Wladimir surfa no espectro de Rafael Diniz, mas esconde que também tem o seu

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Wladimir Garotinho e seus espectros: um que alavanca e o outro que poderia derrubar suas chances eleitorais

Há um acordo quase geral que boa parte da aprovação que impulsiona as chances de que Wladimir Garotinho se reeleja já no primeiro turno que ocorrerá no dia 6 de outubro tem muito a ver com a triste memória deixada por seu antecessor, Rafael Diniz.

Wladimir, como político sagaz que já demonstrou ser, soube estabelecer uma diferença marcante em relação a Rafael, a começar pela reabertura do restaurante popular cujo fechamento foi um dos maiores tiros no pé que eu já vi um político cometer em início de mandato.  Como se sabe, o funcionamento daquela unidade não é tão oneroso e seu fechamento privou de alimentos o setor mais frágil da população. Em suma, foi uma maldade pura.

Quem acompanhou o governo de Rafael e seus menudos neoliberais sabe que o fechamento do restaurante popular na alvorada de um governo que seguiu fazendo maldades contra os mais pobres foi apenas o primeiro passo na desconstrução da rede de políticas sociais municipais que mantinham os pobres com um mínimo de acesso a serviços públicos básicos.

Mas o que me surpreende em relação aos núcleos duros das campanhas que querem derrotar Wladimir e que o veem usando o espectro de Wladimir para convencer a população que é melhor não trocar novamente o certo pelo incerto se refere ao fato de que o prefeito também tem um espectro que poderia ser mortífero para suas chances eleitorais.

Não falo aqui do fato de Wladimir ser filho de Anthony e Rosângela, fato inescapável do qual ele conseguiu se descolar com maestria ao adotar um estilo próprio de governar, ainda que algumas das tinturas herdadas de seus pais.

Falo sim do fato que Wladimir Garotinho deverá deixar a cadeira de prefeito para concorrer ao cargo de governador do estado do Rio de Janeiro em 2026. Com isso, a cidade de Campos dos Goytacazes passará a ser governada por Frederico Paes, um dublê de usineiro e empresário da saúde privada. Quem conhece Wladimir e Frederico, como eu conheço, sabe que essa aliança poderia ser justificada em 2020, mas não faz muito sentido na atual corrida eleitoral.  É que, convenhamos, Frederico Paes acrescentou quase nada ou muito pouco à gestão de Wladimir, e também não é alguém próximo políticamente ao grupo Garotinho.

No entanto, a verdade é que temos diante de nós o espectro de Frederico Paes ser o prefeito na segunda metade do mandato que se iniciará em janeiro de 2025. Por que ninguém falou disso até agora? Eu me arrisco a dizer, parafraseando Bob Dylan, que “the answer is blowing in the wind”. E nosso caso, sudeste.

Alerta ao vice-prefeito: sonhos de reeleição poderão esbarrar no avanço da miséria extrema em Campos dos Goytacazes

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O normalmente pragmático vice-prefeito de Campos dos Goytacazes, Frederico Paes, parece ter sido picado pela mosca azul

Li em algum lugar uma previsão do vice-prefeito Frederico Paes de que o seu chefe (ou seria o contrário?), Wladimir Garotinho se encaminha para uma vitória em primeiro turno nas eleições municipais de 2024.

Pois bem, esse tipo de avaliação precoce já levou a muitos erros e tropeços na política, inclusive aqui mesmo em Campos dos Goytacazes. Basta lembrar quando o então candidato situacionista Geraldo Pudim perdeu uma eleição que o seu grupo político considerava ganha para Carlos Alberto Campista.

A verdade é que em política há sempre ter muito cuidado para que o otimismo exagerado não seja considerado soberba. Mas isso é só uma observação básica, pois existem outras considerações a serem feitas, especialmente um município em que a extrema miséria não para de crescer (aliás, cresce em ritmo exponencial).

É que o crescimento da miséria extrema sinaliza de forma enfática que, apesar de toda a propaganda oficial, o atual governo não age para elevar a condição de vida dos mais pobres. E, pior, com suas políticas que servem para a continuidade de um padrão que contribui para o avanço da miséria extrema serve como uma luva para os interesses daqueles que sempre beneficiaram dos ciclos virtuosos das finanças municipais.

Por outro lado, o atual deserto de candidatos viáveis para serem uma oposição eleitoral ao prefeito Wladimir Garotinho me parece meramente circunstancial, pois na guerra e na paz há sempre que se combinar antes com os russos. E eu vejo pelo menos uma possível candidatura que tem todo o potencial de mobilizar a juventude e segmentos populares campistas que é a da jovem professora Natália Soares do PSOL.  Para enxergar este potencial asta verificar o crescimento consistente da sua capacidade de angariar votos nas últimas eleições e mque participou com orçamentos bastante modestos. Se o PSOL não cair na besteira de lançá-la candidata a vereadora, ela tem tudo para exercer uma pressão real sobre as chances de reeleição de Wladimir Garotinho. E isso ssrá fato, mesmo se levando em conta a deficiente estrutura partidária e de cabos eleitorais que caracterizou as últimas participações eleitorais do partido em todo o Brasil.

Assim, alguém precisa avisar ao vice-prefeito Frederico Paes que há que se tomar muito cuidado com avaliações hiper otimistas para não se acabar no colo com mais um vexame como o que destruiu a carreira política de Geraldo Pudim (isto sem falar da surra implacável que Chicão Oliveira levou de Rafael Diniz).

