Wladimir versus Rafael: não tem nem como comparar

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Quem lê o que escrevo sobre a gestão do prefeito Wladimir Garotinho (Ex-PSD, atualmente sem partido) já deve ter notado que sou um crítico de parte significativa de suas práticas e projetos, pois as considero aquém do que a cidade de Campos dos Goytacazes precisa e, mais ainda, merece.  Um dos problemas que vejo em particular é o uso exagerado das redes sociais pelo jovem prefeito campista, pois existem momentos em que um grau de recolhimento lhe cairia melhor do que a super exposição que as mesmas proporcionam.

Por outro lado, a ação desastrada de realizar uma eleição para a mesa diretora da Câmara de Vereadores vem proporcionando uma alavancagem a seus opositores (alguns deles com menos qualidades do que as já demonstradas por Wladimir).  Não sei quem teve a infeliz ideia de realizar essa eleição intempestiva, mas o tiro claramente saiu pela culatra, e rende uma dor-de-cabeça claramente desnecessária ao prefeito de Campos já que ele precisa perder tempo precioso com ações que não são aquelas pedidas pela maioria da população.

Mas se olharmos a dita oposição na Câmara de Vereadores, a maioria dos vereadores e partidos que oposição ao governo municipal passaram quatro anos sentados confortavelmente na condição de bancada governista do governo de Rafael Diniz, certamente o pior (e olha que tivemos governos bem ruins desde que cheguei na cidade em 1997) de que tenho memória.  O cinismo é tão grande que até figuras de proa do governo de Rafael Diniz tem colocado a cabeça de fora dos buracos de onde se esconderam para criticar as ações de um governo que faz a maioria da população ter uma amnésia gostosa em relação ao desastre que o governo de Rafael Diniz representou para a cidade.

Eu também chamaria a atenção para aqueles opositores dentro da chamada “sociedade civil organizada” que, como os vereadores, passaram os anos de Rafael Diniz firmemente presos nas tetas dos cofres municipais, sem que houvesse qualquer retorno palpável para qualquer setor que fosse (a não ser aquele em que eles estão inseridos). Agora que as torneiras aparentemente foram parcialmente fechadas, vê-se o retorno da crítica aos feitos do prefeito dos mesmos que em um passado recente ficaram calados.

Em outras palavras, em minha opinião Wladimir Garotinho realmente comete erros facilmente evitáveis e também exagera na autopromoção que resvala em uma arrogância contraproducente, mas está longe de representar o desastre e o estelionato eleitoral que Rafael Diniz foi. Aliás, se olharmos a distância entre promessas e ações de forma minimamente justa, chegaremos à conclusão de que a distância entre os dois prefeitos é estelar, já que Rafael Diniz foi o próprio estelionato eleitoral, tendo punido os mais pobres com medidas draconianas, a começar pelo fechamento do Restaurante Popular, que contradisseram totalmente a sua propaganda eleitoral.

Alguém poderá se perguntar o porquê de eu estar escrevendo uma postagem que aparentemente defende Wladimir Garotinho. Esclareço que não tenho porque defender o atual prefeito já que não estou nem próximo de pertencer ao grupo político dele, nem me alinho com sua linha ideológica de governar. A questão aqui é só lembrar que o governo anterior era infinitamente pior e que alguns dos detratores do atual governo eram parte orgânica dele. É preciso lembrar isso, pois “Um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado.”

Finalmente, e falando em Rafael Diniz, por onde anda mesmo o jovem ex-prefeito (agora não tão jovem) depois que a população o retirou da cadeira na qual nunca deveria ter estar? Provavelmente pensando que nas próximas eleições municipais seus malfeitos já terão sido esquecidos, permitindo então a ele poder voltar a tentar a sorte em algum cargo eletivo. Quem viver, verá.

