Abandonada à própria sorte pelo (des) governo Pezão, Uenf virou um gigantesco criadouro de mosquitos

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Ainda que esteja sendo feito praticamente nenhum movimento para informar à sociedade campista que o (des) governo Pezão continua seu processo de asfixia financeira (e neste processo desrespeitando a Constituição Estadual do Rio de Janeiro), a vida anda cada vez mais difícil para quem precisa frequentar o campus da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), especialmente no período noturno.

É que graças ao aporte generoso de chuvas neste início de 2018 que fez aumentar a altura do matagal que cobra boa parte do campus Leonel Brizola, a Uenf agora se transformou num dos maiores focos de infestação de mosquitos da cidade de Campos dos Goytacazes. 

 A coisa anda especialmente dramática para professores e estudantes que necessitam usar salas de aulas desprovidas de aparelhos de ar condicionado ou até dos prosaicos ventiladores de teto. É que, especialmente no período noturno, os espaços de aula estão sendo invadidos por milhares de mosquitos (ver abaixo o exemplo de uma sala de aula do Centro de Ciências Tecnológicas).

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Nas duas imagens acima cada ponto vermelho representa a presença de pelo menos um mosquito.

Não será nada surpreendente se em algum momento do futuro próximo, a Uenf vier a se tornar o centro disseminador de várias doenças transmitidas por estas “simpáticos” seres alados, incluindo a denguê, a Zika, o Chikungunya, e até a febre amarela.

Apesar de não ser lá um método dos mais eficientes é provável que visitas de veículos do tipo “Fumacê” sejam necessárias para impedir que um quadro de epidemia se instale dentro da Uenf. Com a palavra, o Centro de Controle de Zooneses e Vigilância Sanitária de Campos dos Goytacazes.

Campus da Uenf tomado por matagal pode se transformar em área foco para doenças transmitidas por mosquitos

Muito se fala da atual greve de professores e servidores técnico-admistrativos da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) e dos seus prejuízos que estão sendo causados na rotina da instituição.  Noto, entretanto, que pouco se fala das condições objetivas que causaram a longa duração do atual movimento paredista, a começar pelos atrasos crônicos no pagamento de salários ao longo de 2017.

O pior é que menos ainda se fala sobre o processo de degradação da infraestrutura da Uenf que está sendo causada pela não entrega de verbas de custeio desde o final de 2015! Como falar parece ter se tornado pouco eficiente, posto abaixo uma imagem obtida na manhã desta 4a. feira (07/02) que fala por si só: o campus Leonel Brizola hoje beira as condições do que se convenciona denominar de “regeneração de cobertura vegetal” ou, simplesmente, que a área está sendo transformada numa imensa capoeira!

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Como acabo de completar 20 anos de labuta na Uenf, posso adiantar que nunca vi o campus Leonel Brizola em tamanho estado de abandono. E tenho uma série desconfiança que a capoeira é o menor dos problemas que estão submersos neste momento pelo processo de greve.  Na lista de situações que deverão aflorar com um eventual retorno às aulas está a degradação do sistema elétrico, telefonico e de internet da Uenf. Em suma, a Uenf transita no limiar de um completo caos e o eventual fim da greve de professores e servidores deverá mostrar isso de forma cristalina.

Agora, o que pouco tem sido dito é sobre a possibilidade real de que o campus da Uenf esteja se transformando num foco para a reprodução de mosquitos com capacidade transmitir doenças como dengue, zika, chikungunya e, por que não, febre amarelo. É que mato alto e água disponivel em profusão oferecem condições ideais para a reprodução de mosquitos e outros insetos.  Esse fato é bem conhecido, por exemplo, dos frequentadores do campus da Universidade Federal de Rondônia até meados da década de 1990, já que ali existia uma área de risco para malária.  

E antes que alguém venha dizer que estou exagerando sugiro a leitura do artigo intitulado “O risco da reurbanização da febre amarela” que foi publicado pelo site “Direto da Ciência”  de onde saiu a imagem abaixo [1]. 

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Assim, o mínimo que se espera da reitoria da Uenf é que se dê ao trabalho de não apenas remover o matagal que hoje ocupa os antigos gramados do campus Leonel Brizola, mas que também haja de forma rápida e diligente para identificar e suprimir todas as áreas que sejam focos potenciais de reprodução de mosquitos. 

Afinal, quem quer tanto dar aula, não pode expor a comunidade universitária a outros riscos além daqueles que já são conhecidos. Afinal, dos mosquitos não há como escapar.


[1] http://www.diretodaciencia.com/2018/02/06/boletim-de-noticias/

Estudo da FGV DAPP identifica descompasso entre gasto público e a estrutura necessária para lidar com surtos de febre amarela

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Dados sobre casos registrados, vacinas aplicadas e orçamento disponibilizado ajudam a indicar melhorias na política de saúde pública no país

A FGV/DAPP lança hoje “Febre Amarela – estudo de caso”, resultado de uma pesquisa sobre o recente surto da doença no Brasil. Com o objetivo de realizar um diagnóstico da situação a partir dos casos registrados, das vacinas aplicadas e do orçamento disponibilizado para vigilância epidemiológica, o estudo cruzou diversas informações, chegando a resultados que permitem subsidiar recomendações pontuais para a política de saúde pública no Brasil.

Enquanto o Ministério da Saúde acaba de declarar o fim do surto de febre amarela no Brasil, tendo sido registrado o último caso em junho de 2017, a DAPP chama atenção para ações relacionadas à estrutura médica nas cidades com maiores registro de óbitos e, principalmente, para o alocamento de recursos públicos no orçamento de vigilância epidemiológica. A ampliação da cobertura vacinal é importante, mas ainda mais são as boas práticas e a eficácia na vacinação.

O estudo pontua que há um descompasso entre a dinâmica do gasto público e a estrutura necessária para lidar com crises epidemiológicas, como é o caso da febre amarela nos municípios do noroeste mineiro. Além da mudança na dinâmica de pagamentos da verba federal neste ano, há uma diferença entre o orçamento empenhado e o orçamento pago em relação à vigilância epidemiológica no estado de Minas Gerais, para estes municípios. Estes valores estão refletidos na aplicação desses recursos no âmbito municipal, uma vez que o orçamento dos municípios mineiros que estavam sob a faixa de atenção para a febre amarela e que possuíam baixo Índice de Desenvolvimento Humano foi aquém dos demais municípios com a mesma característica em outras regiões do Brasil.

>> Confira a íntegra do estudo em PDF

Nos últimos meses do ano de 2016 algumas cidades do sudeste brasileiro notificaram um grande número de casos de contágio de febre amarela por parte da sua população, o que desencadeou um significativo aumento das campanhas de vacinação por parte do poder público nessas regiões. Nos dois primeiros meses de 2017, algumas cidades do Espírito Santo, do norte e do noroeste do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais contaram com um grande incremento no número de doses de vacina aplicadas devido ao registro de óbitos nessas localidades.

FONTE: Insight Comunicação