Muito se fala da atual greve de professores e servidores técnico-admistrativos da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) e dos seus prejuízos que estão sendo causados na rotina da instituição. Noto, entretanto, que pouco se fala das condições objetivas que causaram a longa duração do atual movimento paredista, a começar pelos atrasos crônicos no pagamento de salários ao longo de 2017.
O pior é que menos ainda se fala sobre o processo de degradação da infraestrutura da Uenf que está sendo causada pela não entrega de verbas de custeio desde o final de 2015! Como falar parece ter se tornado pouco eficiente, posto abaixo uma imagem obtida na manhã desta 4a. feira (07/02) que fala por si só: o campus Leonel Brizola hoje beira as condições do que se convenciona denominar de “regeneração de cobertura vegetal” ou, simplesmente, que a área está sendo transformada numa imensa capoeira!
Como acabo de completar 20 anos de labuta na Uenf, posso adiantar que nunca vi o campus Leonel Brizola em tamanho estado de abandono. E tenho uma série desconfiança que a capoeira é o menor dos problemas que estão submersos neste momento pelo processo de greve. Na lista de situações que deverão aflorar com um eventual retorno às aulas está a degradação do sistema elétrico, telefonico e de internet da Uenf. Em suma, a Uenf transita no limiar de um completo caos e o eventual fim da greve de professores e servidores deverá mostrar isso de forma cristalina.
Agora, o que pouco tem sido dito é sobre a possibilidade real de que o campus da Uenf esteja se transformando num foco para a reprodução de mosquitos com capacidade transmitir doenças como dengue, zika, chikungunya e, por que não, febre amarelo. É que mato alto e água disponivel em profusão oferecem condições ideais para a reprodução de mosquitos e outros insetos. Esse fato é bem conhecido, por exemplo, dos frequentadores do campus da Universidade Federal de Rondônia até meados da década de 1990, já que ali existia uma área de risco para malária.
E antes que alguém venha dizer que estou exagerando sugiro a leitura do artigo intitulado “O risco da reurbanização da febre amarela” que foi publicado pelo site “Direto da Ciência” de onde saiu a imagem abaixo [1].
Assim, o mínimo que se espera da reitoria da Uenf é que se dê ao trabalho de não apenas remover o matagal que hoje ocupa os antigos gramados do campus Leonel Brizola, mas que também haja de forma rápida e diligente para identificar e suprimir todas as áreas que sejam focos potenciais de reprodução de mosquitos.
Afinal, quem quer tanto dar aula, não pode expor a comunidade universitária a outros riscos além daqueles que já são conhecidos. Afinal, dos mosquitos não há como escapar.
[1] http://www.diretodaciencia.com/2018/02/06/boletim-de-noticias/
É uma pena que UENF tenha chegado nesse estado de calamidade.Tem que ter solução,mesmo pedindo ajuda de mão de obra à comunidade que não quer ver universidade afundar; fazer um mutirão para salvar UENF,até estudantes podem colaborar com limpeza para preparar o início de aulas que tanto esperam, e não estar culpando professores
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