Audiência Pública na Câmara de Vereadores para prestação de contas da Água do Paraíba: um breve relato de participação

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No encerramento da minha fala mostrei uma garrafa do agrotóxico 2,4-D (também conhecido como agente laranja) que é vendido legalmente no Brasil, apesar de todas as alegações existentes acerca de seus efeitos sobre a saúde humana, e é um dos herbicidas que precisam ser monitorados continuamente pelas concessionárias de água

Nesta 5a. feira (31/03) estive a convite para participar da audiência pública para prestação de contas da concessionária Águas do Paraíba realizada pela Câmara de Vereadores de Campos dos Goytacazes. Uma primeira observação é que a audiência, lamentavelmente, teve baixa participação da população, que, afinal, é a principal interessada em que tenhamos uma melhoria na qualidade dos serviços e uma política de preços que reflita melhor a realidade sócio-econômica existente no município.

Uma segunda observação é que os representantes da concessionária tiveram um largo espaço para apresentar as virtudes da empresa (o que é natural), mas sem que houvesse uma necessária transparência sobre as evidentes fragilidades existentes nos serviços prestados pela Águas do Paraíba. Um exemplo disso foi dado por um companheiro de audiência que, enquanto ouvia a apresentação auto congratulatória da empresa, recebeu uma ligação de uma cidadã de Mata da Cruz que informava indignada que a única coisa fornecida pela concessionária naquela localidade campista era a conta da água, pois água mesmo nunca tinha aparecido por lá.

A minha participação que ocorreu a partir de convite formal do presidente da Câmara de Vereadores, vereador Fábio Ribeiro, se concentrou em apresentar o problema representado pela presença de resíduos de agrotóxicos na água de torneira, inclusive a fornecida em nossa cidade, e apresentar o chamado “Mapa da Água” e seus dados sobre a cidade de Campos dos Goytacazes.

A minha intervenção recebeu alguma atenção dos vereadores presentes, especialmente os vereadores Abdu Neme e Rogério Matoso que se mostraram interessados em conhecer melhor os trabalhos feitos na Universidade do Norte Fluminense (Uenf) sobre a qualidade da água em nosso município. A eles recomendei que fizesse contato com o reitor Raúl Palácio para que seja viabilizada uma visita dos vereadores ao campus Leonel Brizola, o que eles ficaram de agendar.

Por outro lado, também recebi menções dos representantes da Águas do Paraíba que, por um lado, reconheceram que a presença de resíduos de agrotóxicos na água é um problema sério e, por outro, informaram o início de tratativas com pesquisadores da Uenf para que haja um monitoramento mais refinado sobre a presença de resíduos de agrotóxicos em água utilizada para consumo humano.  De minha parte, considero esse posicionamento positivo, mas que ainda precisará ser concretizado para que possamos avaliar os seus desdobramentos práticos.

Finalmente, uma proposta que apresentei na audiência foi a criação de uma “Observatório social da água” em Campos dos Goytacazes, pois a questão da contaminação do micro-poluentes emergentes precisa ser tratada de forma integrada pelas instãncia de governo, pela concessionária e pela população. 

Nossa água não mata sede…mata quem a bebe!!!!!!

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Por Douglas da Mata

O cinema, na minha opinião, tem o poder de elevar certas narrativas biográficas a um patamar de reflexão (algumas vezes em caráter coletivo) que nenhuma outra forma de manifestação artística alcança…

Vejam, esta é só minha opinião…

Tem gente que acha que este poder é da música, das artes visuais (pintura, escultura, fotografia, etc.), teatro, dança…

Eu prefiro o cinema…

Neste diapasão, dois filmes me marcaram violentamente, dentre tantos outros…

Erin Brockovich…e Dark Waters, o primeiro protagonizado por Julia Roberts, e o segundo, Mark Ruffalo…

Tratam do mesmo tema: a sistemática e criminosa ação de grandes grupos empresariais na contaminação do abastecimento de água de enormes contingentes populacionais com substâncias capazes de causar danos mortais, e em outros casos, irreparáveis aos sobreviventes…

A PG & E (sigla para Pacific Gas and Eletric Company) e a Du Pont foram as empresas desmascaradas pela ação implacável dos heróis retratados nos filmes, que como cabe a um bom enredo hollywoodiano sofrem antes com a descrença de todos, abalos familiares pela persistência que chega às raias da obsessão, e claro e principalmente, com os efeitos de desafiarem o enorme poder econômico destas megacorporações, suas ramificações na mídia e em governos!

