantão Luis Fernando, o Pezão, a maioria do povo fluminense sabe que a situação financeira do estado do Rio de Janeiro é periclitante. Agora, o que não se sabe é quais são os efeitos objetivos que essa crise tem e de como os custos e benefícios são distribuídos num momento de “pouca farinha”. 

Mas entre os perdedores já se pode incluir a comunidade científica que depende do aporte continuado de recursos via a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). É que como mostra a mensagem eletrônica que está sendo enviada a todos os bolsistas da fundação, a data do pagamento das diferentes modalidades concedidas pela FAPERJ acaba de ser postergada para o dia 20 do mês seguinte ao mês de referência. 

Em alguns casos, como as bolsas de “Cientista do Nosso Estado” e de “Jovem Cientista do Nosso Estado”, a demora é só um incomodo, pois os seus detentores fazem parte dos estratos superiores das comunidade científica fluminense. Entretanto, quando as bolsas são daquelas modalidades destinadas aos segmentos mais jovens e em início de formação, a coisa fica dramática. É que para muitos desses jovens cientistas, a bolsa da FAPERJ é a única forma de sustento financeiro. Em outras palavras, com essa postergação se abre um claro risco de que muitos pesquisadores em início de sua formação acadêmica tenham que abandonar os seus trabalhos ou, em casos extremos, as próprias universidades.

O arrocho financeiro na FAPERJ, entretanto, tem um outra faceta.  Uma delas foi o generoso contrato de 760 milhões “de apoio financeiro” à AMBEV. Para a AMBEV, Pezão tirou R$ 760 milhões do Fundo de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio para dar “apoio financeiro”, por meio de um financiamento que deverá ser pago em 30 anos! No caso da AMBEV, dinheiro não falta,  para alegria total de Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil, o 26º do mundo, segundo a revista Forbes. 

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Finalmente, o temor que muitos servidores têm neste momento é que a postergação do pagamento das bolsas na Faperj seja apenas um teste para se fazer o mesmo com os salários. Se isso acontecer, teremos muita gente com uma severa crise de nervos, pois a maioria vive hoje contando os dias para receber e honrar suas dívidas no cheque especial.

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Data: Thu, 11 Jun 2015 
      De: FAPERJ <ndct@faperj.br>
Reponder para: FAPERJ <ndct@faperj.br>

 Assunto: FAPERJ – Mensagem aos bolsistas.
Prezado bolsista XXXX

O Governo do Estado do Rio de Janeiro, assim como o Governo Federal e os demais estados da federação, vem realizando adequações orçamentárias ao longo do ano, o que tem alterado a liberação de repasses pela Secretaria Estadual de Fazenda. Em função disto, o pagamento de bolsas a partir deste mês passará a ser feito no dia 20.

A FAPERJ reafirma o seu compromisso com o pagamento de todas as verbas de custeio e auxílios.