Pesquisa da UFSCar avalia impactos da diabetes em membros superiores e inferiores

Estudo busca participação de voluntários para investigar sensibilidade, força e função dos braços e pernas

(Imagem: Freepik)

Uma pesquisa de Iniciação Científica do curso de Fisioterapia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está convidando pessoas com diagnóstico de diabetes mellitus tipo 1 ou tipo 2, com idades entre 18 e 65 anos, para responder a um questionário online que investiga os efeitos da doença nos membros superiores e inferiores. A participação é voluntária, anônima e pode ser feita de qualquer lugar do Brasil.

O estudo, intitulado “Avaliação sensorial, motora e da função dos membros superiores e inferiores em indivíduos com Diabetes Mellitus”, é conduzido pela estudante de graduação Daniel Oishi Mariano, sob orientação da professora Paula Rezende Camargo, do Departamento de Fisioterapia (DFisio). A pesquisa tem como objetivo compreender de que forma o diabetes afeta aspectos como sensibilidade, força e função de braços e pernas, e como esses fatores se relacionam entre si.

“A diabetes mellitus é uma doença crônica e progressiva, com índices epidêmicos em todo o mundo. Estima-se que afete 537 milhões de pessoas globalmente, sendo o Brasil o sexto país com maior número de casos”, contextualiza Mariano. Segundo ele, a literatura científica já sugere uma possível relação entre a doença e disfunções musculoesqueléticas, especialmente no ombro, o que pode comprometer atividades diárias.

A expectativa do estudo é reunir dados que contribuam para avaliações clínicas mais completas. “Com informações suficientes, será possível alertar os profissionais da saúde para que atentem também para as condições musculoesqueléticas e sintomas nos membros superiores em pacientes com diabetes”, afirma o pesquisador. “Além disso, os resultados poderão auxiliar na construção de tratamentos mais específicos para essas alterações.”

A participação consiste apenas em um questionário online, sem necessidade de comparecimento presencial, e leva cerca de 20 minutos para ser respondido. Ao final do preenchimento, os participantes recebem uma cartilha com orientações sobre cuidados com sintomas da diabetes e possíveis complicações associadas à doença.

Interessados podem acessar o questionário no link https://forms.gle/bApFpyiGzf3e3Vta9. O prazo para participação vai até o final de agosto. Mais informações podem ser obtidas pelo WhatsApp (16) 99186-1145. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 84185024.6.0000.5504).

(Imagem: Divulgação)

Mineração: mais para praga do que para benção

mineração

A condição de colônia portuguesa por mais de 300 anos deu ao Brasil um legado de exploração que tem na mineração uma das facetas mais persistentes (a outra notável é a forte concentração da propriedade da terra) de sua formação econômico enquanto Estado independente.  Um aspecto que cerca a mineração é que, apesar de todos os danos socioambientais que a acompanham, ela é normalmente vendida como dádiva econômica, já que nosso país possui grandes reservas de vários minérios estratégicos para o desenvolvimento mundial.

Em função disso, os eventuais questionamentos que são feitos sobre a propensão das atividades mineradoras de causarem menos benefícios do que seus empreendedores anunciam são normalmente rejeitadas como coisa de “ambientalista” ou de anti-desenvolvimentistas.  E para que essa visão se perpetua, as mineradoras realizam um forte lobby na mídia e no congresso nacional para que sejamos convencidos de que mineração é uma benção.

Felizmente, há um crescente corpo de literatura que mostra a outra face da mineração a partir de estudos realizados sobre os efeitos da mineração e de seus grandes projetos. Assim, graças a um dos estudantes que compõe o meu grupo de pesquisa à obra da autoria de Tádzio Peters Coelho, que aparece abaixo, e que aborda os efeitos da implantação do projeto “Grande Carajás” no estado do Pará.

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Selecionei duas tabelas de um dos capítulos em que o livro foi dividido, as quais considero bastante didáticas para que possamos entender o balanço que deve ser feito de um dos maiores projetos de mineração ainda em realização no Brasil.

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O que essas tabelas mostram de forma é que não apenas existem uma série de impactos intrínsecos ao processo de mineração, mas como também os efeitos negativos são bastante numerosos e complexo que acompanham esta atividade. E, pior, se considerarmos o que há de positivo poderemos notar que se reduzem a benefícios fiscais que não levam em conta a necessidade de se reparar e compensar os danos causados pela mineração.

Aliás, quem já visitou áreas sob efeito da mineração verá logo que o caos socioambiental que a atividade gera implica também numa forte implicação no aumento da concentração da riqueza. Só isso me basta para apontar que a mineração está muito mais para praga do que para a benção que as mineradoras e seus áulicos tentam nos empurrar.

Relatório documenta os impactos socioambientais da implantação do mineroduto Minas-Rio e do Porto do Açu sob o ponto de vista dos atingidos

Relatório Minas Rio

Um conjunto de grupos de pesquisas e de organizações sociais se uniu para produzir um importante relatório que documenta os impactos socioambientais causados pela implantação do mineroduto Minas-Rio e do Porto do Açu. Esse relatório é um dos documentos mais amplos já preparados com a participação direta das comunidades e grupos sociais atingidos pelas remoções, desapropriações e alterações ambientais causadas por esses mega-empreendimentos.

O documento intitulado “O Projeto Minas-Rio e seus impactos  socioambientais: olhares desde a perspectiva dos atingidos” traz uma série de dados, mapas e depoimentos que certamente serão úteis aos que se interessarem em conhecer o “outro lado” desses projetos que normalmente só recebem loas da imprensa corporativa.

Quem quiser acessar e baixar este relatório é só clicar (Aqui!)