No caso da PG&E, a substância era o cromo hexavalente, um tipo de insumo usado para evitar a corrosão das peças da usina geradora de energia pelo contato constante com a água de resfriamento e outros processos…

O cromo hexavalente era jogado no lençol freático quando a água residual dos processos era acumulada sem qualquer proteção em enormes tanques, que por óbvio, infiltravam no subsolo…

Já no caso da Du Pont, a substância empregada era o Ácido Perfluoroocatnóico, ou C8, como era conhecido na indústria…

O filme com Mark Ruffalo, apesar das óbvias diferenças entre os personagens, segue o mesmo caminho…

Merecem ser vistos, por isso nada mais contarei sobre ele…

O fato é que estamos vivendo situação parecida há décadas em nossa cidade e em nossa região…

Em um país com históricos números de péssimo atendimento em saneamento básico (água potável e recolhimento e tratamento de resíduos) a questão da água sempre foi pautada por muita desinformação, manipulação e crime!

Durante anos e anos, setores empresariais e agro empresariais captaram volumes enormes de água como insumo para suas atividades, sem qualquer pagamento, e depois, com pagamentos muito aquém do real custo do uso do recurso…

Ao mesmo tempo, as cidades dividiram o uso e consumo da água com a mesma lógica hierárquica de sempre: pobres com pouca água, e de baixa qualidade, e ricos com muita oferta e boa qualidade de água…apesar dos pobres pagarem proporcionalmente muito mais pelo produto…

Agora, nos parece que o problema afeta a todos, já que todos bebem água…envenenada…

Na cidade de Campos dos Goytacazes, e em tantas outras pelo país, as empresas de água seguem produzindo água com níveis preocupantes de substâncias tóxicas, que é oferecida todos os dias, como uma morte lenta e anunciada os cidadãos…

Faço referência ao texto do companheiro e Professor Marcos Pedlowski (aqui)

O mapa da água nos revela que não estamos em situação muito diferente dos vizinhos das plantas da PG&E ou da Du Pont…

Esta questão deveria trazer à tona um tipo de indignação coletiva desenfreada e extrema…

Imagine se alguém te disser que adiciona um pouco de veneno à sua comida todos os dias…

É o que empresas, agronegócio e empresas de captação e venda de água estão fazendo…

Como nos relatórios da PG&E, ou da Du Pont, os dados  do Mapa da Água estão aí para quem quiser ver…

Certamente alguém, contaminado pelos interesses econômicos (desculpem o trocadilho), lhes dirá que não tem jeito, como fazer para resolver um problema sem onerar este sistema?

Ora, ora, ora, senhores…

Se de fato houvesse presidentes, governadores, prefeitos, parlamentares, procuradores municipais, promotores, órgão de fiscalização, entidades de classe, enfim, se houvesse sociedade civil e entes públicos e estatais dispostos a enfrentar a questão, a solução é óbvia:

– Responsabilizar civil e criminalmente toda a cadeia produtiva e econômica vinculada ao uso de água e despejo de rejeitos tóxicos no ambiente, como agro negócio, empresas de fertilizantes e agrotóxicos, empresas de saneamento, gerando valores indenizatórios e tributações específicas para arcar com os elevadíssimos custos do tratamento de pessoas envenenadas e para prevenção e correção dos níveis de contaminações futuras!!!!!

Não enxergo ninguém, seja na direita ou na esquerda, seja o Prefeito Wladimir Garotinho, sejam seus desafetos na Câmara de Vereadores, ou sua base de apoio que sejam capazes de enfrentar este problema com, digamos, o básico: coragem…

Não, não vejo…

Até porque, Vossas Excelências, ao contrário de boa parte de nós, mortais (e com nossa água, cada vez mais mortais), podem pagar água mineral…

Eu acho que ficaremos à espera de algum filme, algum herói improvável…algum tipo de ilusão dramática e trágica, como Chagas Freitas se banhando no Paraíba do Sul…


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Este texto foi publicado inicialmente pelo blog “Peido News” [Aqui!].