Falo isso porque como ando mais pelas ruas do que em gabinetes refrigerados como faz Frederico Paz, e posso garantir que há mais razões para cuidado do que para certeza de vitória. Finalmente, como Frederico Paes parece entusiasmado com repetidas visitas de delegações chinesas, há que se lembrar do velho ditado que diz que “quem tem olho grande não entra na China”. Simples assim!

Servidores municipais e o governo Wladimir: uma lua de mel fugaz

5 maneiras de superar o término do namoro - VIX

Esta postagem pode parecer uma continuidade da minha última sobre os servidores municipais sendo tratados como “Geni” no governo Garotinho, e realmente é. Mas tendo acabado de ouvir uma gravação que circula em grupos de Whatsapp, centrada na forma pela qual o vice-prefeito Frederico Paes é retratado pela sua forma de trato com os servidores, penso que a lua de mel entre o governo de Wladimir Garotinho e boa parte dos servidores foi tão fugaz quanto o casamento do cantor Fábio Junior com a atriz Patrícia de Sabrit.

Pesam para que a lua de mel esteja tendo um fim fugaz a impressão que já grassa entre um número considerável de servidores de que o vice-prefeito acha que está no comando de uma das usinas da Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro Ltda (Coagro), e que os servidores estatutários da Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes são cortadores de cana. Como há muito servidor municipal que teve gerações inteiras de suas famílias que padeceram com a catana da mão nos canaviais de onde os barões do açúcar retiraram suas fortunas enquanto deixavam para trás dívidas trabalhistas colossais, essa associação não é nada positiva não apenas para Frederico Paes, mas, e principalmente, para Wladimir Garotinho.

As próximas semanas, ainda que com um Carnaval pelo caminho, deverão ditar se a lua de mel fugaz não será transformada em um divórcio conturbado. Mas pelo que eu ouvi na gravação que me foi enviada, a coisa pode azedar bastante e bastante rapidamente.

Para evitar isso, duas coisas terão de acontecer: a primeira é que seja cessada a avidez que aparentemente está tomando conta do governo municipal de retirar direitos dos servidores que, afinal, carregam o piano nas costas. A outra seria, como já indicou Chico Buarque em relação a ministros, constituir um “secretário do Vai dar Merda”. Talvez assim, e somente talvez, o divórcio conturbado não se materializará. A ver!

O caso Frederico Paes expõe nova barriga da mídia corporativa campista

1_waldiriirir-20491755Parecer de vice-procurador-geral eleitoral reconhece jurisprudência favorável a Frederico Paes, que é o candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Wladimir Garotinho, mas decide manter indeferimento de candidatura. 

A mídia corporativa campista vem divulgando com pompa e circunstância o parecer exarado pelo vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Goés, reafirmando o indeferimento da candidatura do sr. Frederico Paes (MDB) a vice-prefeito na chapa de Wladimir Garotinho (PSD).

Uma coisa que estranhei nas notícias que circularam o parecer de Renato Brill de Goés foi a ausência da íntegra da Manifestação no 4.331/20-GABVPGE na qual o vice-procurador-geral eleitoral expõe as suas razões para manter o indeferimento da candidatura de Frederico Paes. 

Como quem tem amigo não morre pagão, recebi o arquivo contendo a íntegra da Manifestação no 4.331/20-GABVPGE,  e fiquei surpreso com a capacidade de síntese de Brill de Goés que conseguiu expor seus motivos em míseras 9 páginas. Quem já leu outras peças oriundas da justiça eleitoral sabe que esse foi um parecer para lá de, digamos, parcimonioso. 

Mas mais surpreso ainda fiquei ao ler a posição claramente dúbia de Brill de Goés quanto à suposta ilegalidade do registro da candidatura de Frederico Paes por suposto descumprimento da legislação eleitoral no tocante à desincompatibilização de cargos (ver imagem abaixo).

parecer PGE caso Frederico Paes

Trocando em miúdos, Prill de Goés reconhece que o Tribunal Superior Eleitoral possui decisão reconhecendo que pessoas que estejam na mesma condição de Frederico Paes não estão sujeitas à desincompatibilização prevista no art 1o., parágrafo II, a,9 da Lei Complementar 64 de 1990 que determina os casos de inelegibilidade e os prazos de cessação.

Mas como então Prill de Goés conseguiu chegar a uma decisão contrária à da jurisprudência vigente? Muito simples, ele apelou para a decisões que aparentemente já estão superadas, mas que, notem a bola curva, já vigiram em décadas passadas (que, convenientemente, foram omitidas por Prill de Goés na Manifestação no 4.331/20-GABVPGE).  Isso se assemelha a dizer algo como “não gosto da atual da atual jurisprudência, pois no caso em tela ela não me serve”. 

Como não sou advogado e nem pertenço ao grupo que produz a campanha da chapa Wladimir Garotinho e Frederico Paes, nem vou me alongar sobre esta óbvia incongruência no parecer do vice-procurador-geral eleitoral. O que eu quero mesmo é notar mais uma vez como chamada a produzir informação jornalística, a mídia corporativa campista optou por produzir uma nova barriga jornalística que mais parece uma peça de propaganda em prol da candidatura oponente. 

E aí é que eu pergunto, repetindo Olívio Henrique da Silva Fortes, o célebre Lilico, é bonito isso?