Reprovação de contas agora poderá virar atestado de bons antecedentes

Não votei na ex-prefeita Rosinha Garotinho nos dois pleitos em que concorreu à Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes e considero que o transcorrer do seu segundo mandato mereceria uma nota próxima do sofrível. Aliás,  penso que até mesmo os mais militantes mais ardorosos do seu grupo político reconhece na intimidade que a coisa desandou após o encurtamento dos recursos oriundos dos royalties do petróleo.

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Agora, a votação relâmpago feita pela Câmara de Vereadores das contas de sua gestão acabará contando como a emissão de um atestado de bons antecedentes para Rosinha Garotinho e, muito provavelmente, já resultará numa recuperação ainda maior da capacidade eleitoral dos candidatos que receberão a chancela do seu grupo político nas próximas eleições.

É que olhando para quem votou pela reprovação das contas, incluindo o ex-líder governista na gestão de Rosinha Garotinho, vamos encontrar diversos exemplos de que temos uma materialização do ditado “o roto falando do esfarrapado”.  Aliás, a mediocridade da atual legislativa e sua incapacidade de oferecer qualquer ação prática para auxiliar na produção de respostas para a crise agônica em que se encontra o município são outros fatores que somam para tornar essa reprovação de contas num atestado de bons antecedentes.

Não posso deixar de notar que essa reprovação “the flash” das contas de Rosinha Garotinho aconteceu pouco tempo depois dela anunciar que estaria pensando a se candidatar para retomar o assento de prefeita de Campos dos Goytacazes. Como avalio que essa manifestação foi apenas para consumo momentâneo de sua militância, essa pressa toda em impedir que ela cumpra a promessa pode ainda trazer importantes bônus para ela e seu grupo político. É que diante da situação criada pela pífia gestão do jovem prefeito Rafael Diniz,  há uma chance cada vez maior de que até um poste indicado por Rosinha ou Anthony Garotinho vá ganhar sem precisar nem acender a lâmpada. A ver!

Rafael Diniz não tem ninguém a temer mais do que a si mesmo e seu estelionato eleitoral


Vejo que existe na mídia corporativa local um esforço para blindar o jovem prefeito Rafael Diniz de uma campanha de desgaste político que estaria sendo comandada pelo ex-governador Anthony Garotinho, que estaria ainda inconformado com a derrota acachapante que seu grupo político sofreu nas eleições para prefeito em 2016.
Minha reação a isso é simples. Se o jovem prefeito não tivesse praticado um dos maiores estelionatos eleitorais da política brasileira na história recente do nosso país, é provável que estivesse completando a tarefa de acabar com a influência política de Anthony Garotinho na política local.
Entretanto, como sua gestão à prefeitura de Campos dos Goytacazes tem estado numa posição de 180 graus de diferença em relação ao que prometeu em sua esfuziante campanha eleitoral, Rafael Diniz não só não acabou com a influência de Anthony Garotinho, como causou uma recuperação tipo “the Flash” de sua legitimidade política em amplos setores da população, habilitando-o a continuar não apenas como ator proeminente, mas como também como um poderoso cabo eleitoral.
E é melhor o jovem prefeito Rafael Diniz rever mais coisas do que simplesmente os valores escorchantes que queria praticar no IPTU. Do contrário, não vai precisar que Anthony Garotinho mexa um dedo para a população se rebelar para demandar o seu processo de impeachment pela Câmara de Vereadores de Campos dos Goytacazes.
E conhecendo o comportamento recente de muitos ilustres vereadores que lá estão, é bom que Rafael Diniz não deposite seu futuro político nas mãos deles. É que será mais fácil ver sua base jogando mais gasolina na fogueira do que ligando para o Corpo de Bombeiros. Simples assim!

A confusão na Câmara de Vereadores de Campos dos Goytacazes e a questão da boa etiqueta para o uso das redes sociais

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Nem vou me deter nos últimos projetos enviados pelo jovem prefeito Rafael Diniz e aprovados de maneira atropelada pela costumeiramente obediente bancada governista (independente do governante de plantão, é bom que se frise). Isso merecerá uma análise mais completa em outro dia. 

O que me leva a escrever esta postagem é um fato que poderia passar despercebido em outros momentos não tivesse o presidente da Câmara de Vereadores, o trânsfuga do PT, o nobre vereador Marcão Gomes (REDE) ter exonerado um assessor parlamentar com base numa confusão que teria sido iniciada pelo mau uso da rede social Facebook.

Tomando como base um entrevero  ocorrido com outro trânsfuga, só que esse do grupo político do ex-governador Anthony Garotinho, o igualmente nobre vereador Marcelo Perfil  (PHS), o presidente da Câmara de Vereadores exonerou sabe-se lá com quais poderes um assessor da também nobre vereadora Lindamara da Silva (PTC) que teria postado fotos  de um assessor  do parlamentar humanista mostrando cenas do mesmo numa praia com a família. Desnecessário dizer que entre estas fotos havia membros da família vestindo roupas de banho. Tendo isto sido feito, houve um entrevero no plenário da Câmara de Vereadores que acabou em  grossa confusão que envolveu desde ameaças de surras físicas até de usos de armas de fogo por parte de outro nobre vereador da bancada governista, no caso o Sr. Fred Machado ( ver vídeo abaixo).

Esqueçamos por um segundo deste entrevero lamentável com ares de novelão mexicano, para nos deter no detalhe das fotografias que teriam sido a causa inicial da confusão.  É que as mesmas teriam sido depositadas pelo assessor do já citado nobre vereador Marcelo Perfil em sua página pessoal na rede social Facebook, e de lá teriam sido postadas em meio a um embate com o agora ex-assessor da nobre vereadora Lindamara da Silva.

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Fonte: http://somosassim.com.br/portal/97298-2/

Pois bem,  se esta é realmente o que  causou a confusão no plenário da Cãmara de Vereadores, de quem então é a responsabilidade pelo uso de fotografias de uma reunião familiar nas disputadas políticas nada familiares que estão ali ocorrendo? Ora, de quem as postou e, pior, as tornou públicas para quem quizesse vê-las e usá-las ao bel prazer.

Para evitar esse tipo de uso que depois se considera impróprio é que os usuários de qualquer rede social precisa se precaver.  É que já está mais do que sabido dos múltiplos maus usos que pode ser feito daquilo que as pessoas, muitas vezes ingenuamente, depositam nas múltiplas redes sociais de que participam.

Deste modo, os princípios da precaução e da prevenção são essenciais para que se use quaisquer sociais, especialmente em um contexto histórico tão problemático como o que estamos atravessando. Além disso, diferentes estudos já demonstraram que a internet se tornou um espaço privilegiado para a ação de criminosos sexuais.  Nesse sentido, a super exposição a que muitos se permitem é não apenas desnecessária mas também perigosa.

E a Câmara de Vereadores de Campos dos Goytacazes? Bom, essa já é um caso para uma postagem que vai muito além das etiquetas que cercam o bom uso das redes sociais.

Em Campos temos outra crise seletiva: Câmara que corta programas sociais tem dinheiro para propaganda auto-congratulatória

Em Campos dos Goytacazes, outra crise seletiva! Câmara de Vereadores que corta programas sociais é a mesma que gasta com propaganda auto-congratulatória! Para este tipo de coisa não há crise. Enquanto isso, o restaurante popular continua fechado e o cheque cidadão suspenso. 

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E ainda sobra espaço no outdoor ao lado para o prefeito Rafael Diniz também fazer a sua própria propaganda.

E depois ainda reclamam das críticas e suposta perseguição de Anthony Garotinho.

Que beleza!

Câmara de Vereadores de Campos dos Goytacazes na máxima do “dinheiro pouco, meu cafezinho primeiro”

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O presidente da Câmara de Vereadores de Campos dos Goytacazes, vereador Marcão, aplaudindo o prefeito Rafael Diniz no seu discurso de posse no dia 01 de Janeiro de 2017. 

Confesso que não interesso muito pela política municipal em Campos dos Goytacazes, especialmente quando a coisa se refere à Câmara de Vereadores. É que ao longo dos últimos 19 anos nunca consegui ver nada muito imaginativo saindo dali em termos da necessária democratização da administração pública.

Mas não tenho como não deixar de notar o forte descompasso que está marcando a legislatura comandada pelo vereador “Marcão” que, por um lado, vem aprovando a toque de caixa uma série de regressões  nas politicas sociais voltadas para os mais pobres e, por outro, mantém os cofres abertos para os gastos da própria Câmara de Vereadores. 

Um exemplo disso é o extrato do Diário Oficial do Município que segue abaixo e que vem causando uma forte repercussão negativa nas redes sociais, pois mostra a contratação de uma empresa para servir cafézinho e canapés aos nobres vereadores a um preço bem salgado (i.e., R$ 78.510,00) por um período de 4 meses, o que resulta num vultoso gasto mensal de R$ 19.627,50!

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Mas além do preço salgado do contrato, outro detalhe que me chamou a atenção foi  que o amplo portifólio de serviços prestados pela empresa vencedora do contrato, Freire & Rosário Comércio e Serviços Ltda (Aqui!) não parece combinar com as edificações existentes no que seria o seu endereço oficial, pois a única atividade comercial visível é de depósito de bebidas (ver imagens abaixo).

É importante notar que não há necessariamente nada de ilegal em uma empresa declarar um endereço como o de sua sede e possuir local de armazenagem em outro.  E esse pode bem ser o caso da Freire & Rosário Comércio e Serviços Ltda.

O que realmente importa aqui é notar que a austeridade aplicada pela base do governo Rafael Diniz para justificar os cortes realizados nas políticas sociais voltadas para os mais pobres não foi seguida quando se tratou dos  gastos com a conta do cafezinho. É que a oportunidade para ser austera foi perdida pela Câmara de Vereadores já em abril quando foi a Freire & Rosário Comércio e Serviços Ltda ME foi contratada.

Aliás, há algo mais contraditório em avalizar o fechamento de um restaurante popular com os canapés já garantidos pelo mesmo dinheiro público que se diz estar escasso para financiar as  políticas de mitigação da pobreza extrema que existe em Campos?

Erosão na Praia do Açu: em vez de ação, Prumo responde vereador com evasivas

Trecho do RIMA - Explicação da Erosão

As últimas semanas foram mais calmas na Praia do Açu, já que o avanço da língua erosiva deu uma acalmada. Isto deveria estar sendo usado pelo poder público e pelos gestores do Porto do Açu para agilizar todas o cumprimento das exigências legais para que fossem iniciadas ações para mitigar a destruição daquela praia que está dentro da chamada Área de Influência Direta do empreendimento. Lamentavelmente não parece ser esse o “espírito” que reina ao menos na direção da Prumo Logística.

Implicância minha com a empresa que herdou o Porto do Açu? Não, nada disso. É que ao receber via redes sociais um ofício que a Prumo Logística enviou à Câmara de Vereadores de São João da Barra no dia 09/10/2015 após um pedido de informações do vereador Franquis Arêas (PR), não me resta outra conclusão senão a de que não há efetivamente compromisso com a resolução de um problema que estava previsto nos Estudos de Impactos Ambientais (EIAs) e nos Relatórios  de Impactos Ambientais (RIMAs) que foram utilizados para se obter as licenças ambientais para a construção da Unidade de Construção Naval (UCN) da OS(X) e do Canal de Navegação (CN) do Porto do Açu.

Vejamos então o ofício da Prumo Logística à Câmara de Vereadores de São João da Barra com destaques visuais que coloco para ressaltar as contradições objetivas que o mesmo contêm:

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Já na primeira página identifiquei um exagero criativo e uma contradição em termos. O exagero criativo fica por conta do fato de que o estudo a que a Prumo Logística se refere foi o documento essencialmente qualitativo que foi preaprado a pedido da empresa pelo professor da UFRJ/COPPETEC, Paulo César Rosman, onde ele exonerou o Porto do Açu de ser elemento causal na erosão em curso na porção central da Praia do Açu.  Ora, naquela audiência realizada no dia 01 de Outubro de 2014, o próprio professor Rosman reconheceu que não havia 1) visitado a Praia do Açu, e 2) não tinha tido acesso aos resultados do monitoramento costeiro que a Prumo diz estar realizando na área de influência do Porto do Açu.  Em outras palavras,  o que foi apresentado na Câmara de Vereadores dificilmente passaria num teste de rigor científico para atender o critério de “estudo científico”.

Já a contradição fica a cargo da declaração contida no mesmo terceiro parágrafo onde a Prumo Logística afirma que apesar do empreendimento não ser o fator causal no processo erosivo, a empresa vai participar dos esforços para entender as “causas  reais” e “apresentar soluções emergenciais e definitivas” para o problema. Ora, se as estruturas do Porto do Açu não são causa, o que levaria a Prumo a assumir tal compromisso?  A julgar pelas práticas cotidianas que temos visto, não é por simples compromisso social. 

Agora, vejamos a segunda página do ofício.

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Aqui temos a combinação de duas novidades velhas com promessas vagas. A primeira novidade velha é que houve uma reunião no dia 10 de Dezembro de 2014 (mais de 10 meses atrás!). e a segunda é que ali, se acordou que o mesmo professor Paulo César Rosman para coordenar estudos para se chegar à conclusão das causas do processo erosivo do Porto do Açu. Será que é preciso ser algum Einstein para se intuir que nesse novo estudo, a causa do processo erosivo continuará a não ser a construção do Porto do Açu e suas estruturas perpendiculares á costa? 

Em relação às promessas (isto é, “produtos”) me causa espécie o fato de que já se saiba as causas da erosão e a Prumo Logística não se digna a informá-las à Câmara Vereadores de São João da Barra neste mesmo ofício. Já em relação à segunda promessa (“produto”), me causa ainda mais espécie que o projeto para conter a erosão só deverá ficar pronto até Março de 2016! Com esse prazo elástico, é capaz de que quando for iniciar os trabalhos de construção das estruturas de proteção, não haja mais nada a ser protegido!

Mas vamos agora à última página do ofício que também contém declarações e omissões peculiares para uma empresa encarregada de gerir um negócio de grande porte como se diz que o Porto do Açu seria.

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Nesta página, o primeiro detalhe é que de cara se volta à ladainha de que não houve erosão ao sul e ao norte do molhe (quebra mar) como se essa fosse uma informação relevante. Ora, ali houve e está havendo deposição que só não causa maiores impactos porque existe um processo de dragagem todos os dias por 24 horas! Esse fato acompanhado da alteração que está ocorrendo ao sul do quebra mar é que se apresenta como relevante para quem quer realmente explicar o que está acontecendo na Praia do Açu. E, novamente, chamar o documento que foi enviado para a Câmara de Vereadores e apresentado publicamente na audiência realizada no dia 01 de Outubro de 2014 é, quando muito, um exagero criativo.

Agora, notei ainda o detalhe de que o documento é assinado por alguém que não teve seu nome ou cargo na Prumo Logística identificados.  Como o mundo das corporações não é controlado por pessoas ingênuas, esta falta de identificação deve ter seu propósito. Resta saber apenas qual.

Mas o que me causa realmente espécie não apenas na situação particular da erosão da Praia do Açu, mas em várias outras relacionadas aos problemas ambientais que decorrem da construção do Porto do Açu, é a completa ausência de cobranças formais por parte do Estado sobre as responsabilidades que foram assumidas no processo de emissão de licenças por parte do Instituto Estadual do Ambiente.  Que a Prumo Logística procure se eximir de responsabilidades é esperável.  Mas não é aceitável que a resposta a esta posição seja de completa inércia por parte de quem deveria estar cobrando o cumprimento das exigências legais contidas no processo de licenciamento ambiental.

Enquanto isso, a comunidade que vive nas imediações da Praia do Açu fica à mercê do imponderável e, sim, da inclemência das ondas. 

Vereador Albertinho e o fenômeno da piada pronta

Eu acho que certas manchetes são oportunidades tão boas para comentários que não merecem ser perdidas. Vejamos a chamada principal da capa do jornal O Diário desta 5a .feira (01/10) para melhor demonstrar o que eu digo.

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Confesso que jamais troquei uma palavra seja com o vereador Albertinho da base do governo Rosinha ou com o vereador Marcão da bancada oposicionista. Mas para quem acompanha minimamente o que acontece na Câmara Municipal de Campos, o que será que significa alguém da situação dizer que a oposição parece “carroça vazia”e um dos seus membros usa o “parlamento para politicagem” ?

Bom, para mim é uma só coisa: piada pronta.